quinta-feira, 31 de maio de 2012

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“Cena Brasil” traz teatro gringo ao Rio

Desta sexta-feira (01) até o dia 11 de junho, a cidade do Rio de Janeiro vira palco do “Cena Brasil Internacional”, festival teatral que apresentará 23 espetáculos ao público carioca, sendo 14 nacionais e mais nove de companhias estrangeiras. Com 16 peças inéditas em sua programação, o evento será apresentado em quatro espaços: CCBB, Praça dos Correios, Casa França-Brasil e no restaurante Cais do Oriente. Os ingressos terão preços populares, de R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia), e algumas atrações ainda terão entrada franca. É para aplaudir de pé, sem dúvida!

Entre as companhias estrangeiras, aparecem a belga Point Zero, com “Três Velhas” e “A Escola de Ventriloquos”; a espanhola La Varanda, com “Ninguém quer Acreditar”, e a portuguesa Teatro Marionetas do Porto, que, com mais de 35 espetáculos no currículo, apresenta a peça “Frágil”. A National Theatre of Scotland, com suas montagens em locais incomuns, também marca presença no festival com “A Estranha Ruína de Prudencia Hart”, enquanto a programação ainda inclui mais duas companhias colombianas e uma chilena. Entre as nacionais, os destaques são os grupos Armazém Companhia de Teatro e o Amok Teatro, que fazem as estréias nacionais de “A Marca da Água” e “Histórias de Família”, respectivamente.

Além dos espetáculos, todas as companhias que participam do Cena Brasil Internacional também apresentarão uma série de workshops, residências artísticas, palestras e oficinas – todas abertas ao público. No desfecho do festival organizado pelo (ex)advogado e produtor teatral Sérgio Saboya, dia 11 de junho, o CCBB ainda sediará um grande fórum para selecionar as quatro companhias nacionais que serão premiadas com exibições em festivais internacionais, mais especificamente o de Avignon (França) e o de Edimburgo (Escócia). Mas, neste verdadeiro intercâmbio teatral, quem ganha mesmo é o povo, que, para incentivar eventos como esse, tem a obrigação de conferir... a programação completa em:  www.cenabrasilinternacional.com.br.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

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Mural Itália-Brasil pinta Gil e Vidigal

Quem passou pela Cinelândia neste início de semana certamente pôde reparar a nova cara do respirador da estação do metrô, na Praça Mahatma Gandhi. É que o painel de dez metros com a imagem de Gilberto Gil, que completa 70 anos agora em junho, não passa despercebida nem mesmo aos olhos de quem está habituado a andar apressado pelo local. Entre Ayrton Senna, Oscar Niemeyer, Carmem Miranda e Pelé, o artista baiano e ex-ministro da Cultura acabou sendo o escolhido para ilustrar o trabalho de Walter “Wally” Contipeli e da mulher, Alessandra “Alita” Montanari, do coletivo Orticanoodles, de Milão - ambos especialistas em estêncil com ícones pop, como comprova o presente dado ao cantor e ao centro do Rio.

A ação do casal italiano integra o projeto “Mural Itália-Brasil”, que explora a mistura de conceitos de arte urbana entre artistas de ambos os países e possui curadoria de Marco Antonio Teobaldo. Depois de passar por Brasília e Salvador, a parceria chegou ao Rio e ainda trouxe o paulista Ozi Duarte, que homenageou os cariocas com uma versão contemporânea de São Sebastião, o santo padroeiro da cidade. Inspirado na imagem de Pietro Perugino, um pintor renascentista do séc XV, o artista grafou o seu “Menino do Rio” no outro lado do (agora) famoso respirador do metrô Cinelândia. Além da intervenção no centro, o projeto também levou suas cores à comunidade do Vidigal, local que até pouco tempo atrás, assim como o tal do respirador, parecia passar despercebido pela cidade, ou era abordado somente em enquadros.

Surpresos com a segurança e a tranqüilidade da comunidade, o casal de artistas italianos, que ganhou notoriedade com retratos hiper-realistas de Frida Kahlo, Andy Warhol e Margaret Thatcher, subiram o morro como se estivessem em Milão para darem “toques especiais” nas paredes do Vidigal. Entre as ruas, becos e vielas, locais onde a arte habitualmente não costuma passar, aparecem a imagem do pintor espanhol Pablo Picasso, do artista e ativista social Keith Haring e da italiana Rita Levi-Montalsini, de 103 anos, Prêmio Nobel de Medicina. Já Ozi, que também marcou presença no Vidigal, apresentou um Lênin tirando truques da cartola, como se fosse um mágico nada simpático. Após percorrer as três cidades, o projeto será concluído com uma exposição contendo uma seleção de imagens dos trabalhos  realizados por todos os artistas envolvidos. Essa mostra deverá ser aberta ao público a partir do dia 25 de junho. Fiquem ligados, nas paredes!

