segunda-feira, 25 de novembro de 2013

#97

Multiplicidade: na Selva do Lumisokea

Em entrevista ao Ctrl+Alt+RIO, Koenraad Ecker, um dos nomes por trás do duo ítalo-belga, detalha o espetáculo que será apresentado nesta quinta-feira (28/11) no Oi Futuro Flamengo. Selva-se! 

Com status de convidado especial do Festival Multiplicidade, que realiza a sua quarta edição do ano nesta quinta-feira, no Oi Futuro Flamengo, o duo ítalo-belga Lumisokea desembarca pela primeira vez em terras brasileiras para apresentar seu experimental conceito de “Selva”, ou seja, um espetáculo que trabalha a questão musical em diferentes níveis - seja físico, auditivo ou sensorial, trata-se de uma verdadeira viagem da dupla Koenraad Ecker e Andrea Taeggi. No final, para encerrar a noite em grande estilo, o som fica por conta do pesquisador Dudu Dub.



Aliado à questão sonora, sempre focada na relação entre espectador e espaço, o Lumisokea dá forma à sua diferenciada “Selva” a partir das projeções do suíço Jacquet Yannick, o famoso Legoman, um dos fundadores do coletivo AntiVJ. Tido como um dos artistas de vídeo mais respeitado da atualidade, Yannick compõe um ambiente onde a música é acompanhada de flutuantes figuras abstratas e muita fumaça, enquanto o público aparece como um elemento participativo no cenário – um novo passo nas apresentações audiovisuais.


  
"Esta é uma atração inédita no Brasil e que estreou ainda neste ano na Europa. Certamente, esse será um espetáculo mais imersivo, já que o público estará dentro da projeção, dentro de uma caixa de fumaça. Esta fumaça no teatro é a tela de projeção deste espetáculo. É algo muito diferente e com uma sonoridade muito gostosa", defendeu Batman Zavareze, o curador do festival que, entre os dias 06 e 08/12, ainda ocupará o Parque Lage com atrações do calibre de Arto Lindsay, Barry Cullen, Onion Skin, Olivier Ratsi (AntiVJ - França) e Opala, entre outros.

No entanto, antes de querer adiantar detalhes da próxima e última edição do Multiplicidade no ano, conversamos com o músico e instrumentista Koenraad Ecker para nos explicar um pouco mais sobre o trabalho desenvolvido pelo Lumisokea (http://www.lumisokea.com/) e, é claro, sobre a passagem do duo pelo Rio (Hells) de Janeiro. Abaixo, confira a entrevista realizada com o belga.
Ctrl+Alt+RIO- Qual é a sensação de realizar um show no Brasil? Imaginou que um dia viriam até aqui?
Koen - Sentimo-nos muito honrados com o convite para nos apresentar tão longe de casa, num país que nunca estivemos. Vai ser a primeira vez para nós dois no Rio e isso é realmente emocionante, não esperava poder viajar até aqui fazendo o que fazemos. Este espetáculo que iremos apresentar rodou bastante neste ano e passou por muitos lugares diferentes na Europa até chegar aqui. Estar em um festival como o Multiplicidade é simplesmente fantástico.

C - Como vocês se conheceram e começaram a trabalhar em conjunto?
K - Nós nos conhecemos em Amsterdã, enquanto estávamos estudando no conservatório. Andrea estudou piano jazz e eu guitarra jazzística. Nós dois estávamos interessados ​​em um monte de músicas diferentes, além do jazz, e em algum momento nós começamos a fazer música juntos, principalmente com instrumentos eletrônicos. Nós realmente nunca tocamos em um grupo de jazz juntos, o que é bem curioso.
 

C - Qual inovação o Legoman trouxe para o show?
K - Legoman (Yannick Jacquet ) é um artista de vídeo suiço muito respeitado e projetou o lado visual desta performance. A forma como ele projetou o visual é muito original e muito eficaz em combinação com a música que fazemos. A coisa mais importante que a torna diferente da maioria das performances audiovisuais é que sua cenografia evita essas fronteiras comuns entre a tela, performer e público. Ela faz você se sentir muito imerso na música e seu entorno, fazendo com que você esqueça os limites do espaço de atuação.
 
