segunda-feira, 30 de abril de 2012

news

Viradão faz viradinha no final de semana

Chegando a sua terceira edição, o Viradão Carioca - mesmo distante do nível da Virada Cultural de São Paulo, que serviu de inspiração para a criação do evento no Rio de Janeiro -, promete contagiar os cariocas entre os dias 4, 5 e 6 de maio com mais de 60 atrações confirmadas, incluindo Erasmo Carlos, Kid Abelha, Thaís Gulin, Mulheres de Chico, Monobloco e uma homenagem ao Clube da Esquina - com Lô Borges, Beto Guedes e Flávio Venturini. 

A edição 2012 do Viradão Cultural, evento promovido pela Riotur em parceria com a Globo Rio, espera empolgar os cariocas com apenas quatro palcos espalhados pela cidade: Arpoador, Bangu, Quinta da Boa Vista e Quiosque Globo Rio, que será instalado na praia de Copacabana. Este último, ao contrário dos demais, não destaca nenhuma atração musical e fica reservado somente a exibições de humoristas (Zorra Total) – com exceção da banda Marcial dos Fuzileiros Navais, que se apresenta no domingo às 9h.

Entre as atrações do Viradão, que se apresentam entre as 10h e 03h10 - de acordo com o palco -, também aparecem Arlindo Cruz, Ana Carolina, Lulu Santos, Cidade Negra, Raimundos, Detonautas, Sepultura, Dead Fish, MV Bill, entre outros – caso de Luan Santana, Fiuk e Gusttavo Lima. A festa ainda contará com atividades infantis, batalhas de Rap e de Passinho, além da participação das atrações BWG e Titica, que chegam de Angola para misturar o funk carioca com o falado (de) kuduro.

Acompanhe nossa página no Facebook e Twitter

Confira a programação do Viradão Carioca 2012:

Sexta-feira – 04/05
Palco Arpoador
17h00 – 4 Cabeça
18h45 – Michael Sullivan
20h30 – Homenagem Clube da Esquina (Lô Borges, Beto Guedes e Flávio Venturini)
Palco Quinta da Boa Vista
18h00 – Set DJ
19h00 – Batalha do Passinho
20h30 – Luan Santana
Palco Bangu (Praça das Juras)
18h00 – Set DJ
19h00 – Batalha do Passinho
20h45 – Batuk D Gueto
22h30 – Samba de Raiz (nomes a serem confirmados)
00h15 – Arlindo Cruz
02h00 – Monobloco
Palco Quiosque Globo Rio (Praia de Copacabana)
18h às 22h – Faixa de humor / Stand Up Comedy
Sábado – 05/05
Palco Arpoador
17h00 – Faixa de humor / Stand Up Comedy
18h00 – Rogê
19h30 – Mulheres de Chico
20h00 – Rio Samba N Roll
21h30 – Kid Abelha
Palco Quinta da Boa Vista
20h45 – Rancore
22h30 – Korzus
00h15 – Sepultura
Palco Bangu
18h00 – Hawaianos
18h30 – Titica (Angola)
19h00 – Mc Anita
20h30 – Arlindo Neto
22h00 – Erasmo Carlos
23h45 – Lulu Santos
01h15 – Pique Novo
02h30 – BWG (Angola)
03h00 – Márcio G
Palco Quiosque Globo Rio (Praia de Copacabana)
17h às 22h – Faixa de humor / Stand Up Comedy
Domingo – 06/05
Palco Arpoador
16h00 – Final do Campeonato Carioca no Telão
17h00 – Thais Gulin
18h45 – Pedro Luís
20h30 – Lulu Santos
Palco Quinta da Boa Vista
10h00 – Galinha Pintadinha
11h30 – Palhaço Topetão
16h00 – Final Campeonato Carioca no Telão
17h00 – Fiuk
18h00 – Naldo
19h45 – Ana Carolina
21h30 – Gusttavo Lima
23h00 – Jammil
Palco Bangu
16h00 – Final Campeonato Carioca no Telão
18h00 – Banda Bolk
19h00 – Cidade Negra
20h45 – Detonautas
22h30 – Dead Fish
00h00 – Raimundos
Palco Orla de Copacabana
09h00 – Banda Marcial dos Fuzileiros Navais

domingo, 29 de abril de 2012

#35

Vidigalo: é Vidigal 100 Segredos

Formado por um alemão e um português, o estúdio de design Vidigalo lança o primeiro mapa turistíco da comunidade; a ideia é eliminar a divisão entre morro e asfalto.  