Saibam mais sobre o “Mural Itália-Brasil”: http://muralitaliabrasil.com/

sexta-feira, 25 de maio de 2012

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Show! Fim de semana destaca boas opções

Além das esperadas apresentações dos Los Hermanos na Fundição Progresso, que estão com todos seus ingressos esgotados, o final de semana reserva pelo menos mais quatro curiosas opções de shows aos cariocas: o pernambucano Siba, no Oi Futuro; o casal Agridoce, no Teatro Rival; o eterno titã Arnaldo Antunes, no Circo Voador, e o novo trabalho de Isabela Taviani, no Citibank Hall. As dicas são boas, mas vale saber um pouco mais sobre os shows.

Dentro do projeto Levada Oi Futuro, que explora a diversidade da musica brasileira ao selecionar talentos com diferentes sutaques e vertentes, o pernambucano Siba, ex-Mestre Ambrósio e Fuloresta do Samba e um dos expoentes do manguebeat, chega ao Rio para lançar seu mais recente trabalho, o álbum “Avante”. Acompanhado de Antônio Loureiro (teclado), Leo Gervázio (tuba) e Serginho Machado (bateria), Siba (voz e guitarra) sobe ao palco do Oi Futuro Ipanema nesta sexta e sábado para apresentar suas novas músicas, "Ariana", "Preparando o Salto", "Brisa" e "Cantando Ciranda na Beira do Mar".    

Ao lado do guitarrista Martin Mendonça, a cantora baiana Pitty desembarca no Rio com dois shows de seu projeto “Agridoce”, que se afasta do rock acelerado para se aprofundar em uma sonoridade mais intimista e orgânica. Nesta sexta (25), o duo canta no Teatro Rival e, no sábado (26), atravessa a ponte para fazer um som no Bar do Meio, em Niterói. O repertório, marcado por uma marcante variação entre piano e violão, destaca letras em português, caso de "Dançando" e "20 passos", e em inglês, como "Say".

Já a cantora Isabella Taviani, que faz um único show nesta sexta no Citabank Hall, estreia a apresentação de seu novo álbum - “Eu Raio X”, produzido por André Vasconcellos. Com cenografia assinada por Sérgio Marimba, o espetáculo leva ao palco mais de 1500 radiografias enviadas por fãs, além das inéditas “A palavra errada”, “Deixa estar”, “Foto Polaroid”, “Digitais”, entre outras. No sábado, quem lançará um novo trabalho é o eterno titã Arnaldo Antunes, que volta ao Circo Voador com um show amparado nas músicas do “Acústico MTV” (CD e DVD). Agora, basta escolher o(s) preferido(s) e garantir seus ingressos.

Isabella Taviani - Citibank Hall
Av. Ayrton Senna, 3000. Barra.
Sexta, às 22h. Ingressos: de R$ 25 a R$ 180.

Siba - Oi Futuro Ipanema
Rua Visconde de Pirajá, 54 3º andar.
Sexta e sábado, às 21h. Ingressos: R$ 20.

Agridoce - Teatro Rival
R: Álvaro Alvim, 33, Cinelândia.
Sexta, às 19h30. Ingressos: R$ 50.

Bar do Meio
Av. Almirante Tamandaré, 810, Piratininga.
Sábado, às 22h. Ingressos: de R$ 30 a R$ 40.

Arnaldo Antunes - Circo Voador
R: dos Arcos, s/nº. Lapa.
Sabado, às 23h. Ingresssos: R$ 80.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

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Los Hermanos: na Fundição e nas vitrolas

Prevista para chegar às lojas nesta semana, a caixa especial com a discografia completa do Los Hermanos em LP teve sua primeira tiragem inteiramente esgotada ainda na pré-venda. Mas, por conta da imensa procura, a Polysom prensará mais 500 unidades. Antes da nova remessa chegar ao mercado, o quarteto de barbudos, que iniciou uma turnê nacional para celebrar seus 15 anos de história no final de abril, faz seis apresentações em casa, todas na Fundição Progresso. Os shows começam a partir desta quinta-feira (24) e se estendem até domingo (25, 26 e 27/05). Na próxima semana, o grupo retorna para mais dois extras (02 e 03/06).   

