terça-feira, 11 de dezembro de 2012

#63

Lu & Cru: rock batuqueria na veia

Seguindo uma inusitada mistura de guitarra e samba, bloco e vocalista anunciam a chegada do primeiro álbum e um carnaval de ano todo. E da-lhe rock batuqueria na Sapucaí, mocidade!!!  

Se hoje em dia os blocos de carnaval deixaram de ser tradicionais para fazer carnaval o ano inteiro, com shows e festas pelo Rio a fora, com o Cru não poderia ser diferente, mas ainda assim acaba sendo. Pioneiro na mistura de guitarra com samba – a chamada rock batuqueria -, o bloco Cru e sua vocalista, Lu Baratz, começaram como uma festa-banda (Cabaret Cru) no Pista 3, em 2008, e acabou se destacando com sua versão carnavalesca no ano seguinte. Imagine versões do Nirvana, AC#DC e Doors, entre outros clássicos do rock, em plena folia de carnaval? Pois bem, assim o bloco foi às ruas. De lá para cá, muita cerveja embriagou a piratada, mas a essência seguiu a mesma. “Sempre tive lá de vocalista, mais o Cru. Agora, estamos dando nome aos bois”, brinca a produtora, atriz e, é claro, cantora, que veio da ópera, flertou com o samba e sempre amou o rock. Antes do lançamento do primeiro álbum - um CD digital, que será lançado no Studio RJ dia 11 de janeiro -, o grupo se prepara para o carnaval, marcado para o dia 11 de fevereiro, na Praça XV, e também para fazer parte do desfile da Mocidade, cujo enredo é (financiado) o Rock in Rio. Os ensaios começaram neste último domingo, mas muitos outros virão. É rock batuqueria na avenida!!!


“Fomos convidados porque fazemos em nossa essência a rock batuqueria. Esse é nosso som. Encontro de power trio de rock (baixo, guitarra e bateria) com Sapucaí. No caso da Mocidade, o rock fica por conta das alegorias e do enredo. A levada do samba mais tradicional  se mantém na avenida”, explica a vocalista, que, de quebra, ainda adianta o tema da bagunça do próximo carnaval: “Vamos fazer uma homenagem aos cinco anos de Bloco Cru e 50 anos de Rolling Stones”. Se os blocos e bandas antes nasciam nas ruas para dar voltas no quarteirão, hoje arrastam multidões pelas ruas e se mostram mais atrativos comercialmente, porém, ainda precisam se reinventar e buscar um novo formato para se sustentarem como verdadeiras bandas. Mas, e os clássicos? Os clássicos são os clássicos. “Acredito que os blocos são plataformas de lançamento que dão um gás aos novos artistas e também movimentam o cenário cultural do Brasil, além de nossa economia criativa”, afirma Lu. O Cru, por exemplo, celebra seu quinto ano, e essa “brincadeira”, cada vez mais séria na folia, não veio à tona assim do nada. Foi e continua sendo rock.


“O Cru e a Voadora começaram ali colados, lançando uma tendência. Depois vieram os demais (neste mesmo conceito de diversidade). Esse foi um período muito rico, aonde uma convergência criativa deu origem a um cenário efervescente, uma “nova onda” de ocupação musical da cidade criada a partir do carnaval”, aponta Lu (foto acima), antes de mandar seu recado: “Artista e cultura precisa de dinheiro. Tem que sair de algum lugar, né? Acho esse o ponto mais crítico de nossa frágil política cultural. O carnaval de rua, neste aspecto, movimenta cinco milhões de pessoas na cidade no período. Pergunta se a prefeitura, secretarias de cultura e as marcas “patrocinadores oficiais” do Carnaval do Rio financiam a estrutura básica de som, luz e segurança dos blocos. Não. Sai do nosso bolso. Apresentamos a festa popular, geramos o que o público quer ver e brincar e não recebemos incentivo. Isso é um descaso com a cidade, porque movimentamos a economia criativa. As pessoas vêm ao Rio pra ver nosso espetáculo das ruas”. Para quem acha que ele está chegando, ele já chegou. Saiba mais sobre o Lu & Cru na página do bloco no facebook. Só curtir!!!

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