Após descer na Niemeyer, subir a Presidente João Goulart, passar pelo Ninho do Urubu, dobrar à direita no Pastel do Céu e chegar à rua do bar Carlão, você poderá encontrar facilmente a casa onde funciona a Vidigalo, um estúdio de design e comunicação formado pelo alemão André Koller e pelo português Gonçalo Pires - ambos bem “acariocados”. No entanto, para quem não está habituado a circular pelo Vidigal, essa tarefa não seria tão simples assim, já que o local, além do antigo estereótipo de “área de risco”, não possui uma identificação clara de suas ruas e vielas. Ou melhor, não possuía. Isso porque, a dupla de designer gráfico e web designer, que já mora no Vidigal há dois anos, resolveu iniciar um projeto de mapeamento do morro pensando em divulgar tudo o que essa surpreendente comunidade pode oferecer aos visitantes e moradores. Assim, nasceu o primeiro mapa de bairro do Vidigal, intitulado “Vidigal 100 Segredos”. “Pensamos em divulgar o estúdio com um material que fosse útil aos moradores e que também contrariasse essa perspectiva negativa da comunidade. Sempre gostei de trabalhar com infográficos, e a ideia de mapear a comunidade apareceu como uma boa opção e também uma necessidade. Além de apresentar aos moradores o local onde eles moram, o mapa também acaba incentivando o desenvolvimento do comércio e dos espaços culturais da região”, afirma André, que ainda brinca: antes nem as encomendas Sedex chegavam aqui em casa (o Q.G. do Vidigalo).


Com dois meses do trabalho e nenhum patrocínio, seja privado ou por parte da prefeitura, André resolveu levar o mapa para dentro da comunidade e buscar o apoio dos comerciantes locais, que, ao pagarem por um espaço de anuncio na contracapa, passariam a financiar grande parte dos custos do Vidigal 100 Segredos. O mapa, que a principio teria distribuição gratuita, passou a ter um valor simbólico de R$ 3,00 para não parar no lixo - como aponta André, que, por sua vez, repassa os mapas aos donos dos estabelecimentos sem nenhum custo para que eles possam resgatar o valor investido na publicidade ou presentear seus clientes. Desta forma, as pessoas interessadas em distribuir o mapa, sendo comerciantes ou não, ainda “fazem um dinheirinho” e, principalmente, divulgam esse interessante trabalho desenvolvido pelo estúdio Vidigalo. No papel, sem ladeiras e locais de difícil acesso, a proposta parece fácil e simples de ser realizada, mas, na realidade, o desafio foi árduo e fruto de muito suor - literalmente. “A principal dificuldade encontrada para realizar o mapa foi a falta de apoio. As empresas (como o Sheraton) e a prefeitura não pareceram interessadas em investir neste projeto, talvez por se tratar de algo muito inédito. O fato do mapa ter um preço simbólico agrega valor, faz com que ele não vá para o lixo e ainda acaba sendo uma fonte de renda para as crianças do morro, que podem vender aos turistas e ganharem um dinheiro para o sorvete, a pipa e o que quiserem”, declara o “carioca” de Wolfsburg, que deixou a Alemanha há dez anos e hoje, de fato, já é brasileiro.