Supervisionada pela própria banda, a caixa “de luxe” Los Hermanos/Polysom reúne os quatro álbuns de estúdio da banda e mais um item exclusivo - justamente o álbum “Los Hermanos na Fundição Progresso”. Ou seja, além da linda caixa, são cinco álbuns em LPs de 180 gramas, sendo três duplos, “Bloco do Eu Sozinho” (2001), “Ventura” (2003) e “Los Hermanos na Fundição Progresso” (2007), e dois simples, “Los Hermanos” (1999) e “4”(2005). 

Com exceção do “Los Hermanos na Fundição Progresso”, que é exclusivo da caixa, os quatros LP’s da banda também podem ser encontrados separadamente nas lojas, como a da Polysom (www.lojapolysom.com.br). Para quem foi vítima do esgotamento recorde da caixa e, principalmente, das entradas para as apresentações na Fundição, o jeito é ir preparando as vitrolas, já que arrumar um espaço nesse show está difícil. Os ingressos estão esgotados, mas vale a luta.

Fundição Progresso
R: Arcos da Lapa, 24. (21)2220 5070
http://www.fundicaoprogresso.com.br

terça-feira, 22 de maio de 2012

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Videoinstalações em foco no Oi, Bang!


Pioneira na arte da investigação da fotografia e no uso associado à videoinstalação, a artista Ana Vitória Mussi, que desde o final da década de 70 já trabalhava com a diversidade e a superposição de técnicas, assina a autoria da exposição “Bang”, que entrou na grade de programação do Oi Futuro Flamengo nesta terça-feira (22/05). Fruto de uma investigação sobre modos de exposição e visibilidade da guerra, do homem em situações limites, “Bang” (como um tiro nos quadrinhos) fica aberta ao público até o dia 15 de junho.


Nesta exposição, Ana Vitória Mussi - que conviveu com artistas que iniciaram a videoarte no país, caso de Anna Bella Geiger, Letícia Parente, Sonia Andrade, Ivens Machado, Paulo Herkenhoff, Fernando Cocchiarale e Miriam Danowsky -,  trabalha dois elementos que sempre pautaram sua obra: a condição da imagem no mundo contemporâneo e nossa submissão aos seus encantos. Nas paredes da galeria, simultaneamente, a artista exibe um vídeo com cenas de filmes de guerras ficcionais e fotos de situações reais de guerrilha urbana em favelas do Rio.

Paralelamente à exposição, que possui curadoria de Marisa Flórido, será lançado um livro inédito sobre a obra da artista. Além de esmiuçar o universo criativo de Ana Vitória Mussi, este livro aparece como uma ótima dica de leitura para quem deseja compreender um pouco mais sobre as artes visuais contemporâneas produzidas nas últimas quatro décadas no Brasil.

No mesmo Oi Futuro Flamengo, mas no nível 2, ocorre a exposição do americano Bill Lundberg, outro pioneiro no campo das instalações de filme/vídeo. Com curadoria assinada por Alberto Saraiva e Ivair Renaldim, esta mostra, assim como a “Bang”, também é marcada pelo lançamento de um livro. Neste caso, o lançamento bilíngue exalta a vida e obra de Lundberg, reconhecido por abordar questões da condição humana em suas criações.

Oi Futuro Flamengo
R: Dois de Dezembro, 63. 3131 3060
De terça a domingo, das 11h às 20h. Livre.

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segunda-feira, 14 de maio de 2012

#39

Queremos: o circo entre lord e dragões

Segunda da série de três do "Queremos Sónar", a noite do domingo reservou Little Dragon e James Blake aos cariocas empolgados, dois memoráveis shows. Terça (15), teve Mogwai!

Em um atípico final de semana, que contou com apresentações de The Kooks, Seth Troxler e Chromeo, além da decidida decisão do Campeonato Carioca, os shows da banda Little Dragon e de James Blake poderiam muito bem passar despercebidos, ainda mais depois de um domingo (das mamis) de muita chuva. No entanto, para os “cariocas empolgados” que fizeram questão de presenciar as duas atrações, essa noite certamente ficará lembrada por uma positiva indagação: que som é esse? Foda, responderia aqueles que não se atrevem a definir a surpreendente mistura sonora desses artistas. Já quem achou todos esses nomes um tanto quanto estranhos, vale conhecer um pouco mais a respeito, já que esses artistas ainda deverão dar muito o que falar. Encerrando a série de três shows do Queremos (de arrecadação coletiva), que trouxe algumas atrações do Sónar SP para o Rio, a banda Mogwai também fez o Circo voar na terça-feira (15).


