Em passagem por terras
cariocas, o produtor e pesquisador radicado em NY convoca os amigos para uma
noite de muito som e vinil: a Tropicália Infurs ocupa Z.Bra Hostel. É chegar deslizando!!!
Produtor, pesquisador e
proprietário de uma conceituada loja de discos em Nova York – a Tropicalia
Infurs, uma espécie de meca dos apreciadores de raridades -, Joel Stone é do
tipo de pessoa que não costuma passar despercebido, seja por sua personalidade
excêntrica, pelos projetos que costuma estar envolvido ou, simplesmente, por
sua adoração a um bom agito. Em mais uma
passagem relâmpago pelo Rio de Janeiro, onde costuma vir para participar da
Feira de Vinil e realizar as filmagens de seu documentário sobre as produções
psicodélicas lançadas entre o final dos anos 60 e início dos 70 – o “Brazilian
Guitar Fuzz Bananas: The Movie”, baseado na linda compilação homônima lançada
por ele nos EUA em 2010 -, Joel convida os amigos e chegados ao melhor da
esquecida música popular brasileira para uma noite de festa: a Tropicalia Infurs
ocupa Z.Bra, que tomará o hostel mais querido do Leblon na noite desta
terça-feira (07/05). Mesmo idealizado em cima da hora e sem grandes (ou
nenhuma) formalidades, o agito, que começará a partir das 19h (happy hour),
se mostra imperdível para quem (re)conhece a figura e o afinadíssimo gosto
musical do brasileiro radicado na Big Apple. O cara é pica, como
diria os cariocas mais despachados.
Trazendo um universo infindável de músicas de todos os tipos em sua bagagem, Joel dos Santos Oliveira - Stones em um só - não poupa palavras ao descrever o que apresentará em seu exclusivo set: “Vou tocar musica brazilian guitar funk ,fuzz, northen soul e french turkey beat, ou seja, vamos queimar uns vinils e deixar o seu cérebro derreter baby”, ironiza o irreverente produtor, que veio ao Rio para participar da Feira de Vinil realizada neste último fim de semana. “Tragam seus sapatos deslizantes porque vocês vão escorregar a noite toda”, avisa Stones. Além de compactos que foram trazidos especialmente para festa, incluindo alguns que serão tocados, a galera presente ainda terá oportunidade de comprar algumas preciosas bolachas a um preço camarada. “Tenho uma grande quantidade de disco entre rock, funk, soul (internacionais). O interessante é que trouxe muitos compactos de funk & soul da Truth & Soul Records, uma gravadora americana que tem lançado e relançado pérolas da musica americana, como Lee Fields, The Guetto Brothers, Lady, Shirley Nanette e muitos outros”, explica Stones, que também ressalta que os compactos citados poderão ser levados por R$20, enquanto os demais LPs variam entre R$ 40 e R$80.
Doc,
coletânea parte II e Fumaça Preta
Em paralelo ao lançamento
do esperado documentário do “Brazilian Guitar Fuzz Bananas”, idealizado junto
ao diretor Arthur Ratton, que também mora nos “States”e com quem já havia
assinado o curta “What are fuzz bananas?”, Joel adianta que já está prestes a
apresentar a continuação da coletânea que tomou forma a partir da necessidade
de explorar e reconhecer os artistas do lado obscuro da MPB, que, longe do
banquinho e violão, buscavam inovações sonoras inimagináveis em meio à repressão
da ditadura militar, caso de Célio Balona, Loyce e Os Gnomos, Serguei, Fabio
(lsd), Tony e Som Colorido, 14 Bis, Piry, Ton & Sergio, Ely, Paulo Bagunça e Marisa Rossi,
entre outros alucinógenos agora redescobertos. Segundo ele, a parte II da compilação está sendo produzida em Los Angeles e deverá
chegar ao mercado em breve, assim como o doc que foi rodado entre Rio e São
Paulo e financiado através de uma bem-sucedida campanha no site Kickstarter. “Não
tenho datas confirmadas, mas é certo que sairão no próximo ano”, adianta o
Stones brasileiro, que, inclusive, também se arrisca nos vocais de uma curiosa
banda, a Fumaça Preta.
Enquanto os projetos
vêm à tona e com o fechamento da loja de discos em East Village, Joel dedica
seu precioso tempo a outros trabalhos - como um livro da história da música
brasileira a partir das capas de disco, um website em 3D
(www.tropicalinfursnyc.com) - e aos compromissos da banda,
formada pelo produtor português-venezuelano Alex Figueira (produtor dono do
estúdio vintage Music With Soul e baterista), além de James Port (baixo) e
Stuart Carter (teclado/guitarra), da banda The Grits, a mais Funky do Reino
Unido. O curioso é que, mesmo sem nunca terem tocado junto antes, Joel se
entusiasmou com a Fumaça Preta e sua viagem de psicose e macumba que ultrapassa
os limites do estilo em busca de um selvagem groove fuzziest, ou seja, do
imaginável. “Já gravamos dois compactos com 500 copias cada um. Agora, em
junho, vamos fazer uma festa em Amsterdam e, no mês seguinte, já vamos começar
a gravar nosso primeiro disco. Tem um festival na Espanha que quer levar a
banda, mas não poderemos participar sem ter um disco completo”, adianta Joel,
que também ressalta as dificuldades da banda em relação a sua formação
cosmopolita. “Com dois morando em Londres, um em Nova York e outro em Amsterdam
não é muito fácil nos juntar para as coisas acontecerem. Então, quando a gente
se junta, é uma loucura total”, finaliza o multiartista que iniciou sua
trajetória nos EUA entregando pizzas e engraxando sapatos na Goldman Sachs.
Saiba mais sobre a Fumaça Preta e Joel Stones
Tropicalia
Infurs ocupa Z.Bra Hostel
Av. General San Martin, 1212. Leblon.
A partir das 19h30, entrada gratuita. Convide os seus amigos.
Av. General San Martin, 1212. Leblon.
A partir das 19h30, entrada gratuita. Convide os seus amigos.
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