Além da falta de patrocínio, o mapa, que apresenta uma tiragem de 4 mil exemplares em sua primeira edição, enfrentou muitas outras adversidades até conseguir ser impresso. As vielas e becos com esgoto a céu aberto da parte alta, difíceis de serem catalogadas até pela prefeitura, foi uma delas, assim como as rápidas transformações do comercio local – a oficina do Jô, por exemplo, se transforma em pista de dança nas noites do final de semana e, o melhor, com ótimas festas (Lamparina). Ao percorrer o morro de cima a baixo, o expedicionário alemão encontrou lugares de difícil acesso, presenciou batizado de bares que não tinham nome - como o da “Ana” -, enfrentou a desconfiança de alguns proprietários e conheceu muitos projetos e pessoas interessantes, como conta: “O Vidigal também possui suas próprias divisões. A parte alta (invadida) e a parte baixa (loteada) apresentam certos contrastes. Tempos atrás, a avenida dividia o morro e cada lado era dominado por uma facção diferente. Mas, no geral, é uma comunidade muito rica em sua diversidade. Aqui existem muitos pontos de cultura - como o Teatro Vidigal e o Nós do Morro -, e vivem muitos artistas, muitas pessoas ligadas à cultura e interessadas em trabalhar esse conceito. Muitas coisas mudaram desde que cheguei aqui e, certamente, essa mudança fará do Vidigal uma área ainda mais acessível ao turismo, o que também justifica a elaboração do mapa. A região está se desenvolvendo economicamente, e a euforia do povo nas ruas reflete isso. Mas, o importante é que a comunidade nos abraçou e sempre se mostrou participativa em relação à proposta do mapa e aos demais”.


A ideia de mapear o Vidigal adentro, que até pouco tempo atrás poderia representar um evidente risco de vida, hoje consegue trabalhar muito bem como o conceito da inclusão, tanto dos moradores como a do próprio bairro – antes marcado pelo domínio do tráfico e pela ausência do Estado. “A maioria dos mapas estabelecem limites territoriais, enquanto o Vidigal 100 Segredos segue um caminho oposto, ou seja, busca eliminar a linha existente entre morro e asfalto”, declara o alemão. Assim como o empresário teuto-brasileiro Hans Stern, que deu nome ao mirante do Vidigal (e não Leblon) - como defende André -, a dupla também seguia para o trabalho de fusca. Do alto Leblon, onde moravam, até a Barra, o carro sempre ratiava e acabava  precisando de reparos. Assim, a dupla conheceu o Vidigal e o mecânico Décio, proprietário da casa onde a Vidigalo começou sua história.  Dois anos depois, o estúdio, antes de lançar a segunda edição do mapa (daqui a três meses), mantém a colaboração com outros projetos dentro da comunidade, como o trabalho da VDGTV – a televisão do Vidigal -, do parque ecológico Sitiê e um evento cultural no Armazém de Ideia, onde todas as sextas Gonçalo exerce seu lado musical e se apresenta em uma jam session com músicos da banda Cacumbú, entre sessões de poesias e outros trabalhos. É pegar o mapa e subir morro sem medo de ser feliz...


*No dia 18 de junho, dia oficial da visitação da Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável e economia verde) ao Vidigal, o mapa da agência Vidigalo, que integra essa comissão de moradores, terá sete copias ampliadas e espalhadas por diferentes pontos da comunidade para auxiliar as pessoas que estarão participando do evento. 

Informações sobre o mapa e outros serviços: http://www.vidigalo.com/

Acompanhe nossa página no Facebook e no Twitter

quinta-feira, 26 de abril de 2012

news

Mostra rememora ‘um século de John Cage’

Há exatos 100 anos, nascia o artista que mudaria o sentido da música e da própria arte ao explorar sua relação com o inexistente, com o cotidiano, com as imagens, com os barulhos e ruídos e, principalmente, com o que a principio não possui um enquadramento - o silêncio, por exemplo. Trata-se de John Milton Cage Jr., um “musico-poeta-pintor” vanguardista e tema da exposição “Begin Anywhere – Um século de John Cage”, que será apresentada a partir de sábado (28), no Museu de Arte Moderna (MAM).