Mesmo com o Circo ainda vazio, com cerca de 200 pessoas, a banda Little Dragon entrou em cena a mil e já soltando a música “Looking Glass” - sucesso do segundo álbum, o elogiado “Machine Dreams” (2009). Liderada pela irreparável vocalista Yukimi Nagano – uma sueca de olhos puxados que chama atenção por sua voz e não pelos acessórios -, o quarteto parece deslizar em palco esbanjando entrosamento. Afinal, Yukimi, Erik Bodin (bateria), Fredrick Källgren (baixo) e Håkan Wirenstrand (teclados) são amigos desde os tempos de colégio. Após a música inicial e a excessão “Test”, do primeiro disco “Little Dragon” (2007), o show, que teve pouco mais de uma hora, se concentrou nas faixas do terceiro e último disco, “Ritual Union”(2011). “Brush The Heat”, “Shuffle a Dream”, “Little Man” e “Precious” - música que fechou a apresentação - foram algumas das escolhidas.


Para quem já conhecia a sonoridade da banda, o primeiro show no Rio foi rápido, faltou o “bis” e os hits (“Never Nerver”, “Runabout”, “Feather”, entre outras), porém, fez valer a espera e agradou o público. O forte do quarteto sueco é reproduzir no palco um som muito similar aos apresentados na gravação dos álbuns e uma sincronia precisa de sons e instrumentos. Às vezes, a banda mais parece um DJ comandando a pista; e o show uma verdadeira rave. “Um som que poderia ser trilha sonora de alguma exótica cidade alienígena”, como dizia no site do Circo. Além da parceria em duas faixas do “Plastic Beach”, último disco dos Gorillaz (que chamou a banda para uma longa turnê), o Little Dragon marca presença no recente disco do DJ Shadow e também em “Wildfire”, uma parceria com o inglês SBTRKT. Isso sem falar na memória dos que estiveram no show.


Após a montagem do palco e 15 minutos de espera, James Blake aparece para acabar com a ansiedade do público carioca. Discreto e sem perder a pose de “lord”, o jovem produtor inglês, atração mais esperada da noite, chegou ao Rio como uma das principais referências do que veio a se chamar pós-dubstep - um gênero influenciado pelos graves pesados e o clima sombrio do dubstep, mas que abraça outras influências da dance music e outros estilos, como jazz, soul e R&B. Com apenas um álbum lançado em 2011, James Blake, que se declarou fã de Little Dragon, se firmou na cena musical com o sucesso de duas faixas especiais, “Limit To Your Love” e “The Wilhelm Scream” – os pontos altos de sua apresentação. Em São Paulo, no Sónar, o artista de apenas 23 anos também atuou como DJ e  pôde mostrar um pouco de sua versatilidade. Comum show marcado por programações, distorções e sobreposições vocais, Blake, ao lado de mais dois musicos (baixo e bateria), "monta" suas canções com uma facilidade absurda. Apesar de ter sido curto - uma consequência do próprio repertório -, o show  durou o tempo suficiente para mostrar porquê James Blake é tido como um dos principais nomes da nova cena da música britânica.    


Circo Voador

Arcos da Lapa, S/N.  tel: 2533-0354

www.circovoador.com.br

Veja mais fotos em nosso 
Fakelook 

domingo, 13 de maio de 2012

#38

PXE: uma galeria a céu aberto

Com uma série de mais de 40 pinturas em quadros de luz, o designer carioca Márcio “PXE” espalha sua arte pelas ruas para dar forma a uma curiosa "galeria a céu aberto".
   
O formato e o tamanho até se aproximam das medidas de uma verdadeira tela, mas os quadros pintados pelo designer carioca Márcio “PXE” exploram um suporte mais inusitado e, principalmente, mais urbano: os quadros de luz que estão espalhados pelas ruas do Rio de Janeiro. Mesmo não sendo o único a aproveitar e dar uma nova cara a esse espaço cinza, PXE se destaca por ter já pintado uma série com mais de 40 “quadros” (de luz) - a maioria na zona sul, entre Copacabana, Ipanema e Leblon -, o que dá forma a uma verdadeira "galeria" a céu aberto. Apesar de ter menos de dois anos atuando como grafiteiro, Márcio usa uma mistura entre intimidade com a parede e traços experimentais para formar suas pinturas, que, por sinal, não ficam somente restritas às telas, ficam expostas na cidade.


“O primeiro contato com o spray foi nos anos 80, pixando pela zona norte. Mas essa onda durou apenas uns seis meses. Em dezembro de 2010, eu participei da Invasão Cultural no Complexo do Alemão e lá fiz meu primeiro grafite com a Odaraya “AV Ponto” e Bryan “Nata”. Logo depois, rolou um paredão para um grande festival de MPB na Marina da Glória. Em fevereiro de 2011, com as latas que sobraram desse trabalho, finalmente fui pra rua e sozinho. A partir dai não parei mais”, conta Márcio, que também explica o porquê das caixas. “Vi as caixas limpas no meu bairro e fui pintando... e assim fui montando a galeria PXE ao ar livre. De fevereiro de 2011 até hoje, já foram mais de 40 e, pelo menos, 20 delas ainda estão pintadas”, completa. O fato é que não é nada difícil encontrar um exemplar e, tampouco, seguir o exemplo.


