terça-feira, 11 de dezembro de 2012

#63

Lu & Cru: rock batuqueria na veia

Seguindo uma inusitada mistura de guitarra e samba, bloco e vocalista anunciam a chegada do primeiro álbum e um carnaval de ano todo. E da-lhe rock batuqueria na Sapucaí, mocidade!!!  

Se hoje em dia os blocos de carnaval deixaram de ser tradicionais para fazer carnaval o ano inteiro, com shows e festas pelo Rio a fora, com o Cru não poderia ser diferente, mas ainda assim acaba sendo. Pioneiro na mistura de guitarra com samba – a chamada rock batuqueria -, o bloco Cru e sua vocalista, Lu Baratz, começaram como uma festa-banda (Cabaret Cru) no Pista 3, em 2008, e acabou se destacando com sua versão carnavalesca no ano seguinte. Imagine versões do Nirvana, AC#DC e Doors, entre outros clássicos do rock, em plena folia de carnaval? Pois bem, assim o bloco foi às ruas. De lá para cá, muita cerveja embriagou a piratada, mas a essência seguiu a mesma. “Sempre tive lá de vocalista, mais o Cru. Agora, estamos dando nome aos bois”, brinca a produtora, atriz e, é claro, cantora, que veio da ópera, flertou com o samba e sempre amou o rock. Antes do lançamento do primeiro álbum - um CD digital, que será lançado no Studio RJ dia 11 de janeiro -, o grupo se prepara para o carnaval, marcado para o dia 11 de fevereiro, na Praça XV, e também para fazer parte do desfile da Mocidade, cujo enredo é (financiado) o Rock in Rio. Os ensaios começaram neste último domingo, mas muitos outros virão. É rock batuqueria na avenida!!!


“Fomos convidados porque fazemos em nossa essência a rock batuqueria. Esse é nosso som. Encontro de power trio de rock (baixo, guitarra e bateria) com Sapucaí. No caso da Mocidade, o rock fica por conta das alegorias e do enredo. A levada do samba mais tradicional  se mantém na avenida”, explica a vocalista, que, de quebra, ainda adianta o tema da bagunça do próximo carnaval: “Vamos fazer uma homenagem aos cinco anos de Bloco Cru e 50 anos de Rolling Stones”. Se os blocos e bandas antes nasciam nas ruas para dar voltas no quarteirão, hoje arrastam multidões pelas ruas e se mostram mais atrativos comercialmente, porém, ainda precisam se reinventar e buscar um novo formato para se sustentarem como verdadeiras bandas. Mas, e os clássicos? Os clássicos são os clássicos. “Acredito que os blocos são plataformas de lançamento que dão um gás aos novos artistas e também movimentam o cenário cultural do Brasil, além de nossa economia criativa”, afirma Lu. O Cru, por exemplo, celebra seu quinto ano, e essa “brincadeira”, cada vez mais séria na folia, não veio à tona assim do nada. Foi e continua sendo rock.


“O Cru e a Voadora começaram ali colados, lançando uma tendência. Depois vieram os demais (neste mesmo conceito de diversidade). Esse foi um período muito rico, aonde uma convergência criativa deu origem a um cenário efervescente, uma “nova onda” de ocupação musical da cidade criada a partir do carnaval”, aponta Lu (foto acima), antes de mandar seu recado: “Artista e cultura precisa de dinheiro. Tem que sair de algum lugar, né? Acho esse o ponto mais crítico de nossa frágil política cultural. O carnaval de rua, neste aspecto, movimenta cinco milhões de pessoas na cidade no período. Pergunta se a prefeitura, secretarias de cultura e as marcas “patrocinadores oficiais” do Carnaval do Rio financiam a estrutura básica de som, luz e segurança dos blocos. Não. Sai do nosso bolso. Apresentamos a festa popular, geramos o que o público quer ver e brincar e não recebemos incentivo. Isso é um descaso com a cidade, porque movimentamos a economia criativa. As pessoas vêm ao Rio pra ver nosso espetáculo das ruas”. Para quem acha que ele está chegando, ele já chegou. Saiba mais sobre o Lu & Cru na página do bloco no facebook. Só curtir!!!

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sábado, 8 de dezembro de 2012

#62

Fragance: C’est la vie La Folie!
 
Criada para ser a chave da união de distintos gostos musicais em locais diferenciados, a festa carioca se renova por onde passa e vai além... Neste sábado (08), no Fosfobox, é Fragance!!!


Há pouco mais de três anos, quando a cena eletrônica carioca não vivenciava toda essa efervescência do atual momento, um coletivo formado por seis amigos saía da pista de dança para partir em busca de renovações e novas propostas em relação a uma boa bagunça. A ideia era se apresentar como uma chave capaz de unir pessoas com distintas preferências musicais em locais inexplorados, desconhecidos ou clássicos, mas sempre diferentes. Seguindo este conceito, após poucas e boas, a La Folie já dava o que falar e, o principal, deixava de ser uma simples festa para ser referência nas noites do Rio, com direito a um site de entretenimento (lafoliemonde.com.br) e tudo mais. Se os locais se destacam pelo inusitado, o conceito trabalhado em cada noite também aparece como uma atração à parte. Neste sábado (08/12), no Fosfobox - por exemplo -, a “La Folie Fragance” (08/12) mostra que a festa tem essência, enquanto o som, que não possui residência fixa, só vem a comprovar o fato com: Márcio Careca vs Lennox, Paulo Tessuto aka Carlos Capslock, Glen e L_cio. É cheiro de bagunça no ar. “Gostamos de misturar a antiga com a nova geração de DJs. Assim vamos percebendo que música não tem tempo e nem fronteiras. Quando convidamos um DJ para se apresentar, esperamos que ele conte sua história no formato de música, totalmente livre de rótulos”, revela Fernando Barbosa (Rockphone), uma das peças envolvidas.



“A primeira festa foi à fantasia, chamamos amigos para comemorar o aniversário de três integrantes. A maioria não conhecia música eletrônica em suas diferentes vertentes. A partir daí, pensamos em colocar um estilo em prática. Fazer com que nossos amigos, de outras tribos e estilos musicais, viessem curtir uma festa com o estilo de som que já curtíamos há anos. Educar, quebrar paradigmas sobre a música eletrônica e também, porque não, reeducar e apresentar novidades para aqueles que apreciam”, aponta o DJ e produtor. A partir da inicial, logo à fantasia, a La Folie seguiu sua filosofia itinerante e começou a, literalmente, inventar moda com suas temáticas: “La Folie Secret”, que liberou o endereço do local - um casarão em frente à praia do Vidigal - apenas 24h antes do agito; “Laboratoire La Folie”, adaptada em um estúdio de fotografia em Botafogo; “La Folie Demodé”, em uma mansão em Santa Teresa; “La Folie Old is Cool” na Tijuca, um bairro totalmente inexplorado por esse tipo de festa; “La Folie Wolf + Lamb Vs (de 6h) Soul Clap”, em uma casa do século XIX, no Centro, e a “Expédition La Folie”, restrita a 150 piratas (todos tinham nome de “guerra”) e realizada em um barco, que navegava pela Baía de Guanabara. Essa, no mínimo, tirou muita onda com um line up formado pelos DJs Dani (El) Souto, Bernardo Campos, Gabriel Boni, Rockerr (de Kriptus “Nytron” Gomes e Ricardo Estrella) e o casal Mike Frugaletti e Vivi Seixas.