Em homenagem ao centenário de nascimento do artista, a mostra, que conta com curadoria de Luiz Camillo Osorio e Vera Terra, resgata um pouco de sua história e genialidade. Com cinco partituras gráficas de Cage e mais nove obras do acervo do MAM, que, direta ou indiretamente, dialogam com sua poética. Entre os artistas selecionados, aparecem Pollock, Beuys, Rauschenberg, Vostell e Albers, além dos brasileiros Mira Schendel, Guilherme Vaz e Paulo Vivacqua.

Integrante do movimento Fluxus, formado por artistas plásticos, literatos e músicos, Cage ficou marcado pelo uso não convencional de instrumentos (muitas vezes inexistentes), pelo seu pioneirismo na música eletrônica, pela relação com as artes visuais e pela célebre composição 4’33’’,  uma partitura de três movimentos: chegar, se posicionar para tocar e permanecer parado por quatro minutos e 33 segundos. Apareçam lá e, de quebra, ainda confiram na programação duas performances de obras desse...   

Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (2240-4944)
Av. Infante Dom Henrique, 85. Prq. do Flamengo.
Ter/Sex, 12h às 18h. Sáb/Dom. e feriado, 12h às 19h.
De 28 de abril até 20 de maio. Entrada: R$ 8,00.

Acompanhe nossa página no Facebook e no Twitter

terça-feira, 24 de abril de 2012

news

Mostra fotográfica leva Rio+20 à praça

Com intenção de chamar a sociedade para um amplo debate sobre meio-ambiente, a Rio+20, conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável e economia verde, apresentará aos cariocas uma série de eventos e atrações antes mesmo de sua realização – de 13 a 22 de junho. Nesta semana, por exemplo, uma exposição fotográfica promete chamar atenção do público e, acima de tudo (literalmente), alertar sobre a importância do tema com fotos em grandes dimensões.

Trata-se da “A Terra Vista do Céu”, que, como o título já adianta, apresenta 130 fotos de paisagens naturais obtidas de um ângulo pouco comum: de um helicóptero. Depois de passar por 110 países, a exposição ocupará a Praça Floriano, na Cinelândia, onde poderá ser vista todos os dias e, inclusive, de noite. Em paralelo à mostra, que vai desta sexta até o dia 24 de junho, o Centro Cultural Justiça Federal exibirá sessões gratuitas do filme “Home – Nosso Planeta, Nossa Casa”, de Arthus-Bertrand, autor das fotos da exposição.

O francês Yann Arthus-Bertrand, que tomou gosto pelas fotos aéreas a partir de um pequeno biscate como piloto de balão, é responsável por impactantes imagens de plantações, desertos, ilhas e vulcões e também um reconhecido ativista ambiental. Presidente da fundação Good Planet, Arthus-Bertrand também esteve presente na Rio 92 e, logo após sua visita ao Rio, iniciou uma viagem de oito anos ao redor do mundo, a mesma que deu origem ao seu emblemático livro “La Terra Vue du Ciel”, lançado em 2000, e à mostra. Nesta quinta (26), às 12h, ele marcará presença em um encontro com fotógrafos cariocas no cine Odeon.

Acompanhe nossa página no Facebook ou no Twitter

segunda-feira, 23 de abril de 2012

news

ArtRio anuncia novidades além da feira

A Feira Internacional de Arte Contemporânea do Rio de Janeiro, que em sua primeira edição reuniu 46 mil pessoas no Píer Mauá, voltará mais ambiciosa em 2012. Além de dobrar seu espaço físico, receber outras 40 galerias (120 no total) e contar com um orçamento de R$ 9 milhões - R$ 3,5 milhões a mais que em 2011 -, a ArtRio confirmou o lançamento de seu próprio portal de notícias e a realização de um ciclo de palestras. Agora, o lema é: “O Rio é arte. O tempo todo. Em toda parte”!!!

Com a confirmação de tais novidades, a ArtRio 2012, que será realizada somente entre os dias 13 e 16 de setembro, deixa de ser uma feira de três dias para se tornar uma referência no cotidiano cultural da cidade – como afirmaram à imprensa Luis Calainho e Brenda Valansi, dois dos quatro sócios do evento. O endereço eletrônico da feira (www.artrio.art.br), que também sairá em forma de aplicativo para iPhone, estará disponível ao público a partir de maio.