Com formação em desenho industrial pela UFRJ e com um “escritório montado na praia”, Márcio PXE ainda não adotou o grafite como profissão, mas anda investindo alto nisso tendo intenção ou não. No entanto, como a maioria dos ativistas da arte urbana, ele não possui patrocínio, possui vontade e inspiração. “Quando tenho tempo, pego as latas que pago do meu próprio bolso e vou para rua pintar. A ideia é passar uma visão otimista da vida, fazer com que as pessoas dêem um tempo na correria para apreciar a arte, dar uma risada ou simplesmente pensar”, afirma o artista que difere seu trabalho com desenhos de seu imaginário e mais três letras: P X E. A originalidade também se sobressai no universo criativo de Márcio, que ilustra elefante ouvindo música, astronautas, mergulhadores, mulheres e, é claro, peixes – todos com algo em comum: o diferente.


Usando a cidade para expor seus trabalhos e, por conseqüência, divulgar o seu trabalho, PXE continua trabalhando em sua galeria e, segundo ele, também sendo correspondido. Para quem está pintando nas ruas e pagando do próprio bolso os custos desta aventura - que não são poucos -, a motivação é algo fundamental, o reconhecimento então nem se fala (mas se sente). “Sinto que as pessoas curtem e respeitam o grafite cada vez mais, independente da idade. A arte urbana cria uma relação mais íntima e mais próxima entre artista e público, além de acabar com a exclusividade e os privilégios. A arte simplesmente está aí, livre, pra quem parar e olhar”, conclui. Antes destinados ao despercebido, os quadros (de luz) se redescobrem na cidade e, de fato, viram quadros, assim como os dos museus – mas de verdade e nas ruas.


Veja mais imagens dos trabalhos de Márcio PXE.

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quinta-feira, 10 de maio de 2012

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Steel Pulse e The Wailers em Fundição

É praticamente impossível pensar em reggae e não ser imediatamente remetido à imagem de Sir Robert Nesta Marley, que, muito provavelmente, poderá ser visto novamente em ação com um daqueles novos shows em holograma – como o do 2 Pac, no festival Coachella. No entanto, a história do reggae roots, além de seu grande ícone, também foi contada por outras “lendas” que já partiram, caso de Gregory Isaacs, Augustos Pablo, Dennis Brown e Peter Tosh, e por outras que seguem na ativa_idade, como Skatalites. O fato é que poder assistir o show de uma banda formada na década de 70 é realmente um privilégio e, neste caso, para todos os cariocas. É que The Wailers e Steel Pulse se apresentam nesta sexta-feira (11) na Fundição Progresso - e sem óculos 3D.


Filhos da revolução de Handsworth, em Birgmingham (Inglaterra), e amigos desde os tempos de colégio, os Steel Pulse, que eternizam a mensagem do profeta Marcus Garvey em suas músicas desde 1975, o ano de sua formação, parecem preservar a mesma energia e motivação do início da carreira. A memorável apresentação que a banda britânica fez na Virada Cultural de São Paulo de 2011 pôde comprovar isso muito bem. Liderado pelo vocalista David Hinds, um dos integrantes fundadores, o grupo sobe ao palco com muita vibração e embalada por seus engajados hits, "Find it... Quick!", "Handsworth Revolution", “Back To My Roots” e "Stepping Out". Isso sem falar no carisma e na questão de interagir com o público local. 


Já a banda The Wailers (os lamentadores, em livre tradução), espécie de sobrenome extra de Bob Marley, já passou por muitas transformações ao longo de seus mais de 40 anos de palco, mas nunca perdeu seu compasso e sua magia. Reunindo Elan Atias e Koolant Brown (vocalistas), Aston "Family Man" Barrett (baixo), Keith Sterling (teclados), Anthony Watson (bateria), Audley Chisholm (guitarra), Chico Chin (trompete), Everald Gayle (trombone), Brady Walters e Cegee Victory (vocals) em sua formação atual, a banda se destaca ao resgatar alguns dos maiores êxitos de Bob em versões que sempre são capazes de surpreender. Trata-se de uma verdadeira família reggae music. Ou seja, é só chegar e esperar por sua favorita, seja banda ou música.

