segunda-feira, 29 de julho de 2013

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Multigrab Expo: mais shapes em nova edição 

Apresentando um verdadeiro panorama da cena artística carioca em shapes de skate, a já conhecida “Multigrab Expo Shapes” volta a ocupar o Galpão das Artes Urbanas da Comlurb a partir desta quinta-feira (01/08) para dar vida a sua quinta edição e, de quebra, manter firme um de seus principais propósitos: exaltar a relação entre arte e esporte. Embora as tábuas possam parecer um tanto quanto limitadas como suporte, as obras, no mínimo, surpreendem e vão além, ladeira abaixo na mente inquieta de cada convidado – mais de 30, por sinal. No fim, só acompanhando de perto mesmo para não desacreditar... o projeto é coisa linda de se ver.


Nesta nova edição, a exposição, que será aberta ao público na sexta (02) e seguirá em cartaz até o dia 13 de setembro, também será acompanhada de uma grande novidade: o chamado Best Trick Multigrab Expo Shapes 2013, um campeonato de skate para jovens e adultos, mas que também trará diversas atividades para galerinha mais nova, o qual acontece já neste próximo sábado (03). A ideia do campeonato surgiu através de uma parceria com a MHS Skateboarding, empresa pioneira na fabricação de pistas e na disseminação da cultura do skate no Rio, que, por sua vez, também apresentará uma exposição fotográfica em paralelo para ilustrar parte dessa trajetória.


Até por ser montada no Galpão das Artes Urbanas da Comlurb, a Multigrab Expo Shapes, além do graffiti e do skate, também se preocupa em exaltar outro importante item: a sustentabilidade, tendo em vista que todos os shapes usados - produzidos exclusivamente pela El Phante Skateboards, marca carioca que se destaca por seus modelos clássicos e pela fabricação diferenciada – são feitos com madeira reutilizada. Para completar, assim como em suas edições anteriores, o projeto idealizado por João Bives Burle e Luis Otávio Madruga, com produção de Bruno “Big” Carneiro, também assumirá a revitalização do muro do túnel Rafael Mascarenhas, que ganhará novos trabalhos dos artistas envolvidos no evento – uma verdadeira nata da cena carioca.


Os artistas escalados para esta edição são: Acme, Afa, Alander, Akuma, Anarkia, Big, Bives, Bobi, Clarissa Pivetta, Combone, Di Couto, Duim, Felipe Bardi, Felipe Diniz, Fernando De La Rocque, Gais, Guga Ferraz, Idolno, Jou, JP Batista, Lelo, Henrique Madeira, Maíra Botelho, Ment, Mga, Nina M., Nicolau Mello, Pakato, Rasta, Rodrigo Calixto e Swk.

Galpão das Artes Urbanas da Comlurb
Rua Padre Leonel Franca, s/nº, na Gávea
Abertura: 25/07, a partir das 19h.
Visitação: de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.
Até 13/09. Entrada Gratuita

Campeonato: Sábado (03/08), das 10h às 16h.

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quinta-feira, 25 de julho de 2013

#83

Rebobina: de volta aos clássicos

Criada a partir de uma conversa entre os agitadores Rafael Varela e Daniel Lobato com a produtora Diamond, a festa ocupa o 00 nesta sexta-feira com muita black music e vertentes. 

A partir de uma conversa despretensiosa  um clássico ponto de partida para inúmeras realizações de sucesso, os amigos Rafael Varela e Daniel Lobato tiveram a ideia de fazer um evento de resgate de antigos projetos que já não existiam, mas que fizeram sucesso e deixaram saudades. No entanto, já ao lado do pessoal da produtora Diamond (da Black Sessions) e do produtor Gustavo Martins, os agitadores culturais resolveram descartar essa proposta - como sempre ocorre com as primeiras ideias, defende Rafael - para se aventurarem na vasta cena black music, misturando a essência inicial do olhar para trás com o agora. Assim nasceu a Rebobina, festa que, segundo o jovem produtor carioca, “vai desde o groove até ao hip hop, entre som antigo e hits contemporâneos, passando pela funk music, soul e R&B”. Para quem se interessou na receita, ainda tem mais, a festa será realizada no conceituado 00 e, o melhor, a primeira edição já ocorre nesta sexta-feira (26/07). Aos adoradores da cultura black music, Rebobina - Back to the classics!!!