Reunindo informações sobre a feira, notícias do mundo das artes e conteúdos exclusivos, como, por exemplo, dicas de “circuitos artísticos” com espaços públicos, a página da ArtRio promete levar o evento para o além, além de uma simples feira de arte contemporânea. Tanto é que o projeto 2012 ainda promoverá um ciclo de palestras, que será realizado a partir de junho, no Parque Lage, na Casa do Saber e em tendas culturais da prefeitura.   

Acompanhe nossa página no Facebook e no Twitter

quinta-feira, 19 de abril de 2012

#33

IMS: mostra Tutto sobre Fellini

Reunindo desenhos, fotos e filmes, a mostra Tutto Fellini, um retrato único de um dos maiores gênios do cinema, seguirá em cartaz no Instituto Moreira Salles até 17/06.

Após passar muito bem por Paris, San Sebastián, Moscou e Toronto, a mostra Tutto Fellini, uma verdadeira retrospectiva por trás das câmeras de um dos maiores gênios do cinema, presenteia os cariocas com uma longa temporada no Instituto Moreira Salles, o lindo casarão que um dia foi de Walter Moreira Salles – famoso advogado, banqueiro, diplomata, ministro da Fazenda e pai de quatro filhos, entre eles o cineasta Walter Salles (Júnior). Mas já que o assunto é cinema vamos falar de Federico Fellini, o principal foco desta imperdível exposição que ficará no Rio de Janeiro até o dia 17 de junho. Depois, a mesma segue para São Paulo, onde será apresentada no também imenso Sesc Pinheiros. L'azione!!!



A mostra, que conta com curadoria de Sam Stourdzé - diretor do Musée de l’Elysée, em Lausanne (na Suíça), se destaca por reunir não somente filmes e trechos, mas por conseguir apresentar ao público inúmeras e raras fotografias de bastidores, as primeiras charges feitas por Fellini nos jornais italianos, desenhos em que o diretor descrevia seus sonhos, alguns clássicos cartazes, entrevistas inéditas e, como se não bastasse, sessões de debates com alguns José Wilkers de plantão. Além de reunir um considerável acervo, Tutto Fellini também se destaca por buscar uma contextualização desse verdadeiro gênio através de aspectos íntimos de sua vida pessoal, da sua relação com o trabalho e da influência de sua obra na sétima arte e na sociedade.



Com o propósito de facilitar a compreensão do espectador, a mostra é subdividida em quatro temas. Cultura Popular destaca Fellini ainda no início da carreira, com caricaturas e roteiros, até seu primeiro filme como codiretor, “Mulheres e Luzes”. Esta ala também mostra todas manifestações culturais presentes na obra do diretor, caso do circo, das festas religiosas e das fotonovelas - base de seu segundo filme, “Abismo de um Sonho”. O segundo tema é Fellini em Ação, que, como o nome já adianta, foca os sets de filmagens de muitos filmes, como “8½” e “Casanova”, e sua celebre parceria com o músico Nino Rota. O terceiro aborda uma paixão do cineasta: A Cidade das Mulheres, “exaltando” mães, prostitutas, ninfomaníacas e outras. Além disso, essa ala presta homenagem à diva Anita Ekberg (de “A Doce Vida”, “Boccaccio 70”, “Os palhaços” e “Entrevista”) e Giulietta Masina (“A Estrada da Vida”, “Noites de Cabíria” e “Ginger & Fred”), sua esposa por exatos 50 anos. O último é A Invenção Biográfica, que imortaliza seus personagens - como Snàporaz, alterego do diretor interpretado por Marcello Mastroianni no filme “Cidade das Mulheres”, e esmiuça o Livro dos Sonhos, uma reunião de desenhos feitos por Fellini durante 30 anos (1960 e 1990) a partir de seus sonhos. É um delírio para os cinéfilos.