Fundição Progresso
Rua dos Arcos, 24. Lapa. (21) 2220 5070
Ingresso: A partir de R$30

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terça-feira, 8 de maio de 2012

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CCBB mostra Ingmar Bergman aos cariocas

Morte, solidão, fé e muitos outros temas que afligem e fazem parte da natureza humana sempre estiveram diante das lentes de Ingmar Bergman (1918 – 2007) – o maior cineasta de todos os tempos, segundo Woody Allen. Com intenção de (re)apresentar grande parte desta obra ao público carioca, o Centro Cultural Banco do Brasil apresenta a partir desta terça-feira (08/05) uma verdadeira retrospectiva da obra do diretor sueco, a maior e mais completa que o país já recebeu.

Até o dia 10 de junho, quando a mostra partirá para São Paulo, os cariocas poderão ver e rever 52 produções em tela grande e mais quatro documentários sobre a vida (o cinema) de Bergman, premiado sete vezes no festival de cinema de Cannes e vencedor de três prêmios Oscar de Melhor Filme Estrangeiro com “A Fonte da Donzela”, “Através de Um Espelho” e “Fanny e Alexandre” – que estarão na mostra. “O Sétimo Selo” e “Morangos Silvestres” também se destacam na programação, assim como “O Olho do Diabo” e “Rumo à Felicidade” – tidos como inéditos.

Além dos filmes vindos diretamente do Swedish Film Institute, a mostra Ingmar Bergman, que conta com curadoria de Giscard Lucas, ainda marcará o lançamento de um livro-catálogo com uma série de ensaios, entrevistas e filmografia ilustrada.  Para justificar de vez o peso "de mais completa", a retrospectiva também  será acompanhada de um encontro com o documentarista Stig Björkman (“Imagens do Playground” e “Mas o Cinema é Minha Amante”) e do curso "O Cinema de Ingmar Bergman", que será ministrado pelo crítico Sérgio Rizzo a partir do dia 29.

Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Primeiro de Março, 66 - Centro (21) 3808-2020
Funcionamento: de terça a domingo, das 9h às 21h.

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sábado, 5 de maio de 2012

#37

Vinil: uma feira da família música

Domingo é dia de feira, de vinil. Em sua quinta edição, o evento mostra que vai muito além da venda de discos e da garimpagem. Preparem suas vitrolas!!! 

Mesmo diante de todas as inovações da modernidade, onde um álbum já pode ser lançado em formato de aplicativo - caso de Biophilia, que resultou no prêmio de artista do ano a cantora Bjork no Webby 2012 (espécie de Oscar da internet) -, a realização de uma feira de vinil não gira nada estranho. Aliás, estranho seria se não acontecesse, ainda mais em uma cidade como o Rio de Janeiro. A lendária bolacha, que teve seu fim anunciado com a chegada dos Compacts (CD), continua exercendo sua resistência, convivendo com suas limitações e, o mais surpreendente, despertando interesse em novas e muitas pessoas. Com intenção de atender esse público e suprir uma necessidade do próprio mercado, a feira do vinil passou a ser realizada em diferentes capitais, sendo que a versão carioca foi iniciada somente em 2010. Agora, em sua quinta edição, o evento - que ocorre neste domingo (06), no Instituto Metodista Bennett -, questiona o porquê não foi realizado antes e ainda mostra que o vinil pode ser um programa para toda família.


 “O verdadeiro mistério foi entender porque o Rio de Janeiro nunca teve uma Feira de Discos antes”, exalta Maurício Gouveia, um dos idealizadores do evento e gerente do sebo Baratos da Ribeiro, onde ocorreu a primeira edição em 2010. “É incrível que o Rio, sendo a vitrine cultural do país como sempre foi, apesar de todos os inúmeros pesares, tenha saído atrás de tantas outras cidades, como São Paulo, BeloHorizonte, Curitiba e Goiânia, onde a feira conta com apoio da prefeitura”, completa. Para não deixar barato essa história, o portal Prefiro Vinil, criado em 2010 com a intenção de reunir lojistas do país inteiro, se prontificou a apoiar essa iniciativa e, a partir deste primeiro passo, a feira de vinil carioca começou a tomar forma, já que foi bem aceita pelas lojas da cidade e contou com a correria do agitador cultural Marcos “Spacecake” Oliveira. Antes de falecer no ano passado, vítima de um ataque cardíaco aos 43 anos, Marcos já havia plantado a semente para essa ideia dar muitos frutos e fixar suas raízes.