“Através da proposta de apresentar um som antigo misturado com hits mais contemporâneos, criamos um projeto novo que não visa trabalhar somente com DJ’s conceituados na cena, mas também que seja capaz de funcionar como uma espécie de plataforma para novos talentos se apresentarem e ganharem o devido respeito na cena carioca”, aponta Rafael Varela, que, apesar da pouca idade, já traz grandes projetos no currículo, como o próprio Black Sessions, da Diamond, que trabalhou com as bandas Cacife Clandestino e Cone Crew em sua última edição, e as festas Epifania e Nasty, entre outros. No entanto, sem esconder a ansiedade em torno de sua nova e prazerosa correria, o produtor se mostra inteiramente focado na realização da Rebobina, que, como ele mesmo faz questão de ressaltar, vem para atender uma cena da black music mais focada em um som derivado das décadas de 70,80 e 90. É som dançante e pista quente, sem mistérios.


Perguntado sobre o que o público poderia esperar de diferente, Rafael, distante de possíveis pirotecnias, apresentou uma fórmula simples, mas que costuma funcionar: “Um evento novo, mas com uma boa bagagem por conta dos produtores que estão por trás. Um evento que vem da união de força com os DJ´s e da beleza da casa 00, na Gávea, junto ao público da zona sul”, aponta o produtor, que também detalha o time escolhido para a noite de estreia – Zuim, Saraiva (foto acima) e Saddam: “A seleção dos DJ`s foi feita exclusivamente pensando em um som diferente. Zuim, um nome mais conceitual, é residente da festa Love Sessions. Em seus sets, ele trabalha bastante com groove, nu disco e funk music e é isso que irá tocar. O Saraiva é um dos residentes da The Groov, outro evento de black que sempre traz inovações a cada edição. Já o Saddam, figurinha carimbada e há mais de 20 anos no mercado, está envolvido nos mais importantes projetos black da cidade. Escolha foi feita a dedo e com carinho para agradar o nosso público”, finaliza.

Rebobina – 00
Av. Padre Leonel Franca, 240. Gávea (ao lado do Planetário).
Entrada: de R$ 20 (lista, fem.) a R$ 30 (lista, masc.).


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domingo, 21 de julho de 2013

#82

Alô Dilma: é o Wark Rocinha!

Grafiteiro, professor e agente cultural, Marcos Rodrigo Neves - o Wark Rocinha - vira exemplo ao apresentar uma nova perspectiva aos jovens da comunidade. É instituto resistência e arte urbana!


Há pouco mais de um mês, no Complexo Esportivo da Rocinha, a presidente Dilma Rousseff deu o pontapé inicial do chamado PAC 2, programa no qual serão investidos R$ 2,6 bilhões em apenas três das inúmeras favelas cariocas (Jacarezinho, zona norte; Complexo do Lins, na zona oeste, e Rocinha, na zona sul). Notavelmente bem-humorada - ou seja, antes da onda de manifestações registrada no país -, a presidente falou que, com tal projeto, somente a Rocinha receberia R$ 1,6 bilhão em obras de macrodrenagem de esgoto e água, instalação de rede coletora de lixo, alargamento de ruas, construção de creches, 475 unidades habitacionais e, inclusive, um teleférico integrado ao metrô. Após um discurso presidencial de quase 30 minutos, o qual era seguido de perto pelo prefeito Eduardo Paes, pelo governador Sérgio Cabral e seu vice Luiz Fernando Pezão, uma reivindicação acabou quebrando o cronograma ao representar as demais relacionadas com o que o povo realmente queria - neste caso, ser ouvido poderia ser a primeira delas. A exigência em questão, que veio acompanhada de uma tela dada de presente, era simples, mas foi feita diretamente a Dilma: “uma galeria de arte”, reivindicou Wark Rocinha, o Marcos Rodrigo Neves, professor de graffiti e agente cultural propagador da arte urbana na comunidade. “Eu queria agradecer ao Wagner... Wagne da Rocinha... Vark, como é mesmo?”, disse na ocasião Dilma, que, embora não tenha conseguido entender ao certo a pronuncia do nome do artista “soprada” pelo público, pode ouvir muito bem a singela reivindicação. 