Além de memoráveis realizações, o coletivo também se destaca com algumas parcerias, como a INcomum, uma pool party em uma escola abandonada em São Conrado, e a Sorpresa de Carnaval, que trouxe o trio francês Chinese Man de graça, sem falar das consolidadas Blend (com a Tropical Beats, Molotov 21 e Bootleg) e Quadra (com Molotov21, House It, Base), que até em cinema pornô já botou a galera para dançar. “Nunca fazemos pensando em aceitação. Fazemos porque gostamos e porque queremos continuar passando nossa mensagem. Ocupação itinerante, instigar o interesse áudio e visual antes e depois do evento e mostrar trabalhos de artistas nas suas mais variadas formas. Estamos aí para somar, agregar valores para a cena da música eletrônica e fazer nossa parte. Nós respeitamos a pista de dança, viemos dela e jamais a abandonaremos, esse é nosso compromisso”, finaliza.

De Itaipava a SP, é Mau?


Para quem achou que era o bastante, novidades ainda estão por vir. Dando continuidade a sua trajetória, a La Folie, que vem articulando a vinda de uma atração de detroit techno para fevereiro, também passará a fazer parte da MAU, festa do “mestres dos mestres” Maurício Lopes. Já no plano de expansão, o coletivo – agora com apenas cinco cabeças (Erika Roitberg, Bruno Manes, Cecília Antunes, Nathalia Winkelmann e Fernando Barbosa) - anuncia que subirá a serra rumo a Itaipava e ainda realizará algumas edições na paulicéia desvairada. É La Folie em SP, meu!!!




Mais informações sobre a festa:
www.lafoliemonde.com.br
http://festalafolie.tumblr.com/
http://www.facebook.com/events/116869681806908/?ref=ts&fref=ts

Fosfobox -
Rua Siqueira Campos, 143. Copacabana
Preço:
R$ 25 (até 1h welcome drink)
R$ 35 (após 1h com nome na lista)
R$ 45 (sem lista após 1h)

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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

news

Novas Frequências é música nova no Oi
Dando prioridade aos artistas que custam a serem rotulados a gêneros específicos, que abusam do experimentalismo e que costumam ir muito além do comum em nome das novas formas de se fazer música, o Festival Novas Frequência chega a sua segunda edição com mais uma remessa de preciosas novidades em sua programação. Desta terça-feira (04) até domingo (09/12), oito atrações se revezam no palco do Oi Futuro Ipanema, sendo um “prata da casa” – o carioca Cadu Tenório (Sobre a Máquina, VICTIM!, Santa Rosa’s Family Tree e Ceticências) – e mais sete internacionais, todas inéditas: Pole (Alemanha), Actress (Inglaterra), Maria Minerva (Estônia), Lenticular Clouds (Espanha), Julianna Barwick (Estados Unidos), Hype Williams (Inglaterra) e Prince Rama (Estados Unidos), o duo formado pelas irmãs Taraka e Nimai Larson, que inaugura a série com uma inusitada mistura de rock psicodélico e influências orientais.

“São artistas difíceis de serem rotulados a gêneros específicos, tamanha é a mistura, o experimentalismo e o gosto pelo desconhecido. Mas algumas questões e palavras-chaves os unem conceitualmente, como: minimalismo, repetição, erro, desconstrução, transcendência, religião, distopia, o uso criativo de samples, a estética lo-fi e o som pelo som”, descreve o curador e idealizador Chico Dub, que deu vida ao projeto ao lado da produtora Tathiana Lopes. Apesar de não seguirem a habitual instrumentação e de não se restringirem ao palco, esses artistas traçam promissoras carreiras, lançam conceituados trabalhos - muitas vezes sem grandes ambições - de maneira própria e independente. É o som de agora, mas de olho no futuro.

Ligado diretamente à vanguarda da música contemporânea internacional, a chamada "nova música", o Novas Frequências parte em busca de respostas sobre “o que é música” e, por isso, já se posiciona com grande destaque ao apostar na diversidade e naqueles que prezam pelo uso criativo das ferramentas tecnológicas – no “fine arts” da música de hoje, ou seja, da música “moderna”. Seguindo esta receita, mas sem ordenar seus ingredientes, o festival espera repetir o sucesso do último ano e, agora, com uma edição também em São Paulo, na primeira ação do projeto Queremos fora do Rio. Na terra da garoa, no entanto, serão apenas três das oito atrações escalada aos cariocas. É muito som novo, desconhecido e, ao mesmo  tempo, único, não dá para ficar de fora, ainda mais para aqueles que gostam de música (boa).



Saiba mais sobre artistas e programação, aqui.

Oi Futuro Ipanema
Rua: Visconde de Pirajá, 54. Ipanema.
Ingressos: R$ 15 R$ 7,50 (meia)

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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

news

Design na Praça reúne criativos na Urca

Um encontro descontraído entre designers e criativos. Um espaço aberto para apresentação e discussões de idéias. Uma tarde de interação entre criadores e interessados repleta de atividades inventivas, lúdicas e educativas. Essas são as propostas do Design na Praça, evento que, após o sucesso da primeira e única edição no ano passado, volta a ocupar nesta quinta-feira (29/11, das 15h às 22h) a Praça Cacilda Becker, no Quadrado da Urca, para firmar de vez essa original intervenção urbana.

Com a intenção de provocar e estimular a geração de soluções inovadoras para a cidade, o Design na Praça nasceu a partir de uma idealização do coletivo - tema da edição deste ano – Transforma Design, formado por cinco escritórios de design e comunicação (Angela Carvalho Design Consciente, Estúdio Pinzon 17, Flávia Secioso Design de Interiores, Thomas Manss & Company e Birds Communications). Apesar de parecer específico, o evento se mostra aberto a qualquer tipo de participação, basta aparecer.

Além das oficinas e proposições programadas para ocorrer ao longo dessas sete horas de ocupação, o Design na Praça também reunira uma série de artistas plásticos, grafiteiros e, só para variar, designers para customizar com suas respectivas artes os banquinhos da praça e alguns outros objetos. Neste caso, a transformação proposta pelo projeto se torna real e, de quebra, preenche o ambiente com formas e cores. Aos vivos, só chegar.