Entre voo de helicoptero com cristo redentor sobre Roma, cenas de Matroianni com Anita Ekberg na “Fonte da Juventude” e histórias bem peculiares - como a de seu pernsonagem Paparazzo, que deu nome ao termo -, a exposição, parte do calendário do Momento Itália/Brasil 2001/2012, é capaz de nos apresentar um Fellini que ainda não conhecíamos, com certeza. “A mostra evidencia que o que interessa a Fellini não é a realidade em si, mas a percepção da realidade. Parece que, através de seus filmes, ele quer nos dizer que o cinema é um instrumento intermediário entre a realidade e a percepção que temos dela”, afirma o curador da mostra em comunicado.  É Tutto Fellini bello, bello. Buoni visita amici!


Exposição Tutto Fellini: até 17 de junho.
Horário: de terça a sexta, das 13h às 20h.
Sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h.
Entrada: franca (mente). Classificação livre
De terça a sexta, às 17h, visita guiada pela exposição.

Instituto Moreira Salles – Rio de Janeiro
Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea
Tel.: (21) 3284-7400/ (21) 3206-2500


Acompanhe nossa página no Facebook e Twitter 

quarta-feira, 11 de abril de 2012

#32

Letuce: uma banda feita a dois

De namoro à revelação da cena indie, a banda Letuce se diferencia por sua ousadia sonora e pela relação de amor: à música. Nesta sexta 13, o show será no Studio RJ!!!

Manja aquelas bandas formadas por casais apaixonados? Pois bem, essas geralmente são mais intensas, mais íntimas e, até por conseqüência da relação carnal, mais sólidas em seus conceitos – apesar de que quase todas as bandas, no ideal de amor à música, também acabam vivenciando espécies de namoros (com ou sem sexo). A banda Letuce, formada por Letícia Novaes e Lucas Vasconcelos, pode aparecer como uma opção de resposta para a pergunta citada e também exemplificar como a paixão pode influenciar o processo de criação musical.“É exatamente por ai. Nunca vejo ninguém perguntar para um homem que toque com os amigos numa banda qualquer: ‘oi, Samuel Rosa, se você brigar com o Lelo, a banda termina?’ E isso é amor; amor carnal, sexual e fraterno. É tudo amor, tudo com sua própria dinâmica. Mantemos a sorte que é se apaixonar por quem se apaixona por você. Fazemos música juntos e "so far, so good", afirma Letícia, que nesta sexta-feira (13) se apresenta, ao lado do namorado e de mais um convidado fantasma, no Studio RJ, no Arpoador. Se não da azar, rs.


Desde o início do namoro e do primeiro álbum, “Plano Para Cima dos Outros e Para Cima de Mim” (2009), até o lançamento de seu elogiado segundo álbum, “Manja Perene" (2012), a banda ganhou reconhecimento, maturidade e deixou de ser uma brincadeirinha musical apaixonada para se transformar em uma aventura musical apaixonante, hoje já com certo e merecido destaque na “cena alternativa”.  “No primeiro disco, que compusemos juntos ao violão, estávamos numa fase apaixonante e curiosa, fase de descobertas e afins. Hoje em dia, 5 anos e meio juntos e depois, temos outra vida, portanto nossas composições são outras também. A Terra gira, muda, mas permanece Terra. Nosso amor mudou, mas também permanece amor. No segundo disco, por exemplo, contamos com um baixista e um baterista no processo criativo e foi maravilhoso. Viver numa bolha só faz sentido mesmo naquela fase inicial (e quase demente) da paixão”, ironiza o lado feminino dos Letuce, que completa: “Ter amigos é maravilhoso e amigos talentosos sempre agregam novos valores”.