O que aparentemente pode ser muito fácil de ser solucionado é também a maior luta de Wark, um exemplo a ser seguido na comunidade onde nasceu e conseguiu crescer. Apaixonado pela arte de desenhar desde criança, o então Marcos, entre 2000 e 2001, resolveu se aventurar no universo paralelo do graffiti como “uma forma de mostrar suas ilustrações e pensamento para sociedade”, ou seja, de suprir a necessidade de falar e ser ouvido – o conceito de auto-inclusão encontrado por muitos através da técnica da tinta nos muros. Após espalhar seus personagens pela comunidade e por toda cidade - como o “Bolinha Palhaço” -, Wark passou a compartilhar esse poder transformador da arte e, de aluno da EAV Parque Lage a professor, deu início a uma luta para propagar a arte urbana dentro da comunidade e dar aos jovens o colorido de uma nova alternativa de futuro. “No graffiti ganhei alunos, amigos, viagens, reconhecimento e exemplo, tudo com força de vontade, dedicação e muita felicidade em poder repassar o aprendizado”, resume Wark, que se mostra ciente do exemplo servido aos jovens locais, mas, como todos os de verdade, prefere manter os pés no chão. “Acredito que sim (serve de exemplo), pois o graffiti através da arte traz inspiração para diversos pensamentos. Daí que surge a consequência da admiração. Também acredito que cada um pode fazer sua parte. Faço a minha através do graffiti ao resgatar jovens das comunidades para a arte, implantando cidadania e consciência”, completa o artista, que, desde o início, alia sua carreira ao projeto social.


Enquanto a verba do PAC não traz melhoras consistentes, assim como a suposta política de pacificação implantada na comunidade há quase dois anos, Wark vai riscando sua meta e, com um traço cada vez mais apurado, tocando uma de suas maiores conquistas ao longo dessa caminhada: o Instituto Wark, fundado em 2011 ao lado da (outra conquista) mulher Ale Lima. Mas, e a galeria? “Acredito que um dia teremos a galeria de arte da Rocinha. Luto muito para isso acontecer de fato e de diversas formas... Sabe, essa luta é coletiva junto com outros artistas da Rocinha. Eu sou apenas mais um que luta em prol dessa conquista”, rebate Wark, também criador e idealizador da Expo. Galeria Urbana da Rocinha. Desta forma, em paralelo à sua carreira, marcada pelos projetos “Imortalizar Expressões” (dedicado a imagens de figuras públicas), “Mulheres” e pela participação na Cow Parade (com a vaca Dona Rocinha), além de seus irreverentes personagens, o ativo artista mantém viva “a única escola de arte da comunidade”, atualmente situada na Estrada da Gávea, Travessa Escada, Loja 101. Sem contar com nenhum patrocínio de fato e bancando muita coisa com verba do seu “próprio bolso”, Wark e seus parcerias se desdobram para manter o instituto com a disponibilidade de vagas no limite e, como de costume, sempre cheio, fato que comprova a carência de atividades culturais na comunidade e a sobra de interesse. A tão sonhada galeria pode não ter chegado, mas o Instituto Wark é uma realidade e, ao contrário da verbas anunciadas pela presidente, já anda transformando a realidade dos jovens moradores da Rocinha. Para quem quiser conhecer, o espaço está aberto e, inclusive, para possíveis apoios. Salve Wark Rocinha!!!


Instituto Wark (21) 3324-3623
Estrada da Gávea, Travessa Escada, Loja 101.
Contatos: iwrocinha@gmail.com


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quinta-feira, 18 de julho de 2013

#81

Wilson Hsu: a arte da (re)descoberta

Filho de imigrantes taiwaneses, criado na Califórnia e carioca, o artista retoma o caminho da arte em meio a (re)descoberta de sua terra natal - em pleno Saara, dá para imaginar? Então, se liga!!!