Abaixo, confira a programação do Design na Praça.

15 h
Oficina COLETIVINHO (3 horas de duração)
Abertura do Lounge Design e Caçamba Design
Abertura da Mostra de posters COLETIVO
Abertura das exposições de fotografia: "Pinto no Lixo" (O Estendal), “Fotofragmentos” (Marcello Cavalcanti) e Mostra livre de fotografia (Ateliê da Imagem)
Abertura da Intervenção de Arte Urbana
Abertura da Música ao Vivo

16 h
Oficina Raw Color + Holos (2 horas de duração)

18 h
Bate Papo COLETIVO (2 horas de duração)
Instalação Food Design (4 horas de duração)

20 h
Proposição "Rede de Elástico"

22 h
Encerramento

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terça-feira, 27 de novembro de 2012

news

Silvia Machete leva Extravaganza ao Solar

Se o álbum, lançado ainda em 2010, já deu o que encantar, o show veio ainda melhor e, por isso, nada mais justo do que um ganhar um novo e amadurecido registro ao vivo, com direito a DVD e tudo mais. Fato é que a contagiante “Extraganza” de Silvia Machete voltou à tona em 2012 e, não por acaso, acabou levando o prêmio APCA de melhor show do ano. Para coroar o êxito desse trabalho, a talentosa cantora, compositora, performer e artista circense fará uma apresentação especial nesta quarta-feira, às 21h30, no Solar de Botafogo (Rua General Polidoro, 180), a qual marca o lançamento do tal DVD.

Carioca da gema e americana de formação, Silvia Machete está de volta ao Rio depois de 12 anos de Nova York e turnês com o teatro de rua pela Europa. Em seu terceiro disco de estúdio - depois de “Bomb of Love – Músicas Safada Para Corações Românticos” (2006) e “Eu Nunca Fui Santa – Ao Vivo” (2008) -, a cantora, literalmente, foi “Extravaganza” (2010), disco que trazia canções marcadas pela irreverência e originalidade, mas sem perder o romantismo de outrora. O resultado veio através de canções como “Noite Torta”, “Meu Carnaval”, “Sábado e Domingo”, “Tropical Extravaganza” e até uma releitura de “Como La Cigarra”, imortalizada na voz de Mercedes Sosa.

Enquanto os álbuns se destacam pela qualidade da produção – via Coqueiro Verde Records -, no palco Silvia se transforma. Abusando de sua escola circense e da interpretação vinda do teatro, a cantora rouba cena com sua notável presença de palco, seus diferentes personagens e até números de trapézio. Em dado momento do show, por exemplo, ela é capaz de bolar um cigarro girando bambolê, dar um trago seguido de “um golo” e ainda soltar fumaça de bolhinhas de sabão, isso sem perder o rebolado (vídeo abaixo). No final, o que era para ser apenas mais uma apresentação, aparece como um verdadeiro, dançante e imperdível espetáculo. Sem dúvida, vale conferir de perto.


Solar de Botafogo
R: General Polidoro, 180 – Botafogo.
Ingressos: R$ 50/ R$ 25 (meia)

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sábado, 24 de novembro de 2012

#61

MOF: do graffiti à arte do voluntariado 

Com mais de 450 grafiteiros, muitos de fora do país, o Meeting Of Favela retorna às ruas da Vila Operária para levar mais cores e vida aos moradores de Duque de Caxias. Viva o MOF #7!

Considerado o maior evento voluntário de arte urbana da América Latina, o Meeting of Favela (MOF) retorna às ruas da Vila Operária, em Duque de Caxias, para dar continuidade a esse admirável exercício de solidariedade e cidadania, ou seja, para levar mais cores e vida aos moradores da comunidade local. Em sua sétima edição e com um número cada vez maior de pessoas envolvidas - ainda sem patrocínio -, o evento começa informalmente na tarde sábado (24/11), mas ocorre de fato no domingo (25, a partir das 10h), apresentando mais de 450 grafiteiros, muitos de fora do Brasil, além de uma edição especial da tradicional Batalha do Real (Brutal Crew), da festa Tonga da Mironga - dos DJ´s Negralha (O Rappa), Babz (Inumanos) e Marco (Céu) - e de muitas outras atividades socioculturais. No final, o resultado desta ação é uma mistura única entre artistas da nova geração, da velha guarda e do exterior, somado aos voluntários, moradores e visitantes. É todo mundo junto, misturado e em nome da arte, principalmente a de fazer o bem. 


Idealizado por Carlos Bobi, Marcio Bunys e Wesley Combone, do estúdio Espaço Rabisco (e do coletivo Galeria Nove Cinco), e André Kajaman – nomes que representam toda evolução da arte urbana no Rio de Janeiro -, o MOF nasceu a partir da influência do “Meeting of Style”, projeto que percorre o mundo convidando artistas para pintar, e tomou forma como Posse 471 (a primeira edição, realizada em 2006) com o objetivo de seguir uma simples receita: (se) doar talento para difundir a arte. Hoje, após anos de resistência e com muitas histórias para contar, o evento vai muito além do graffiti, agrega inúmeras outras vertentes e segue aberto a qualquer tipo de soma, mas ainda depende unicamente do suor dos artistas envolvidos. “O mais importante é que o evento já conseguiu seu espaço na agenda do graffiti na América Latina. Independente de patrocínio e apoio, o MOF sempre será realizado no último domingo de novembro e todos que acompanham já sabem disso. Chegam artistas do Chile, Equador, Colômbia e de muitos outros países, além de brasileiro de tudo que é canto. Pessoal do Sul e de São Paulo sempre comparece, assim como a galera do Nordeste. Difícil é querer ir embora depois”, ironiza Carlos Bobi.


No domingo, quando de fato o MOF ocupa a comunidade, as atrações serão dividas em dois palcos - o Rua e o Quadra, ambos na Praça Paulo Biar. No primeiro, o som fica por conta do Interferência Sound Sistem (ISS), Nitcho, Sistah e Victor Bhing e Divina Providência, enquanto o segundo fica reservado à batalha, à festa e outras atrações (Crente Crew, LocoMotiva, Sant, Essiele, Us neguin q ñ si cala, Cacife Clandestino, Tony Mariano e Aira O Crespo - Mc Grafiteiro). Além das 12h de som, o evento ainda traz um verdadeiro mutirão de cidadania, que inclui oficinas de graffiti, ações sociais (atendimento médico e odontológico), animadores culturais e artistas circenses. Essas atividades serão realizadas no C.E Vinicius de Moraes, que fica situado na mesma praça do alto do morro e que também servirá de base para os grafiteiros. É de lá que os mesmos partirão com suas mochilas cheias de lata de spray para transformar paredes em telas e dar forma a uma destacada galeria a céu aberto. Aos atletas de plantão, no domingo, também será realizado um encontro de corrida, com um percurso de 4,5km dentro dos limites do MOF. Ao chamado de Cesar Schwenck, da Brutal da Corre, a concentração ocorre às 14h20, e a saída às 15h. (E.C Vinicius de Moraes, com vestiários). No pique ou não, ninguém vai querer ficar de fora. Simbora todos juntos!!!