Diferente do primeiro álbum, mais intimista e contido, o segundo e atual “Manja Perene” (Bolacha), produzido por Lucas Vasconcellos e Bernardo Pauleira, é mais ousado e consistente em suas propostas, além de soar muita originalidade - algo que não estamos habituados a ouvir por ai. O álbum, praticamente todo autoral, é surpreendente a cada faixa e também dentro das próprias músicas. As variações, os descompassos e as melodias são os pilares de um trabalho que parece não ter medo de errar, nem pretensão de ser “de ouro” e, por isso, chama atenção por sua sonoridade. Outra descoberta deste novo disco é que o Lucas, além de esbanjar talento em diversos instrumentos, ainda solta a voz em duas faixas, “Areia Fina” e “Anatomia Sexual” - música que nasceu de um poema escrito por Fábio Lima em um guardanapo. “Nosso som é o som que a gente sabe, é o som que sai. Buscamos um som novo,  por isso é difícil classificar. Hoje em dia tudo é tudo, e a Gal Costa, por exemplo, virou até música eletrônica. Isso é maravilhoso. Há possibilidade de tentar tudo, ser livre, para o bem e para o mal, claro. E que bom que as pessoas embarcam na nossa onda”, afirma a cantora.


Além da sonoridade diferenciada, o “Manja Perene” ainda se destaca por um outro fator: seu processo de financiamento, viabilizado através do crowdfunding. Imagine o artista poder receber um investimento direto ($) de seus fãs para elaborar um trabalho do qual eles ainda não sabem o que vai ser, mas confiam na capacidade de criação e no sucesso do projeto. Então, esse é o ponto de partida deste curioso método de arrecadação, que, por sinal, se destaca ao levar mais independência e liberdade aos artistas. “Em breve, o crowdfunding não será mais ser visto como um "novo método" ou um "método alternativo", e sim como um dos métodos possíveis. Ficamos muito felizes com a colaboração dos fãs e somos eternamente gratos a eles”, descreve a cantora, que prefere exaltar a mistura de seu som ao levantar bandeiras de possíveis rótulos para a dupla.“’Banda alternativa’ é uma expressão complicada, pois tudo é "alternativo" comparado ao grande mercado. Existe o grande mercado, e todo o resto é alternativo, seja rock, forró, mpb e nós, os misturados”, completa Letícia Novaes, que faz questão de convidar todos para o show especial desta sexta-feira, no Studio RJ. "Vamos tocar músicas dos nossos dois discos e vai rolar um convidado fantasma, pois é sexta 13. Vai ser divertido, venham todos”. Vamos!




Studio RJ 
Av. Vieira Solto, 110. Arpoardor (21) 2523 1204
Preço: R$ 20, R$ 10 (lista amiga)
Horário: 21h porta, 22h show.


Letuce
www.letuce.com.br

Acompanhe nossa página no Twitter e no Facebook.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

#31

Terezão: de volta ao estrelato

Após passar anos no escuro, o teatro Tereza Rachel, inteiramente reformado, reabre suas portas com um novo nome, mas sem perder o peso de sua história. Evoé... lá!!!

Umas das principais referencias carioca ao redor do mundo, Copacabana se destaca por sua praia, sua mistura com farofa e também pela grande concentração de pessoas e bares. Mas, essa “calorosa” combinação que, sem nenhuma sombra (de dúvida), faz a alegria de todos, acaba ocultando algumas outras opções culturais, muitas delas bem características do bairro – caso do velho e bom teatro. Em toda sua extensão, são poucas salas que ainda conseguem exercer a resistência de manter uma programação de destaque, ou uma simples mesmo. Villa Lobos (que será reaberto em 2014), Baden Powell, Brigitte Blair, Gláucio Gill, Espaço Sesc e Café Arena são apenas alguns exemplos de como a região ainda é carente de um teatro de grande porte. No entanto, o tradicionalíssimo Tereza Rachel (situado no segundo piso do shopping da Rua Siqueira Campos, 143), que entre 2001 e 2008 esteve alugado para Igreja Universal, reabre suas portas ao grande público neste sábado (07/04) para suprir essa carência e reforçar a máxima de que Copa sempre foi palco de grandes encenações - inclusive da vida real(ce).