Com trabalhos tão ricos e curiosos quanto sua própria história de vida, o “carioca” Wilson Hsu vive um momento de novo entusiasmo dentro de sua trajetória artística, motivação que, ao contrário do que imaginava até então, só veio à tona em sua terra natal - na loja de flores de plástico de seus pais no Saara, sendo mais específico. Filho de imigrantes taiwaneses que se conheceram no Brasil, em São Paulo, Wilson nasceu no Rio e, pouco tempo depois, acabou deixando a cidade sem descobrir suas maravilhas para viver com sua família na Califórnia, onde foi criado e viveu até aos 18 anos. Fascinado desde pequeno pelas linhas e formas vindas dos desenhos animados e dos livros infantis, base da edução de grande parte das crianças americanas, Hsu decidiu aprimorar seus estudos em arte, mas, para isso, teria que se afastar novamente da cidade em que nasceu. E assim foi... “Nesse período, meus pais decidiram voltar ao Rio, e eu finalmente pude conhecer a cidade onde nasci. Foi um grande choque cultural. Mas, depois de um ano e meio aqui, resolvi voltar mesmo sozinho para L.A. com a intenção de fazer o que realmente gostava: estudar arte. E foi na Otis College of Art and Design que aprendi grande parte do que sei”, afirma o artista ciente de que tudo possui seu tempo (é agora).


Após dez anos longe de casa, em 2008, quando a crise americana começou a quebrar muitos negócios em diversas áreas, Hsu resolveu voltar ao Rio para ter mais uma chance de conhecer a cidade que nasceu e, agora, também ver o que ela poderia lhe oferecer. “Cansado e um pouco frustrado, resolvi tirar férias sem período determinado para voltar a trabalhar com arte. E foi na loja de flores de plástico dos meus pais no Saara, no centro do Rio, que fui sendo submerso em cores, texturas e formas, tanto das coisas e como das próprias pessoas. Eu estava de férias, mas meus olhos não”, aponta o artista, que reconhece que, antes de voltar, jamais poderia dizer que o Rio havia o inspirado de alguma forma. “Apesar de ter nascido aqui, faltava contato e vivencia.  Parte do meu trabalho tem por base cenas misteriosas de montanhas geladas, desertos, fundo de mar e robôs que cospem espermas voadores. Tanto do lado natural quanto do artificial, era um mundo completamente diferente do que eu encontrei no Rio, onde as pessoas em geral costumam ser muito receptivas e abertas, e a natureza se mistura facilmente à cidade”, completa Hsu, que, por sinal, ainda está se familiarizando com o idioma português e com a estereotipada malandragem do carioca.


Embora ainda não tenha encontrado uma oportunidade de expor seus trabalhos em terras cariocas, o artista continua dedicado a criar e, inclusive, explorar novos modelos - alguns mais próximos às novas exigências do mercado, ou seja, mais comercializáveis. “Estou voltando pouco a pouco a me dedicar à arte e também experimentando outras maneiras de trabalhar com ela. Sempre procurei usar o básico de recursos digitais. Meus desenhos são chapados, com cores muito vivas e misturas um tanto quanto inusitadas. A profundidade geralmente vem da colagem que faço com o papel impresso, sendo que a madeira é o meu suporte, onde sobreponho diversas partes de uma paisagem e destaco em acrílica o que acho necessário dentro de uma determinada cena. Nunca gostei de um trabalho 100% digital e, talvez por isso, procuro usar a colagem e a tinta para destacar, assim como para envelhecer a tela”, detalha Hsu. No entanto, diante desta nova fase, o artista se mostra muito mais aberto ao experimentalismo, enquanto suas obras, que já costumavam chamar atenção, passam a ganhar mais espaço e pessoas. “Tenho um projeto agora que, por ser mais digital, poderá ser impresso em camisetas, caderninhos e postais. A ideia é chegar mais perto das pessoas, tirando esse status de ‘coisa para não ser tocada’ que a arte muitas vezes possui”, finaliza.


Alguns desses trabalhos podem serem vistos na Wilson Hsu Art, sua página recém-criada no Facebook. Confira e curta!