Mais informações sobre evento:

Meeting of Favela # 7
Praça Paulo Biar, s/n, Vila Operária - Duque de Caxias (RJ).
Dias 24 (informal) e 25/11 (dia do evento), a partir das 10h. 
Batalha do Real (16h, do Domingo)
Festa Tonga da Mironga (18h, do Domingo)

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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

#60

Dubatak: sound system de peso no Rio

Amparado na cultura jamaicana de soundsystem, o trio Dubatak, que também é selo, toma o Studio RJ nesta quinta-feira (15) para lançar seu novo álbum de Riddim. É 'Old Feeling' nas caixas!!!

Base para quase tudo o que vemos na noite atualmente, da balada ao pancadão, o sound system jamaicano botou as caixas de som nas ruas e, a partir de Kingston anos 50, fez revolução com uma simples combinação de DJs (MCs), seletores (DJs) e engenheiros de som. Mais de meio século depois, na busca de essência, o selo e soundsystem Dubatak resgatou essa fórmula para apresentar aos cariocas uma contagiante mistura de reggae, dub, rub-a-dub, stepper e dancehall. É com essa receita que o trio - formado pelo engenheiro de som e cantor Mateus Pinguim, e os produtores e seletores Jeff Boto e Léo Flores -, toma o palco do Studio RJ nesta quinta-feira (15/11) para lançar seu segundo álbum de Riddim (espécie de melodia suporte para a versão dos cantores), o “Old Feeling Riddim”. Além do potente sistema de som artesanal do coletivo, a noite ainda será marcada pela presença da cantora escocesa Soom T. É o Dubatak!!!


Destaque na cena alternativa carioca com suas sessões recheadas de improvisos, misturando produções originais e faixas exclusivas em vinil, e com inúmeras produções de destaque na bagagem, o Dubatak é som Rio a fora (dos limites), mas o projeto começou a ser moldado em São Paulo, em 2006, durante um sound system do Dubversão (Yellow P.) Do encontro na Vila Madalena, Mateus e Jeff começaram a trabalhar juntos, já com o objetivo de produzir e tocar música nesta mesma “pegada de som”. Depois, Mateus - cantor e engenheiro de som - deixou a terra da garoa e retornou à cidade maravilhosa, onde conheceu o Léo, que tinha afinidade e amigos em comum, e acabou dando início ao trio. Em 2007, o coletivo já lançava seu primeiro trabalho como Dubatak. No entanto, não foi só colocar as caixas na rua e chamar os amigos não. “O selo surgiu antes do sound system na verdade. Primeiro, veio a necessidade de produzir músicas, depois a necessidade de lançá-las, daí surgiu o selo. O sound system veio depois com a evolução de todo o projeto”, revela o trio, que já produziu faixas exclusivas dos jamaicanos Johnny Clarke, Ranking Joe, Bushman, Andrew Tosh e Horace Andy, da escocesa Soom T, dos franceses do “Les pigments Libres” e do mexicano Bocafloja, entre outros.


Na ativa e com seleções de alto nível, o Dubatak não só vem resgatando a essência do sound system no Rio de Janeiro, como também parte em busca de novos horizontes dentro da nacional e internacional. “Os sound systems foram os responsáveis por espalhar o reggae pelo mundo e ajudar a toná-lo hoje um gênero mundial, inclusive no Brasil existe um dia nacional do reggae, e a essência está sendo muito bem preservada depois desses quase 50 anos de história”, aponta os integrantes do coletivo, ressaltando um pouco mais do que viram ao passar pelo Reino Unido, França, Holanda, Portugal e Espanha: “Hoje a comunicação é muito fácil, nos falamos por Skype, rádio, e estamos sempre nos encontrando nas gigs. Viajamos juntos para Europa e vimos juntos a cena lá, e voltamos bem sintonizados e com objetivo bem traçado. Com certeza São Paulo está bem na frente do Rio em relação à cultura sound system, mas foi lá fora que tivemos real noção do que é isso tudo, e de como podemos fazer um trabalho consistente aqui no Brasil”.


Old Feeling é Riddim

Em setembro de 2011, o Dubatak lançou o debut "Experienza Riddim”, com cooperações vindas da Jamaica, Inglaterra, México e França, além de uma releitura da faixa “Voice like Thunder”, lançada em 1984 e regravada pelo grupo The Viceroys (com Derajah). Em abril de 2012, veio o single “Babel”, em vinil 12”, com a participação do jamaicano Sizzla Kalonji. Neste mesmo mês, sem respiro, o coletivo lançou a coletânea "Reggae Rua Volume 1", com 12 faixas produzidas e interpretadas pela nova geração nacional em uma vertente mais urbana do reggae. Antes da chegada “Old Feeling Riddim”, que possui 15 faixas e mais uma bônus, o trio ainda encontrou tempo de lançar três singles em vinil 7” polegadas no exterior, os quais traziam as seis primeiras faixas deste segundo álbum de Riddim, interpretadas por Ranking Joe, Soom T, Thriller U, Ruben da Silva e I Kushna, que esteve no Brasil em 2011 gravando e se apresentando ao lado do Dubatak. O álbum completo conta a participação do sueco Diegojah, do jamaicano Peter Ranking e dos cantores nacionais Rica Caveman, Hélio Bentes(Ponto de Equilíbrio) e  Guilherme Adonai. “O que difere os dois cd’s é a nossa evolução em todos os aspectos, desde a produção do beat até o registro dos fonogramas pra lançar o cd, além do trabalho com os cantores, produção musical, mixagem e masterização no nosso estúdio. Estamos dominando e executando melhor todas as etapas do processo”, afirmam os integrantes, que convidam os interessados em sound system para uma noite especial no Studio RJ. É hoje!

Ouça o Dubatak: http://www.soundcloud.com/dubatak

Studio RJ
Av. Vieira Souto, 110. Arpoador. (21) 2523 1204
Ingressos: R$ 40 (inteira) R$ 20 (lista amiga)

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terça-feira, 13 de novembro de 2012

news

Oghene Kologbo traz África ao Vidigal

Combinação de música yorubá, jazz, highlife, funk, percussão e efeitos vocais, o afrobeat - de Fela Kuti & África 70 - tomou forma e ganhou força pouco após a independência da Nigéria. Em um contexto conturbado e violento, a música assumia a função de identidade e transgressão ao (rea)firmar as raízes culturais africanas. O lendário guitarrista Oghene Kologbo, que acompanhou o ícone criador do gênero ao longo de 39 álbuns, foi um dos protagonistas dessa revolução e, por isso, chega ao Rio de Janeiro como a principal atração da África, “selo de festas” que realiza sua primeira edição nesta quarta-feira (14/11), véspera de feriado, na famosa Oficina do Jô – uma espécie de casa de shows da comunidade do Vidigal.

