domingo, 11 de setembro de 2011

#7

ArtRua: um "tapa" na Gamboa

Após quatro dias, a exposição ArtRua foi um sucesso e encerrada, mas ainda não acabou. O exemplo fica e as obras seguem nos muros, ilustrando em cores o abandono da região portuária.

Em paralelo à Feira Internacional de Arte Contemporânea do Rio de Janeiro (ArtRio), que ocorreu de 07 até 11/09, a mostra de “arte urbana” ArtRua agitou a zona portuária com uma instalação no Galpão Gamboa (Rua Pedro Ernesto, 29). Em quatro dias de programação, a exposição foi um sucesso, recebeu inúmeros visitantes e ainda deixou um belo legado para os moradores do local. Ou seja, a ArtRua foi encerrada, mas fica o bom exemplo e as inúmeras obras (grafites) espalhadas nos muros, que ilustram em colorido todo o abandono e descaso com a região portuária (agora “revitalizada”).


A idéia do ArtRua foi idealizada pelo Instituto R.U.A, com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro. O instituto foi fundado no ano passado, por André Bretas, Pedro Villela e Wagner Nascimento, para promover uma espécie de revitalização urbana através da arte da própria rua, caso do Mural Bambas da Lapa; Projeto um Olhar sobre as Pedras (um grafite com pedras portuguesas no chão); Projeto Romero Brito e Santa Crew; Pintura do Camarote da Sapucaí; Projeto Graffiti Tapume; Projeto Arpex Poste de Surfe e Pintura Decorativa na Secretaria de Conservação.


A instalação no Galpão Gamboa foi apenas um resultado e conseqüência do espaço que o grafite passou a ocupar dentro da sociedade. Agora, ele sai das ruas e passa a se valorizar em galerias e exposições. Porém, o papel da arte urbana vai além dessa “exposição”. “Muito mais do que uma exposição de arte, o ArtRua se propõe a ser um pólo cultural de incentivo ao intercâmbio artístico e depois de fazer várias revitalizações em diversas áreas do Rio, com o Instituto R.U.A. Vamos deixar essa cidade ainda mais maravilhosa,” explica André Bretas, um dos fundadores do Instituto R.U.A, da Galeria Huma e que há mais de 10 anos pesquisa tendências de arte urbana.


Reunindo alguns nomes já (re)conhecidos na cena Rio-São Paulo e, também, ao redor do mundo, o ArtRua levou até a Gamboa não somente o conceito de arte urbana, mas principalmente inclusão para uma área extremamente carente. No evento, além do que há de mais moderno em graffiti, stencil, poster art, sticker art, o público ainda poderia conferir instalações especificas, projeções, performances circenses, DJ’s, VJ’s e algumas bandas, todos reunidos em torno do novo significado que o conceito de arte urbana passou a ganhar (em todos os aspectos). Para ter noção, a mostra contou até com serviço de Van, que ligava os dois eventos (ArtRio e ArtRua).


Contrastando com um cenário de filme de terror, tipo de cidade fantasma e típico da região portuária, as coloridas obras dos famosos grafiteiros marcaram o local bem apropriado para a intervenção. Agora, ao andar pela Gamboa (o que é bem difícil, convenhamos), você poderá ver grafites de (Choque Cultural (SP), Babel, Galeria Movimento, HUMA, Instituto R.U.A): Akuma, Acme, Eco, Ment, SWK, Combone, Jou, Leo Uzai, Marinho, Tinho, TM1, Mateus Velasco, Zezão, Rafo Castro, Coletivo Gráfico, Big, Mack, Chivitz, Minhau, Muda, Piá, Gais, que recentemente teve obra leiloada na renomada Phillips de Pury, em Londres.


A marca foi registrada... com muito trabalho e sucesso. A mostra ArtRua ficou linda e tudo funcionou muito bem. Sendo assim, além dos parabéns, cabe até uma pergunta: Por que não dar continuidade ao Galpão? Ou quando teremos “galpões culturais” fixos e soltos em regiões esquecidas no Rio de Janeiro? Será que a única solução é UPP? ("Uh Povo Pode, seu governa a dor, só não esquece a arte, nem os arteiros"!!!)

Para quem quiser ver fotos "exclusivas" do evento, a dica é atravessar a linha amarela e dar uma olhada no Blog do fotógrafo Henrique Madeira !!!

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2 comentários:

  1. Evento incrível!!! O rio precisa de mais iniciativas como essa!
    Parabéns ao Ctrl+Alt+RIO pela cobertura!

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  2. muito bom seu post! só artista pesadão

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