 “Por sorte Marcelo Maldonado sempre esteve próximo de nós, e seu recente envolvimento com a feira cultural da Praça São Salvador o contagiou com esse ideal de feira que extrapola o simples comércio. Maldonado também partilha com o Marcos de uma visão simpática a parcerias com o Poder Público. E, sinceramente, não vejo como chegarmos ao evento ideal sem a ajuda da Riotur (divulgando o evento em outros estados ou países) ou da Prefeitura (autorizando o uso de um espaço público, por exemplo)”, aponta Maurício Gouveia, que faz questão de exaltar: “Esta talvez seja a principal questão: os lojistas, as gravadoras, as distribuidoras, o pessoal da fábrica e mesmo as bandas precisam agir como parceiras que de fato são - querendo ou não -, já que o mercado só funciona bem se todas as suas engrenagens estiverem ‘bem lubrificadas’. Acho que só faltava mesmo alguém arregaçar as mangas. E cá estamos”. A feira pode até ter demorado a sair do papel, mas, depois de se “aprimorar na marra”, hoje faz bonito e vai muito além da busca pela bolacha perdida. 


Em sua quinta edição, a feira do vinil do Rio de Janeiro apresentará 45 stands (90 mesas) com expositores de todo Brasil, lojas virtuais e selos especializados, já que a ideia é reunir materiais diferentes. “É muito importante termos um stand especializado em heavy metal, como o Rock Station, ou um em reggae/dub, como o Digital Dubs. Assim como é imprescindível a presença da Polysom/Deck, que produzem as bolachas brasileiras. Já as lojas de fora (gringas), que também estarão presentes na feira – como a Tropicália In Furs (Nova York), de Joel Stones -, trazem LPs que raramente apareceriam por aqui”, exalta Maurício, que ainda avisa que o espaço, voltado para a formação de diálogos e novas amizades, contará com uma praça de alimentação, um espaço para apresentações de DJs e, quem diria, até uma área de lazer com recreadores para criançada deixar os pais garimparem à vontade. Afinal, os dinossauros do rock & pop (de Mick Jagger a Caetano Veloso) já são avós, o ‘colecionismo’ de LPs é um hábito que une gerações e o público típico da feira é o casal tatuado, de 30 a 40 anos, muitas vezes empurrando um carrinho de bebê”, completa.


A ideia da feira de vinil do Rio de Janeiro é agradar quem gosta de caçar raridades e também quem gosta de música e não está interessado somente em comprar. Nesta edição, para consolidar seu formato e sua missão, o evento contará com a participação do jornalista Sílvio Essinger (autor de vários livros sobre música), o portenho Diego Ernesto (cantor da banda de ska Dulces Diablitos), o DJ Great Guy (morador do Flamengo) e o coletivo Grave Music (liderado pelo pesquisador André Mansur), além de colecionadores que começaram por diversão - caso do jovem casal Gabriel Almeida e Mylena Shapovalov. Apesar dos consideráveis avanços desta quinta edição da feira, Maurício ainda aponta algumas questões fundamentais para o mercado do vinil se consolidar:  melhor oferta de vitrolas e preços acessíveis são pontos fundamentais, além lançamentos de novos LP´s. “Quem realmente contribui para a revitalização do vinil são selos como a Vinyl Land, que lançou Karina Buhr, Tulipa Ruiz e  B Negão, por exemplo, e a Deck/ Vigilante, com Volantes, Vivendo do Ócio, Pitty, Cachorro Grande e muitos outros”, afirma o organizador. Domingo é dia de feira, de vinil e da família!!!

Instituto Bennet - das 12h às 20h   
R. Marquês de Abrantes,55. Flamengo (próximo ao metro)
Entrada franca

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sexta-feira, 4 de maio de 2012

#36

Phunk: é Lucas Santtana de DJ

Celebrando dez anos de resistência e pista cheia, a festa Phunk, que será realizada neste sábado, no Espaço Acústica, exibe o musico no comando das pick-ups. Vamos?  

Fazer a festa no sentido literal da palavra, ao contrário do que se imagina, não é uma tarefa tão simples quanto parece. Agora, imaginem fazer com que essa festa continue surpreendendo e atraindo a atenção do público por dez anos. É, de fato, são poucas as que conseguem estampar um “10 Anos” nos flyers de uma edição. Esse é o caso da festa Phunk, que, desde sua primeira edição em 2001, veio se reinventando até se transformar em uma das festas mais eclética e badalada do cenário alternativo carioca, algo muito além dos rótulos de festa black ou old school. Para firmar essa conquista e continuar comemorando essa marca, a próxima edição da Phunk, marcada para este sábado (05), no Espaço Acústica, contará com seus DJs residentes, Artur Miró, Coisa Fina e Saens Peña; com os VJs Simpla, Timba e Milena Sá, e com um convidado especial para animar ainda mais a noite: o cantor, compositor e multiinstrumentista Lucas Santtana, que volta a assumir as pick-ups da festa para mostrar seu trabalho também como DJ – “uma espécie de serviço comunitário”, como ele mesmo define.