Além da ilustre presença da Kologbo & Orchestra, fato que já torna a festa imperdível, a África ainda completa sua celebração à música negra “de A a Z” com Ajax, um projeto de "Afro Disco" e "Exotic Beats" dos experientes DJ's Gustavo MM e Filipe Mustache, Lucio Branco (Soul Baby Soul/Makula) e Thomas Harres, baterista da Abayomi Afrobeat Orchestra, que trará algumas de suas raridades para abrir a pista. Para quem gosta de músicas dançantes, do afrobeat até suas derivações mais modernas, passando pelo funk, soul e jazz, a festa é África. Vidigal? Sim, só subir... o morro é da gente, viva Kologbo!


Oficina do Jô: Av. Presidente João Goulart, 275. Vidigal.

Ingressos:
Lista: R$ 20 (até 00h), R$ 30 (até 01h) R$ 35 (após 01h)
Sem Lista: R$ 50
Moradores do Vidigal (antecipados em qtd. limitada): R$ 15

Mais informações sobre a África.

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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

#59

CIO: após 15 anos de SP, chega ao Rio!

Após 15 anos de noite na pauliceia desvairada, a festa idealizada pela DJ Gláucia ++ chega ao Rio e, o melhor, para ficar. A primeira edição ocorre neste sábado (10/11), no Catrin, na Lapa. No CIO!

Há 15 anos botando os paulistanos para dançar em plena quarta-feira, o CIO - festa que se confunde com a própria história da cena eletrônica na pauliceia desvairada - chega ao Rio neste sábado (10/11) não para contar um pouco deste muito, mas para dar início a uma nova fase do projeto. Trata-se do CIO no Rio, que, mesmo antes da chegada, já anuncia que a vinda não será só de passagem – outras virão. Para dar vida à primeira edição em terras cariocas, o agito contará com um verdadeiro “mixto” de SP-RJ nas pick-ups (CDjs),  com Paula Chalup, Márcio Vermelho e a idealizadora Glaucia ++, além dos locais RM2 e Nana Torres, umas das envolvidas pela inédita presença do CIO na cidade maravilhosa. A outra é a produtora Marlize Mazi, responsável por tirar a festa de sampa. Ou seja, o CIO da mulherada, agora, é de todos aqueles que não dispensam uma boa noite de som.


Antes da chegada ao Rio – bem tardia, por sinal -, o CIO percorreu uma longa e bonita trajetória dentro da cena eletrônica paulistana e, por conseqüência, nacional. Iniciada no “cult” The Cube em 1997, a festa passou por inúmeras casas noturnas de São Paulo, como Egotrip, Torre do Dr. Zero, Stereo, Massivo, Ultralouge e Beat Club, se profissionalizou com seis anos de D-Edge e, atualmente, anima as noites de quarta no Lions Night Club, além das saidinhas. “O CIO já passou por Belo Horizonte (Deputamadre), Campo Grande (Noturna), Brasília (no finado Drops) e, entre 2003 e 2005, ficou um tempo parada. Mas, a minha vinda para SP e a vontade de levá-lo para passear fez com que acreditássemos que o projeto seguia com força para ir a outras cidades. Assim, nos juntamos com a Nana Torres e fizemos o CIO no RIO”, explica Marlize (na foto abaixo (esq) ao lado de Gláucia.).


Em tempos onde uma pessoa compra os equipamentos, veste os trejeitos, avisa os amigos, aperta um play e já se diz DJ, o que uma festa precisaria reunir para permanecer 15 anos na ativa e em alto nível? Mesmo sem receita certa, no mínimo, ela teria que contar com “dedicação, parceiros de verdade e sempre se reciclar”, como aponta Gláucia ++, que ainda ressalta o lado resistência: “O público até hoje é a maior dificuldade, de mantê-los e agradá-los. O CIO passou por várias casas porque achávamos que seria interessante mudar e sempre foi bom, acabou melhorando a nossa festa”. Já para Marlize, que é a “produtora itinerante”, a missão é outra. “Quero que as pessoas de outros estados também possam desfrutar desse projeto, que sempre tem DJs de qualidade e sempre com pessoas queridas envolvidas”, aponta.


Para animar ainda mais aqueles que estão pensando em conferir a festa - considerada uma das melhores de São Paulo neste ano -, a anfitriã, uma paulistana nata, chegará com a intenção de matar... de matar a saudades da energia dos cariocas da gema. “Toco no Rio há muitos anos, desde 2000. É difícil falar de um lugar que você não frequenta e não toca há dois anos, mas o que eu posso falar é que eu adoro tocar na cidade maravilhosa. Adoro as pessoas e a pista”, aponta Gláucia, que ainda finaliza com uma irônica chamada: “Vem para o CIO você também, vem!”, rs!!!

Catrin: Av. Mem de Sá, 63. Lapa.
Preço: R$ 20 (na lista) R$ 30
Lista amiga: projetociorj@gmail.com

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domingo, 4 de novembro de 2012

#58

Do Bem: um caminho à base de fruta 

Iniciada há pouco mais de dois anos pelo ex-engravatado Marcos Leta, a empresa carioca de “bebidas de verdade” segue sua expansão nacional e ainda vai pra areia. É marketing e fruta fresca!!!

Enquanto tomava um suco de laranja no BB Lanches do Leblon após um cansativo dia de trabalho, um ex-estagiário do Grupo Votorantim, que há pouco deixava seu “emprego chato” no mercado corporativo para investir em algo diferente, teve ideia do que poderia estar à procura: “Por que não fazer um suco parecido com este, apenas com frutas frescas, sem água, açúcar, conservantes e corantes, e em caixinhas legais?", pensou na ocasião Marcos Leta, empreendedor que decidiu enquadrar sua gravata para fundar a empresa de bebidas Do Bem. No entanto, a marca, que chegou aos mercados do Rio em 2009, só virou realidade depois de meses de viagens e pesquisas sobre o processo de fabricação de sucos naturais, já que o objetivo era produzir “o mesmo suco feito em casa, só que em uma escala um pouquinho maior”. Hoje, pouco mais de dois anos depois de ter partido em busca de inovações e com 13 produtos em sua linha, a empresa carioca colhe os frutos de um modelo muito Do Bem (elaborado) - com um crescimento anual de 250% em receita - e parte atrás de uma nova meta: “oferecer bebidas verdadeiras para o Brasil inteiro”.