C - 'Selva' é um espetáculo introspectivo. O que vocês falariam para as pessoas que tem curiosidade em ver o Lumisokea?
K - Falaria que com o Lumisokea é voltado para essa combinação de música trabalhada em diferentes níveis: o físico, o auditivo e os estados de espírito. Recebemos um monte de inspiração a partir de diferentes tipos de música, sistema de som (dub, Techno e etc.), onde a experiência de ouvir a música é uma experiência de transe física que permite que você vá muito a fundo de si mesmo. A cenografia e os efeitos visuais do Yannick projetados fortalecem ainda mais isso: a combinação de um quarto escuro, a tangibilidade e o movimento lento dos feixes de luz permite que você realmente se concentre no que você, no que está sentindo e ouvindo - em vez de olhar para uma tela ou para os artistas.
  

C - O que vocês gostam de ouvir em casa quando vocês não estão trabalhando?
Koenraad: Mika Vainio - Heijastuva, John Dowland - Lute, um monte de obras de corais medievais e renascentistas, Jah Shaka e Wareika Monte Sons, um monte de Keith Jarrett, Shackleton - os três EPs, as Suítes para Violoncelo de Bach, La Monte Young & Terry Riley, Basic Channel and Rhythm & Sound 12"s e Johnny Cash - American Recordings, entre outros.

Andrea Taeggi: Para relaxar normalmente ouço Händel's Keyboard Suítes (played by K. Jarrett); Fantasias de Henry Purcell; "Haunted Heart and other Ballads", de Marc Copland; "Cold Fact", de Rodriguez; Dans les Arbres "Canopee"; Aphex Twin "Selected ambiente works Volume II", Keith Jarrett's Sun Bear Concerts (especialmente o conjunto de Sapporo), e grande parte da música que Koen mencionou muito bem em sua resposta.


Oi Futuro Flamengo, às 19h.
Rua Dois de Dezembro, 63.
Ingresso: R$ 20/ R$ 10 (meia)


Local: Oi Futuro Flamengo
Endereço: Rua Dois de Dezembro, 63 - Flamengo

Capacidade: 72 lugares
Ingresso: R$ 20 ( R$10 estudantes) Local: Oi Futuro Flamengo
Endereço: Rua Dois de Dezembro, 63 - Flamengo

Capacidade: 72 lugares
Ingresso: R$ 20
http://www.multiplicidade.com/site/
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sexta-feira, 15 de novembro de 2013

#96

Me Gusta 3 Anos: É Henneberg na pista!

Em entrevista ao Ctrl+Alt+RIO, Andreas Henneberg fala sobre sua primeira visita ao Rio, onde toca neste sábado (16/11), no Fosfobox, em plena festa de 3 anos da Me Gusta. Confere aí!  
 
Principal atração da festa de três anos da Me Gusta, que ocorre neste sábado (16/11), na premiada Fosfobox, o dj e produtor Andreas Henneberg é um dos artistas em maior evidência na atual cena berlinense, onde começou ainda em 1995, época em que, como ele mesmo diz, “não existia nem o google para ajudar”. Embora tenha quase 20 anos de estrada e outros projetos de sucesso no currículo, caso de Cascandy, Hennon e Glitz – formado ao lado de Daniel Nitsch -, o alemão não faz nenhuma questão de assumir o apreciado rótulo de veterano, muito menos o de estrela. Ao contrário, dispensa ambos: “Não me sinto ‘old school’. Sou apenas um técnico nerd tentando me manter atualizado com todas essas novas possibilidades, tanto no que se refere a som quanto a equipamento”, apontou Henneberg em entrevista ao Ctrl+Alt+RIO, na qual também falou sobre os dez anos de sua própria gravadora - a Voltage Musique -, o lançamento do álbum "Mountain" (Ideal Audio), o cenário nacional e, é claro, sua esperada visita ao Rio, lugar que sempre quis conhecer.  Além de Andreas Henneberg, que faz sua única apresentação no país, a festa em questão também contará com o duo Bruce Leroys, formado por Diogo Vaille e Marcelo Abreu, e o residente Pedro Piu. Parabéns, Me Gusta... vida longa ao som de peso!!!
 