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sábado, 6 de julho de 2013

news

Festival leva Nova Música a Laura Alvim

Com uma série de shows distribuída ao longo de três semanas neste mês de julho, sempre às terças e quartas-feiras, o Festival Nova Música, que começa já neste dia 09, tomará o teatro da Casa de Cultura Laura Alvim (Av. Vieira Souto, 176. Arpoador) para apresentar ao público um verdadeiro panorama do cenário musical independente carioca, com músicos e bandas que já dão o que falar, mas longe dos ouvidos do chamado grande público. Reunindo 16 atrações escolhidas a dedo e, o melhor, sem se limitar a um único gênero, o festival realiza sua primeira edição com uma aposta feliz o bastante para seguir firme na resistência: perfis variados, diversidade de ritmos e qualidade sonora.


Além de dar oportunidade aos talentos locais se apresentarem com uma estrutura adequada e atrair pessoas interessadas em desbravar novos sons, o festival também se mostra importante por acreditar, promover e fortalecer a cena musical à margem do mercado. Como duas atrações se apresentam a cada dia, os encontros - alguns mais que inusitados - refletem a preocupação da curadoria (Natasha Llerena, Lucas Noleto, Livia Bousquet) em aproveitar bem o mix de bandas composto. Para completar, os shows ainda serão registrados em áudio e vídeo, com três músicas para cada artista, para serem utilizados tanto pelos grupos quanto pelo próprio festival em divulgações posteriores.


“O acesso às novas tecnologias permitiu à nova geração de talentos extravasar esta efervescência criativa de maneira mais democrática. O Festival da Nova Musica vai, a partir de nosso time de curadores, tirar uma foto deste momento da cena do Rio de Janeiro. Acho que todos vão gostar e se divertir”, afirma Felippe Llerena, diretor geral do festival, que, assim como as bandas, também é independente e faz um grande esforço para existir e ser ouvido. Com vocês: Ganeshas (foto), Novíssimos, Julia Vargas, Uzoto, Natasha Llerena, Pietá, La Vereda, Biltre, Alice Passos, Antonio Guerra Sexteto, Luiza Sales & Vinícius Castro, Tais Feijão, Juliano Rabujah, Marcelo Duani, Mohandas e Choque do Magriça. É escolher e chegar para prestigiar.

Veja a programação completa aqui

Casa de Cultura Laura Alvim 
Av. Vieira Souto, 176. Arpoador
Terças e quartas-feiras, das 19h30 às 22h30.
Ingressos: R$20,00 meia R$40,00 inteira


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segunda-feira, 1 de julho de 2013

#80

Urban Arts Rio: enfim, ela chegou!

Assediada pelos artistas e adorada pelos mais moderninhos, a galeria abre as portas de sua filial carioca apresentando a exposição “Rio de Todos os Santos”, do artista plástico João Batista.

Em um momento de efervescência no mercado das artes, no qual as galerias se reinventam  em novos modelos e espaços para captar um público à margem do elitismo em torno do padrão clássico, a Urban Arts - criada em 2009 pelo designer André Diniz - inaugura sua primeira filial em terras cariocas sem deixar de lado o lema que moldou o êxito de suas outras seis casas já abertas: “Arte (de todos) é para todos”, mas tudo com seu preço. Alavancada pelo pioneirismo “no ramo” das artes digitais, a “queridinha” dos mais antenados começou a se destacar por se mostrar aberta aos artistas, principalmente aos mais novos, e extremamente atrativa aos apreciadores, que, segundo a própria marca, também ganham com a oportunidade de dar o “primeiro passo” no mundo dos investimentos em telas. Seguindo a influência das lojinhas pós-museu, as atraentes gift shop, e apostando em obras mais acessíveis - de R$ 50 até R$ 4 mil -,  a U.A conseguiu firmar seu conceito seguindo essa receita e, no Rio, sob a batuta da jornalista e produtora de moda Paula Multedo (a Pola), não teria porque ser diferente. Apesar da certa demora, a unidade Rio, situada na Gávea, abriu suas portas no último 27/06 e pôs fim a ansiedade dos seguidores cariocas, que já podem conhecer o espaço e acompanhar a exposição “Rio de Todos os Santos”, do artista João Batista.