“Não vemos a nossa postura como estratégia. Construímos a Do Bem do zero e, quando montamos a empresa, decidimos que seria diferente de tudo o que estávamos cansados de ver no mercado. Isso pode ser visto na nossa comunicação, do site às caixinhas”, aponta Marcos Leta, que ressalta que, no início, este conceito chegou a causar certa estranheza neste segmento regido por grandes multinacionais e bebidas com água, aditivos, açúcares e adoçantes. As caixinhas bem-humoradas e divertidas da Do Bem, por exemplo, substituem os tradicionais “fure aqui!” e “agite antes de beber” por “vai com tudo!”, “agite (as laranjas agradecem)”. Outro item que se destaca na moderninha Tetra Pak da empresa dos “sucos de verdade” é a média de frutas por litro. No caso do de laranja são 17 – 12 a mais do que as empresas concorrentes costumam usar. “Mantemos-nos fiel ao nosso objetivo de fazer bebidas 100% naturais em caixinhas coloridas e divertidas, que traduzem todo o posicionamento da marca e já podem ser encontradas em 3 mil pontos de venda em todo o país”, completa o empresário.


Percorrendo o caminho Do Bem em paralelo à sua expansão nacional – hoje já presente no Sul, Sudeste e em Brasília -, a empresa de Marcos Leta, aos olhos do mercado, fez uma revolução à base marketing e de fruta fresca, enquanto que, para os consumidores, acabou suprindo uma carência existente nas gôndolas com proximidade e identificação. “Os consumidores estavam ávidos por produtos que fazem bem à saúde e possuem um conceito mais jovem, por algo diferente das bebidas que estavam sendo encontradas no mercado”, reconhece Leta, que, de empreendedor, também passou a se aventurar como DJ à frente do projeto HighClass Underground ( ao lado do DJ Rodrigo Peirão). Aliás, sob direção de um ex-engravatado e representando o novo modelo de empresa de sucesso, as inovações evidentes nos produtos Do Bem (e não no subproduto dos refrigerantes) também fazem parte do cotidiano da empresa, como o “havaiana day”, que ocorre todas às sextas, e uma espécie de muro de lamentações, onde os funcionários - 30 atualmente - penduram os traumáticos objetos que caracterizavam seus empregos anteriores. É essa filosofia acariocada de companhia que anda matando a sede dos mais exigentes pelo Brasil a fora.


Com 12 fazendas fornecedoras entre o interior de São Paulo e do Rio Grande do Sul (junto às vinícolas), de onde as frutas já saem processadas, refrigeradas e armazenadas à vácuo, a Do Bem realiza seu envase em Guarulhos, na grande São Paulo, local onde a matéria prima chega de caminhão todas às madrugadas. Na fábrica, para garantir sua pureza e qualidade, o suco é pasteurizado uma única vez e, posteriormente, volta a ser embalado à vácuo na caixa longa vida (vida longa). Neste processo, que não recorre ao uso de conservantes, a bebida possui uma validade de apenas quatro meses e, por isso, pode ser considerada fresca, já que, na indústria tradicional, as bebidas costumam ter uma validade entre 12 e 24 meses. Além das inovações no preparo, na postura e, inclusive, no produto, a empresa - dentro de sua nacionalização, mas sem se afastar da essência carioca - anuncia mais algumas novidades aos consumidores do Rio. Trata-se da venda direta nas areias e em galões, como a do tradicional mate (ou morra). “A ideia surgiu para dar mais opções para um público que busca cada vez mais bebidas saudáveis e puras nas areias do Rio”, declara Leta, que ainda avisa que a venda será feita por vendedores próprios para garantir higiene e qualidade. Das casas de fruta do Rio ao Brasil inteiro, esse é o caminho Do Bem!

Saiba mais sobre a Do Bem

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terça-feira, 30 de outubro de 2012

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Studio RJ celebra ano com show de Criolo


Com origens firmadas no famoso Baixo Augusta - a Lapa carioca em SP - o Studio RJ seguiu a mesma linha da matriz e, após um ano de praia, já é a maior onda, meu. Tanto é que para celebrar o primeiro aniversário, nesta quarta-feira (31/10), a casa recebe o rapper Criolo (aka artista do momento) para fazer a festa. Além da atração principal e seu “Nó na Orelha”, a noite ainda contará com os DJ´s Nepal, Marcelinho Da Lua, Alê Youssef e Plínio Profeta.

No telhado do “happyhourístico” Astor, o Barril 1800 de outrora, e de frente para o Arpex, o Studio RJ, no mesmo espaço onde também já rolou o Jazzmania, fixou sua proposta com base no bom atendimento e, principalmente, na programação, que te torna íntimo da casa facilmente. Nesta quinta-feira (01/11), por exemplo, rola a festa Halloween I Love Pop, enquanto na sexta (02/11) tem Móveis Coloniais de Acaju e, no sábado (03/11), Letuce – de Letícia Novaes e Lucas Vasconcellos. É ficar ligado.

Já nesta quarta, a casa ficará pequena para receber Dj Dan Dan (voz), Daniel Ganjaman (teclados), Marcelo Cabral (baixo elétrico e acústico), Guilherme Held (guitarra), Maurício Alves (percussão), Thiago França (sax tenor e flauta), Sergio Machado (bateria) e Kleber Cavacante Gomes – o Criolo (Doido), do Grajaú e da Rinha dos Mc´s.  Hoje, depois de dar um nó na orelha da rapaziada, Kleber ganhou reconhecimento, foi premiado e tocou com renomados artistas, de Mulatu Astatke a Ney Matogrosso e de Caetano a Chico, mas não deixou de ser Criolo. As músicas estão na boca da galera, e o show é foda. Parabéns Studio RJ!

Studio RJ.
Av. Vieira Souto, 110. Arpoador.
Mais informações: http://studiorj.org/

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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

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Plataforma Rio é teatro, circo e dança a R$ 1


Iniciado pela Prefeitura no último ano para colaborar com a difusão internacional das peças produzidas no Rio de Janeiro, o projeto Plataforma chega a sua segunda edição com mais de 20 espetáculos em sua programação e, o melhor, todos a R$ 1. Com cerca de 50 programadores do mundo inteiro na platéia, a mostra, que reúne alguma das melhores produções de teatro, dança e circo da cidade, começa nesta sexta-feira (26/10) e se estende até a próxima quinta (01/11). Para dar início à maratona, a Companhia dos Bodrés apresenta a peça “Instantâneos” no Teatro Ipanema, enquanto a Lona Crescer e Viver, um espaço situado na Praça Onze, recebe o circense “Univvverrsso Gentileza”, inspirado no imaginário do Profeta Gentileza (Gera Gentileza). A Lona também servirá de palco para a apresentação do Circo Strada, que prestará uma homenagem ao próprio circo e suas figuras típicas.