Contrariando o triste desfecho da Modern Sound, fechada para dar lugar a uma imensa loja de roupas, e acompanhando o monopólio do Cine Roxy, o único cinema de Copacabana -pelo menos até a inauguração do esperado Museu da Imagem e do Som -, o Tereza Rachel retoma sua trajetória embalado por uma ampla e significativa reforma. Neste caso, a mudança foi tanta que nem o nome permaneceu o mesmo: de Tereza Rachel, nome da atriz e proprietária ("pancadona" na foto abaixo), o teatro passou a se chamar Theatro Net Rio. Através da chamada Lei do ICMS, espécie de troca entre financiamento de atividades culturais e dedução fiscal, e de investimento direto, a empresa dos skavuscas patrocinará a reviravolta do espaço, que, por sua vez, não se resumirá apenas em uma única sala. Isso porque, além do tal do Terezão (Sala Tereza Rachel), um espaço com capacidade para 789 pessoas, o Net Rio ainda contará com uma outra sala de 200 lugares, nomeada Paulo Pontes – em homenagem ao dramaturgo coautor da peça Gota d’Água, também assinada por Chico Buarque. 


“Durante os anos 70 e 80, eu vinha quase que constantemente ao Rio de Janeiro para acompanhar as montagens do Grupo Ornitorrinco (de Cacá Rosset). Neste período, tudo se concentrava em Copacabana, e o teatro vivenciava um grande momento, com platéias cheias e também muitas sessões extras. Era uma verdadeira época de ouro, tanto para o Villa Lobos, como para o Tereza Rachel, onde também fiz a luz do espetáculo Chorus Line, de Michael Bennett, que marcou a estréia de Cláudia Raia nos palcos”, afirma o light designer/iluminado(r) Abel Kopanski, um verdadeiro mestre da luz. Inaugurado em outubro de 1971 com um show de Gal Costa (“Fa-Tal - Gal a Todo Vapor”) e palco de tantos outros (Novos Baianos, Luiz Gonzaga, Caetano Veloso e Gilberto Gil), o Terezão parecia mesmo ter perdido o rumo da história e esquecido toda sua relevância de outrora. Nos últimos tempos, por exemplo, o espaço estava sendo usado apenas para ensaios e seleção de elenco dos musicais de Charles Möeller & Cláudio Botelho (espécie de dupla sertaneja dos musicais).


Apesar de ter recebido algumas propostas do Sesc e da prefeitura do Rio, a atriz Tereza Rachel, mesmo sob o medo das dividas, não queria abrir mão de seu teatro. No entanto, depois de mais de um ano de negociação, ela acabou sendo convencida a arrendar o espaço e, o mais curioso, por um período dez anos. O responsável por toda essa façanha foi o ator e produtor cultural Frederico Reder, que, além de reconhecer que a missão não foi nada fácil, também faz questão de ressaltar que possui prioridade na renovação do contrato e de não falar os valores dessa transação. “Não poderia ignorar a história deste teatro. Os deuses não me perdoariam. O perfil da programação, de segunda a segunda, acompanha o mesmo perfil que o teatro tinha anteriormente e que justificou seu sucesso: diversidade e liberdade de expressão. Isso é a cara de Copacabana. Acho que a reabertura do teatro pode ser a semente da revitalização do bairro”, afirmou Reder, sócio da Brainstorming Entretenimento, em entrevista ao jornal “O Globo”. Para quem quiser conferir de perto a nova cara do Terezão, o teatro apresenta em sua reinaguração o elogiado "Bibi", um espetáculo musical que comemora os 90 anos de idade e 70 de carreira da atriz Bibi Ferreira (foto). A partir de terça-feira (10/04), o “Isto É Brasil”, que conta com Carlinhos de Jesus e Ana Botafogo, também entra na programação do Net Rio. Ou seja, motivos para essa visita não vão faltar. Evoé... lá!!!



Confira mais detalhes da programação em: http://www.theatronetrio.com.br/

Acompanhe nossa página no Fakelook e no Twitter. Ctrl+Alt+Rio