Iniciada há pouco
mais de dois anos pelo ex-engravatado Marcos Leta, a empresa carioca de “bebidas de verdade” segue sua expansão nacional e ainda vai pra areia. É marketing e fruta fresca!!!
Enquanto tomava um suco de laranja no BB Lanches do Leblon
após um cansativo dia de trabalho, um ex-estagiário do Grupo Votorantim, que há
pouco deixava seu “emprego chato” no mercado corporativo para investir em algo
diferente, teve ideia do que poderia estar à procura: “Por que não fazer um
suco parecido com este, apenas com frutas frescas, sem água, açúcar,
conservantes e corantes, e em caixinhas legais?", pensou na ocasião Marcos
Leta, empreendedor que decidiu enquadrar sua gravata para fundar a empresa de
bebidas Do Bem. No entanto, a marca, que chegou aos mercados do Rio em 2009, só
virou realidade depois de meses de viagens e pesquisas sobre o processo de
fabricação de sucos naturais, já que o objetivo era produzir “o mesmo suco
feito em casa, só que em uma escala um pouquinho maior”. Hoje, pouco mais de
dois anos depois de ter partido em busca de inovações e com 13 produtos em sua linha,
a empresa carioca colhe os
frutos de um modelo muito Do Bem (elaborado) - com um crescimento anual de 250% em receita - e parte atrás de uma nova meta: “oferecer
bebidas verdadeiras para o Brasil inteiro”.
“Não vemos a nossa postura como estratégia. Construímos a Do
Bem do zero e, quando montamos a empresa, decidimos que seria diferente de tudo
o que estávamos cansados de ver no mercado. Isso pode ser visto na nossa
comunicação, do site às caixinhas”, aponta Marcos Leta, que ressalta que, no
início, este conceito chegou a causar certa estranheza neste segmento regido
por grandes multinacionais e bebidas com água, aditivos, açúcares e adoçantes.
As caixinhas bem-humoradas e divertidas da Do Bem, por exemplo, substituem os
tradicionais “fure aqui!” e “agite antes de beber” por “vai com tudo!”, “agite
(as laranjas agradecem)”. Outro item que se destaca na moderninha Tetra Pak da
empresa dos “sucos de verdade” é a média de frutas por litro. No caso do de
laranja são 17 – 12 a mais do que as empresas concorrentes costumam usar.
“Mantemos-nos fiel ao nosso objetivo de fazer bebidas 100% naturais em
caixinhas coloridas e divertidas, que traduzem todo o posicionamento da marca e
já podem ser encontradas em 3 mil pontos de venda em todo o país”, completa o
empresário.
Percorrendo o caminho Do Bem em paralelo à sua expansão
nacional – hoje já presente no Sul, Sudeste e em Brasília -, a empresa de
Marcos Leta, aos olhos do mercado, fez uma revolução à base marketing e de fruta
fresca, enquanto que, para os consumidores, acabou suprindo uma carência
existente nas gôndolas com proximidade e identificação. “Os consumidores
estavam ávidos por produtos que fazem bem à saúde e possuem um conceito mais
jovem, por algo diferente das bebidas que estavam sendo encontradas no
mercado”, reconhece Leta, que, de empreendedor, também passou a se aventurar
como DJ à frente do projeto HighClass Underground ( ao lado do DJ Rodrigo
Peirão). Aliás, sob direção de um ex-engravatado e representando o novo modelo
de empresa de sucesso, as inovações evidentes nos produtos Do Bem (e não no
subproduto dos refrigerantes) também fazem parte do cotidiano da empresa, como
o “havaiana day”, que ocorre todas às sextas, e uma espécie de muro de
lamentações, onde os funcionários - 30 atualmente - penduram os traumáticos
objetos que caracterizavam seus empregos anteriores. É essa filosofia
acariocada de companhia que anda matando a sede dos mais exigentes pelo Brasil a fora.
Com 12 fazendas fornecedoras entre o interior de São Paulo e
do Rio Grande do Sul (junto às vinícolas), de onde as frutas já saem
processadas, refrigeradas e armazenadas à vácuo, a Do Bem realiza seu envase em
Guarulhos, na grande São Paulo, local onde a matéria prima chega de caminhão
todas às madrugadas. Na fábrica, para garantir sua pureza e qualidade, o suco é
pasteurizado uma única vez e, posteriormente, volta a ser embalado à vácuo na
caixa longa vida (vida longa). Neste processo, que não recorre ao uso de
conservantes, a bebida possui uma validade de apenas quatro meses e, por isso,
pode ser considerada fresca, já que, na indústria tradicional, as bebidas
costumam ter uma validade entre 12 e 24 meses. Além das inovações no preparo,
na postura e, inclusive, no produto, a empresa - dentro de sua nacionalização,
mas sem se afastar da essência carioca - anuncia mais algumas novidades aos consumidores do Rio. Trata-se da venda direta nas areias e em galões, como
a do tradicional mate (ou morra). “A ideia surgiu para dar mais opções para um
público que busca cada vez mais bebidas saudáveis e puras nas areias do Rio”,
declara Leta, que ainda avisa que a venda será feita por vendedores próprios
para garantir higiene e qualidade. Das casas de fruta do Rio ao Brasil inteiro,
esse é o caminho Do Bem!