Para dividir melhor suas atrações, escolhidas entre mais de 180 espetáculos inscritos, a mostra será dividida em duas partes: circo e teatro, entre os dias 26 e 29 de outubro, e dança, entre os dias 30 de outubro e 1º de novembro, enquanto as peças serão apresentadas no Espaço Cultural Sérgio Porto, Centro Cultural Hélio Oiticica, Teatro Carlos Gomes, Galpão Gamboa, Centro Coreográfico, Espaço SESC e Teatro Imperator, além dos já citados. “O projeto Plataforma Rio foi criado para colaborar na difusão internacional das artes cênicas produzidas na cidade, ao trazer para a cidade curadores de diversas nacionalidades com experiência em festivais e mostras internacionais”, diz Emilio Kalil, Secretario Municipal de Cultura.

A programação destaca as peças “Julia”, de Christiane Jatahy; “Ato de Comunhão”, com Gilberto Gawronski,“Noites Brancas”, de Thierry Trémouroux; “201”, de Dulce Penna de Miranda; “Farnese de Saudade”, de Vandré Silveira; “O Homem Que Amava Caixas”, da Artesanal Cia. de teatro, “Inaptos”, da Cia. de Teatro Anonimo; “Apropriação”, de Bel Garcia, e “Amerika”, de Joelson Gusson.

Já a de dança terá “100 Gestos”, da Cia Dani Lima; “Que as Saídas Sejam Múltiplas / Conarca”, de Alice Ripoll; “Por um Fio”, de Mimulus Cia. de Dança; “As Canções que Você fez pra Mim”, da Focus Cia. de Dança; “O Homem Vermelho”, de Marcelo Braga; “Na Pista”, da Cia. Urbana de Dança; “Tão/Avà, o Homem que Caminha”, da Cia. Sociedade Masculina; “Arquitetura do Samba”, da Arquitetura do Movimento; “Espalha pra Geral”, de Denise Stutz & Felipe Ribeiro;“Aventura entre Pássaros”, do Atelier de Coreografia, e “Camélia”, de Márcia Milhazes Cia. de Dança.

Confira a programação completa aqui.

PLATAFORMA RIO 2012
De 26 de outubro a 1º de novembro
Preço: R$ 1,00 (um real)

Locais:
Espaço Cultural Sérgio Porto – Rua Humaitá, 163 – Humaitá.
Teatro Ipanema - Rua Prudente Morais, 824 – Ipanema.
Centro Cultural Hélio Oiticica - Rua Luís de Camões, 68 – Centro.
Lona Crescer e Viver – Rua Carmo Neto, 143 – Cidade Nova.
Teatro Carlos Gomes – Praça Tiradentes.
Galpão Gamboa – Rua da Gamboa, 279 - Zona Portuária.
Centro Coreográfico – Rua José Higino, 153 – Tijuca.
Espaço SESC – Rua Domingos Ferreira, 160 – Copacabana.
Teatro Imperator – Rua Dias da Cruz, 170 – Méier.

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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

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Caradura mostra arte urbana no cinema

Herdando toda ousadia e rebeldia das obras espalhadas nas ruas da cidade, a mostra Caradura – que de tão “na cara dura” chega a ser internacional de cinema de arte urbana, a primeira desta temática no país -, começa a exibir seus filmes nesta terça-feira (23/09), na Caixa Cultural - Cinema 2 (Rua Almirante Barroso, nº 25, Centro). Com mais de 30 títulos em sua programação, entre curtas e longas metragens, documentários, ficções, animações e filmes experimentais - todos com entradas a R$ 2 -, o projeto ficará em cartaz até o dia 4 de novembro, com sessões às 14h (sab. e dom.), 16h e 18h. Aos domingos (27/10 e 4/11), o evento ainda promove um debate aberto para aproximar o público das questões que envolvem o cinema e, é claro, as artes urbanas.

Em um panorama histórico e social da produção audiovisual sobre arte urbana da década de 80 até os dias atuais, a Caradura, que conta com curadoria do produtor e realizador chileno Pablo Aravena, diretor do filme “Next: a Primer on Urban Painting”, destaca trabalhos de renomados cineastas, como os franceses Chris Marker e Agnès Varda, e clássicos documentários da cultura urbana, como a produção “Style Wars” (foto), vencedor do prêmio de Melhor Documentário no Festival de Sundance em 1984, e “Bomb it”. 

“É muito importante uma iniciativa como a mostra Caradura, principalmente para fomentar a produção audiovisual sobre a arte urbana brasileira, que é tão reconhecida e admirada fora do país. A programação vai apresentar mais de 30 filmes, dos quais dois longas e quatro curtas são produções brasileiras. A realização de filmes sobre esse tema no Brasil ainda é algo muito novo, mas já acontece”, afirma o cineasta e curador Pablo Aravena.

No entanto, mais “na cara dura” que a própria mostra foi a produtora Arissas Multimídias, de Clarissa Guarilha, Clarissa Pivetta e Lara Frigotto, que aprovou o projeto neste ano no edital de ocupação dos espaços da Caixa Cultural e ainda arrecadou mais R$ 5 mil no Movere (em crowdfunding) para dar vida a esse sonho, ou seja, cobrir os custos dos transportes das cópias, direitos de exibição, traduções e legendas eletrônicas e cachês dos debates, entre outras despesas que não estão no papel. No final, a missão foi cumprida, a semente plantada e, certamente, outras virão, mas essa ninguém poderá ficar de fora. Vamos?!!!

Abaixo, confira a programação até domingo (27).

Terça 23/10
16hs
Proibido Pixar: Nova York, de Trevor Tweeten | 7', 2012, FRANÇA
Style Wars, de Tony Silver | 69', 1984, EUA
18hs
Taba, de Marcos Pimentel | 16', 2010, BRASIL
Megunica, de Lorenzo Fonda |80', 2008, ITALIA

Quarta 24/10
16hs
A sombra irregular dos muros, de André Lavaquial | 15', 2009, BRASIL
Qualidade de Vida, de Benjamin Morgan | 84', 2004, EUA
18hs
Proibido Pixar: Nairobi, de Eva Munyiri | 7', 2012, FRANÇA
Jóias da Coroa, de Ivo Boerdam | 76', 2006, HOLANDA

Quinta 25/10
16hs
Bob Floss, de David Ellis | 5', 2007, EUA
Bombardeando o Sistema, de Adam Bhala Lough | 92', 2002, EUA
18hs
Proibido Pixar: Paris, de Laurie Grosset | 7', 2012, FRANÇA
Gatos Empoleirados, de Chris Marker | 58', 2003, FRANÇA