Com mais de dez anos de carreira e muita bagagem, Lucas Santtana - que acaba de voltar de uma turnê pela Europa, onde fez 12 shows em seis países diferentes -, lançou seu quinto disco de estúdio, “O Deus que Devasta mas Também Cura”, ainda neste ano. Assim como outras presentes neste álbum, a faixa título foi feita em parceria e, neste caso, com Gui Amabis, para o disco “Memórias Luso-Africanas (2011). Diferente de seus quatro trabalhos anteriores, este novo disco, que reúne oito musicas autorais e duas releituras, não contou com uma pesquisa musical especifica e acabou surgindo de maneira natural, “fruto das próprias canções”, revela o musico. “Elas possuem algo em comum, uma certa proximidade. Todas contam com letras bem divertidas. Só vestimos as canções e trabalhamos as camadas orquestrais”, afirma Lucas, que também assina a produção do álbum, mixado por Buguinha Dub e masterizado por Gustavo Lenza. Para completar, o novo disco de Lucas Santanna ainda destaca inúmeras participações, caso de Céu, Letieres Leite & Orkestra Rumpilezz, Curumin, Kassin, Gustavo Ruiz, Gui Amabis, Guizado, Maurício Fleury (Bixiga70), Marcos Gerez (Hurtmold), Rica Amabis e de Josué Santtana, seu filho de nove anos e autor do livro “ABC de Josué”.


Como não poderia deixar de ser, “O Deus que Devasta mas Também Cura” também marcará presença na Phunk, que servirá de base para o lançamento do clipe de "Para Onde Irá Esta Noite?", dirigido por Elimio Domingos (a.k.a DJ Saens Peña) - o mesmo do conhecido “Cira, Regina e Nana”, do disco “Sem Nostalgia” (2011). Neste novo, todo filmado em preto e branco, o cantor aparece ao lado da atriz Natalia Lage em uma festa em Santa Teresa, quase uma Phunk – que, por sua vez, já passou por quase todas as casas noturnas do Rio de Janeiro, incluindo o inesquecível Bola Preta (palco oficial da festa de 2005 até 2008 e em 2010/11). Agora, embalada por sua característica mistura entre os sons das antigas (soul/funky) e ritmos “atuais” (break beat, bass e dub), a festa invade o Espaço Acústica - por oferecer melhores condições ao público, segundo seus organizadores -, com Lucas Santtanna no comando das pick-ups. “Gosto de tocar as músicas que eu gosto e as músicas que as pessoas gostam também. Ao meu ver, ser DJ é um serviço comunitário: é tocar para as pessoas dançarem e ficarem felizes”, avisa Lucas, que já se apresentou como DJ na Phunk edição de 9 anos. Confira o vídeo abaixo, é Phunk!. 



Espaço Acústica
Praça Tiradentes,nº2 e 4 - Centro/ 21 2232-1299
Ingressos: 
R$20 antecipado 
R$30 lista até 01h (festaphunk@hotmail.com)
R$40 na hora

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quarta-feira, 2 de maio de 2012

news

“Rio Limpo” livra cidade dos anúncios

Sabe aqueles imensos anúncios publicitários que estão espalhados por todo Rio de Janeiro? Pois bem, finalmente eles estão com seus dias contados. Com intenção de livrar a cidade dessa verdadeira poluição visual, o prefeito Eduardo Paes assinou nesta quarta-feira um decreto que passará a regular e restringir grande parte das propagandas vistas nas ruas do centro e da zona sul. Trata-se do irônico “Rio Limpo”.

Inspirada na Lei Cidade Limpa, sancionada em São Paulo em 2007, este decreto (versão carioca da lei do Kassab) proibirá anúncios em outdoors, marquises e no alto dos edifícios com a criação da Zona de Preservação Paisagística e Ambiental (ZPPA). A medida, que não deverá interferir nos anúncios da prefeitura, também abordará os letreiros de lojas, bares, restaurantes, bancos e shoppings, que passarão a ter tamanhos de um e meio, quatro ou dez metros quadrados, variando de acordo com a largura da fachada do imóvel.



Apesar do suposto rigor, a nova lei carioca é mais branda do que a paulistana e não inclui toda a área da cidade, nem os anúncios veiculados em ônibus e táxis. — "A legislação que rege a propaganda no Rio é uma colcha de retalhos, um verdadeiro sururu (como quase todas as outras). Ninguém entende. Assim como o Cidade Limpa de São Paulo, o Rio Limpo é radical e simples. Todo mundo vai poder fiscalizar", afirmou Paes. E vocês, o que acharam dessa nova medida?

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