Embora a arte em questão esteja condicionada ao mercado e ao lucro, uma relação que começou a ser questionada ainda nos anos 40 com o termo “Indústria Cultural”, elaborado pelos frankfurtianos Theodor W. Adorno e Max Horkheimer, o bom funcionamento da galeria empresa possui um lado positivo que vai muito além de seu saldo. “Sempre acreditei que o artista, mesmo que ainda não tenha chegado ao estrelado, merecia um espaço organizado com todo o aparato necessário para que pudesse brilhar, e com requintes que vão desde convites impressos até uma assessoria focada em sua divulgação”, aponta Pola, que ressalta que sua relação com o proprietário da matriz também á pautada pela preocupação com os artistas: "Nosso contato é diário para justamente  melhor atender os clientes e artistas. Um dos nosso maiores objetivos como marca é colocar  em pratica  a ideia inicial de que as  exposições deverão rodar  pelos demais estados do nosso país, dando oportunidade dos artistas vislumbrarem esse ‘tour’ quase em tempo record”. Ou seja, se a arte possui um preço e o mercado se mostra favorável, o modelo busca potenciar os lucros da galeria para que todos possam se beneficiar dessa condição, um fato justifica a condição da arte como mercadoria, mas sem deixar de os artistas de lado, já que os mesmos, ao contribuir com o sucesso da marca, também se valorizam. No final, todos saem felizes da ‘loja’.


Filha de artista plástica e envolvida com artes desde pequenina, Pola Multedo,  que diz respirar arte em tudo que passa por ela, mas ressalta que a "conta sempre tem que fechar", se porta como uma segura empreendedora ao falar de seu novo negócio.  "Arte é para todos que amam e apreciam coisas belas, portanto por que não juntar a fome com a vontade de comer? Novos artistas entrando para ‘a cena’ e novos compradores felizes em embelezar suas casas com telas assinadas”, declara Pola, que também se mostra segura ao justificar a escolha da Gávea como residência: "O bairro sempre foi reduto de artistas e jovens bacanas.  Ser em frente a Puc e colado ao Baixo Gávea foi definitivamente o que me fez não ter a menor duvida que tínhamos achado o spot!". Além de se destacar pelo sucesso em torno de seu conceito, a Urban Arts também se diferencia por suas exposições, tendo em vista  que as mesmas não se resumem apenas a telas nas paredes. "Nossas exposições sempre buscam sair do obvio, queremos criar atmosferas. O processo criativo flui facilmente, o trabalhoso é por em pratica tantas ideias que brotam de um brain storm com os artistas e suas ideias mirabolantes, como, por exemplo, explodir canhões com bolhas de sabão" , brinca a proprietária. "Buscamos um ‘tema’ em conjunto com o artista e trabalhamos firme em cima dele criando um ‘mundinho’ capaz de passar das ‘telas na parede’”, completa.


"Quando comecei a procurar um artista para fazer a abertura da Urban Arts Rio de Janeiro alguns nomes me vieram a cabeça. Algumas pessoas me falaram muito do Joao Paulo e, em um bate papo em que ele me mostrou seus trabalhos, curti a ideia de seus personagens serem caricaturalmente cariocas, e em maioria nordestinos. Vislumbrei um tema ‘forte’ e bacana que eu poderia me aprofundar que foi sua facilidade e adoração em pintar Santos", aponta Pola, que também assume a curadoria das exposições. Com boas recomendações, um trabalho bem original e características favoráveis, João Batista apareceu com todos os atributos necessários para inugurar a U.A no Rio, mas ainda havia algo que seria determinante para sua escolha: "Quando ele me contou de sua característica inusitada, que é o  fato de ser daltônico, e que isso refletia em seus trabalhos - o que resulta em peças altamente coloridas e alegres, sempre com a mesma combinação de cores -, eu não tive duvidas", revela a proprietária. Aliás, segundo Pola, as artes originais, mesmo que a preços um pouco mais elevados que os prints, canecas e moleskines, não são preços que ‘assustam’ ou deixam o comprador desconfortável em perguntar o valor da arte. No mais, se não quiser coçar os bolsos, a ideia é chegar para conhecer a casa e, de quebra, ver de perto o que o João anda aprontando. Está aberta!

Urban Arts Rio
Rua Marquês de São Vicente, 188. Gávea.


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