Sexta 26/10
16hs
Estilo Chileno, de Pablo Aravena | 10’, 2012, CANADÁ
Muros e Murmúrios, de Agnès Varda | 81', 1980, FRANÇA/EUA
18hs
Proibido Pixar: Finlandia, de Timo Wright | 7', 2012, FRANÇA
Peça por Peça, de Nicholas Hill | 79´, 2005, EUA

Sábado 27/10
14hs
Proibido Pixar: Singapura, de The Shadow Director | 7', 2012, FRANÇA
Style Wars, de Tony Silver | 69', 1984, EUA
16hs
Animal, de David Ellis | 10', 2010, EUA
Megunica, de Lorenzo Fonda | 80', 2008, ITALIA
18hs
Ossário, de Alexandre Orion | 4’, 2006, BRASIL
Oscar, de Sergio Morkin | 56', 2004, ARGENTINA

Domingo 28/10
14hs
Estilo Chileno, de Pablo Aravena | 10’, 2012, CANADÁ
Luz, Câmera, Pichação!, de Gustavo Coelho, Marcelo Guerra e Bruno Caetano | 102', 2011, BRASIL
16hs
Okay, de David Ellis | 10', 2008, EUA
Next: histórias do graffiti, de Pablo Aravena | 95', 2005, CANADÁ/FRANÇA
18hs
Usina, de Clarissa Pivetta | 15', 2012, BRASIL
Pixo, de João Wainer e Roberto Oliveira | 61', 2009, BRASIL

DEBATE: Produção Audiovisual sobre Arte Urbana
Participantes:
Pablo Aravena – produtor e realizador chileno radicado em Montreal, diretor do filme “Next”, curador da Caradura.
Clarissa Pivetta – fotógrafa e produtora catarinense radicada no Rio de Janeiro, diretora do filme "Usina" e diretora da Caradura.
Roberto Oliveira – produtor e realizador, diretor do filme “Pixo”, de São Paulo.
Marcelo Guerra – produtor e pesquisador, diretor do filme “Luz, Câmera, Pichação”, do Rio de Janeiro
Bruno Caetano – produtor e editor, diretor do filme “Luz, Câmera, Pichação”, do Rio de Janeiro.
Mediação: Clarissa Guarilha – Produtora e realizadora, do Rio de Janeiro, diretora da Caradura.

Caixa Cultural Rio de Janeiro – Cinema 2 (21) 3980-3815
Rua Almirante Barroso, 25, Centro (Estação Carioca)

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sábado, 20 de outubro de 2012

#57

Ê sertão: do teatro ao Rei do Baião

Com assinatura de João Falcão, o musical “Gonzagão - A Lenda”, que reestreou no Rio nesta quinta-feira (30/06), leva o sertão aos palcos para celebrar o centenário do Rei do Baião. Visse?

Em paralelo ao barulho em torno do lançamento do filme “Gonzaga – De Pai Pra Filho”, do diretor Breno Silvera - o mesmo de “Dois Filhos de Francisco” -, o musical “Gonzagão a Lenda”, assinado por João Falcão, entrou em cartaz no Sesc Ginástico no ano passado longe de ser uma megaprodução, mas muito perto do que torna o teatro tão mágico. Diferente da trama exibida nas telonas, mais focada na problemática relação dos Gonzagas - a mesma receita de pai e filho usada pelo diretor outrora – e na própria história, a peça se mostra mais descompromissada e, justamente por isso, surpreende com seu conceito de sertão e também de musical. É cabra macho falando fino, muié – uma só – fazendo o fole ronca e até satanás de Lady Gaga, enquanto os clássicos do rei do baião dão tom a um divertido espetáculo. Apesar de não se aprofundar a fundo na dramática e vitoriosa trajetória de vida do personagem em questão e, inclusive, se desculpar por isso em seu programa, trata-se de uma grande homenagem do teatro ao centenário do Rei do Baião e não mais uma. Aos interessados, o espetáculo, que reestreia nesta quinta-feira, seguirá em cartaz até 14/07 no Teatro Carlos Gomes, sendo apresentado de quinta a domingo.


Assim como os atores que interpretaram Gonzaga no cinema, Chambinho do Acordeon e Adélio Lima (aos 70 anos), o Rei do Baião de Gonzagão a Lenda, Marcelo Mimoso, não é um ator de oficio, ao menos, não era até então. Mimoso, que se agiganta em cena e, às vezes, chega a arrepiar pela semelhança vocal alcançada, é taxista e foi “descoberto” por João Falcão (foto abaixo, dir.) ao acaso, cantando e tocando sanfona na Lapa. Além desse precioso achado, que, apesar de possuir visíveis limitações em sua interpretação, consegue corresponder à altura o que lhe foi proposto, os demais atores – Laila Garin, Adren Alves (impecável), Alfredo Del Penho, Eduardo Rios, Fabio Enriquez (foto abaixo, esq.), Paulo de Melo, Renato Luciano e Ricca de Barros - também chamam a atenção, principalmente pela versatilidade, característica fundamental para uma peça que transforma um suposto drama em uma lúdica comédia. O cenário e o figurino, que evocam um lado meio pós-punk do agreste, reafirmam essa espécie de avesso de sertão, que, por sinal, se encaixa perfeitamente na agilidade das passagens e dos diálogos. É muito divertido.


Alternando pinceladas da rica biografia do Rei do Baião e as aventuras de uma trupe chamada “Barca dos Corações Partidos”, o musical de João Falcão arrancou muitos aplausos em sua estreia, realizada ainda no ano passado (17/10), por não ter medo de se arriscar e buscar algo novo. Na contramão da receita usada pelos musicais baseado em grandes figuras da musica nacional, que costumam seguir a biografia e musicar toda história – como o do Tim Maia, inspirado na obra de Nelson Motta -, o Gonzagão rememora a trajetória deste verdadeiro ícone da cultura nordestina com base em suas músicas, causos e, sobretudo, causa: o próprio sertão. Apesar de não situar completamente aqueles que não conhecem a vida de Luiz Gonzaga, a peça ganha muito ao optar pela leveza, pelo espetáculo e pela fuga dos estereótipos – inclusive na banda, formada por apenas quatro instrumentistas. No final, após grandes interpretações das músicas “A Vida do Viajante” e “Sangrando” (de Gonzaguinha), o espetáculo anuncia seu desfecho com ar de missão cumprida, de homenagem feita e bem feita. Viva o teatro e, se possível, (re)viva Luiz Gonzaga!


Gonzagão A Lenda: Teatro Carlos Gomes
Pça Tiradentes, s/n. Centro. 
Ingressos: De R$ 20 a R$ 60
Até 14/07. Quinta, Sexta e Sábado, às 20h.
Domingo, às 19h.

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