Na contramão dos investimentos e leis de incentivo, a cena eletrônica underground carioca mostra sua nova cara e outros projetos curiosos. O tempo é de festa, boa!
No momento em que os olhos do mundo estão voltados para o Rio de Janeiro, que cada vez mais se afasta de suas maravilhas para ser internacional, os ouvidos do cenário musical poderiam não estar escutando muito bem, ainda mais se o assunto for música eletrônica. No entanto, a nova “cara” da cidade parece refletir positivamente nas pistas (de dança), que na resistência da noite a noite consegue surpreender e agradar os amantes da música de qualidade. Ou seja, além do notável amadurecimento, o “underground” carioca consegue garantir seu espaço e o que até pouco tempo atrás não havia: público interessado (em música).
Seria simples apontar falhas, traçar comparações e dizer que já frequentou lugares melhores, porém, para quem marca presença e acompanha o “submundo” carioca dificilmente não irá concordar que houve um amadurecimento considerável da cena. Aliás, até para quem quiser negar tal afirmação será difícil, pois a galera vem forte e vem com consistência, mostrando a “cara” e muitos outros curiosos projetos. O fato é que o lado "Alt" do eletrônico evoluiu e consolidou de maneira original suas festas, produções e DJs, que carregam nas costas toda a estrutura necessária para elevar as pistas à outras dimensões.
“O amadurecimento é gradativo, tendo em vista que a cidade se prepara para receber a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Assim, é natural que haja mais investimentos em diferentes nichos culturais. Grandes festivais de música já vêm acontecendo e, até lá, muitos virão, trazendo visibilidade e lucro. Mas, comparado com outros estados, a cena carioca ainda carece de investimento para ter uma constante programação de qualidade”, aponta o DJ e produtor Krishna Gomes, filho de Baby (do Brasil) e Pepeu Gomes, que assina o selo 11Hz Recordings e o projeto musical Freakslum, com Cícero Chaves, e atualmente o coletivo Brazilian Wax (ao lado do DJ Pedro Piu, Marcio Ribeiro e Felipe Benoliel, do Rio Neurotic Bass).
“O amadurecimento é gradativo, tendo em vista que a cidade se prepara para receber a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Assim, é natural que haja mais investimentos em diferentes nichos culturais. Grandes festivais de música já vêm acontecendo e, até lá, muitos virão, trazendo visibilidade e lucro. Mas, comparado com outros estados, a cena carioca ainda carece de investimento para ter uma constante programação de qualidade”, aponta o DJ e produtor Krishna Gomes, filho de Baby (do Brasil) e Pepeu Gomes, que assina o selo 11Hz Recordings e o projeto musical Freakslum, com Cícero Chaves, e atualmente o coletivo Brazilian Wax (ao lado do DJ Pedro Piu, Marcio Ribeiro e Felipe Benoliel, do Rio Neurotic Bass).
Em vez de pensar na comemoração do hexa ou esperar por uma medalha de ouro, um seleto grupo de artistas cariocas, quase no sentido literal da palavra, se destaca pela dedicação e seriedade dos trabalhos apresentados. Nesses últimos anos, eles hastearam a bandeira do pirata e fizeram do cenário eletrônico algo mais que interessante. Seja alternativa, underground ou pop de caveiras, a pista carioca possui algo único, que, inclusive, pode estar muito além do som. Mas, sem nenhuma dúvida, a evolução da sonoridade foi o estopim para todas essas mudanças. Um som original e comprometido se não posiciona a cidade dentro da rota internacional da música, já consegue chamar atenção até dos que estão mais longe.
“O amadurecimento é natural ao tempo e não seria diferente com a música eletrônica. A profissionalização foi algo necessário para a cena estar onde está hoje”, aponta Ricardo Estrella, outro “onipresente” DJ e produtor carioca, que iniciou sua caminhada ainda em 1998. “O cenário ainda não é o ideal, mas trabalhamos duro para alcançar isso. Motiva-me o fato de estarmos melhorando a cada dia, tanto nas musicas produzidas, quanto nas festas realizadas”, completa Estrella, que adianta algumas de suas apostas: o Rockerr, projeto dele com o produtor Kriptus “Nytron” Gomes, o Tea Lyrics, parceria do casal Flow & Zeo novamente com Kriptus. Aliás, o produtor, irmão de Krishna Gomes, apresenta outras parcerias curiosas: Born To Be, ao lado da DJ Vivi Seixas (filha do cantor Raul Seixas), e outra com a DJ Nana Torres, uma revelação da noite carioca.
Para quem começou em 1992 - no clube Kitschnet, um dos primeiros clubes cariocas com festas de música eletrônica underground -, o DJ dos DJs, Mauricio Lopes, acompanhou de perto (dentro) todas as possíveis mudanças da cena e ainda não perdeu o fôlego. Ao contrario, olha com entusiasmo para o futuro. “É fato que o público e o interesse pela música eletrônica é maior, mas infelizmente o investimento em eventos de qualidade ainda é pequeno”, afirma. No inicio do ano, após a última reforma do clube Fosfobox, de Cabbet Araujo, Mau reeditou a festa mensal Fosfolopes, que já havia realizado ao lado de Renato Lopes. Agora, a festa voltou apresentar um nome de peso (como Anderson Noise, Luiz Pareto e Murphy) todo mês no “porão” mais querido da cidade.
Até o final de 2011, muitas festas e atrações prometem empolgar os cariocas. Quem garante isso é o coletivo
No último fim de semana de outrubro , sexta-feira (28), a primeira edição do projeto Finest (uma iniciativa que envolveu a D.Edge Agency, a Tropical Beats, a 11Hz Records e a festa Rio Cabana) também pôde comprovar que a sonoridade do underground não está mais restrita aos "inferninhos", espécie de habitat natural. A nova festa, que contou o alemão Johnny D em sua noite de estreia, passará a ser realizada no conhecido e luminoso Café del Mar, localizado na orla de Copacabana, e contará com residência dos DJs Bruno Matera, Ricardo Estrella, Nana Torres, Pedro Piu e Marcelo Jesse, um "time de responsa" que dispensa comentários.
Em outra futura união dos núcleos Molotov21, Tropical Beats, Bootleg e
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