Henneberg na imagem promocional do álbum "Mountain".
 


Ctrl+Alt+RIO - Como se sente celebrando dez anos de sua própria gravadora?

A.H. - Sinto-me como se fosse uma festa de aniversário de dez anos da gravadora e só te digo uma coisa: olha, o tempo passa muito rápido!
 
Ctrl+Alt+RIO - Como faz para continuar inspirado, sem se acomodar, e criando por tanto tempo? Há alguma receita?
 
A.H. - Isto pode parecer estranho, mas, geralmente, não me sinto inspirado a tocar música feitas por outros artistas. Eu sempre tento focar nas minhas ideias e experiências que tenho. Só preciso de alguns minutos de ‘jamming’ nos meus sintetizadores e já encontro algo com que trabalhar. Assim, nunca fica chato.

Ctrl+Alt+RIO - Pode nos falar um pouco mais sobre o conceito do álbum “Mountain”? Quais elementos priorizou nesta produção?
 
A.H. - Para ser honesto, não teve conceito. Apenas fui para o estúdio e comecei a criar alguma coisa. E para ser ainda mais honesto, falhei grandemente em ter apostado numa coisa sem conceito. Hehe. Após algumas músicas, percebi que não fazia sentido focar na ideia do álbum e comecei a trabalhar normalmente. Quando tem uma ideia deve ir para o estúdio e fazer a música, não esperar por ideias sentado em um estúdio.

Ctrl+Alt+RIO – O que espera de sua primeira visita ao Brasil e, em especifico, ao Rio de Janeiro?

A.H. - O Rio sempre esteve no meu top 5 de cidades a serem visitadas, desde que comecei a pensar nessa lista. No meu estúdio tenho um enorme mapa com algumas pequenas bandeiras espetadas nas localidades onde já estive e onde ainda vou. Também já ouvi coisas de alguns colegas que já tocaram no Rio e na legendaria festa Me Gusta, no Fosfobox. O que mais posso dizer? I’m f**kin excited hell yeah!!!

Ctrl+Alt+RIO - O que você sabe sobre a cena eletrônica brasileira? Poderia citar alguns nomes?

A.H. - A cena da música eletrônica no Brasil parece ter explodido há poucos anos. Até aqui em Berlim as pessoas costumam dizer isso. Na verdade, muitos artistas alemães estão constantemente tocando no Brasil. Claro que conheço, DJ Anna, Wehbba e Barnem (pioneiro do Drum & Bass) estão nas minhas playlists. E, algum tempo atrás, o sr. Renato Cohen de SP era um dos meus produtores favoritos.

Ctrl+Alt+RIO - O que pode nos adiantar sobre sua apresentação no Fosfobox? Você irá se concentrar em seu novo trabalho ou haverá espaço para músicas de outros projetos, como do Glitz, por exemplo?
 
A.H. - Estou concentrado nas minhas produções mais recentes, desde que o meu álbum foi lançado, com toda promoção e assessoria de imprensa já oganizada. Eu vou trazer pelo menos 15 músicas novas para pegar fogo o Fosfobox. Estou trabalhando com meu colega Daniel Nitsch e o próximo “The Glitz” deve sair no próximo outono (europeu). Nos vemos na pista!!!
 
 

Me Gusta 3 Anos @ Fosfobox.
Rua Siqueira Campos, 143. Copacabana
Entrada: R$ 40 (até 1h)/ R$ 50.

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sexta-feira, 8 de novembro de 2013

#95

Klang#2: de Berlim às pistas… cheias!

Em sua segunda edição, a festa contará com Chymera (Irlanda), Laércio “L_cio” Iorio (SP),  Bruno Jakob (SP) e Manie Gang (RJ). Neste sábado (09/11), o La Paz vai abaixo. E você, vai?

Após uma espera de sete meses, desde a sua arrasadora noite de estreia, que levou os djs alemães Lake People (live), Clemens Kombinat e Lux para o alto do Vidigal, a  festa Klang está de volta e, o melhor, com saudades de pista cheia. Apesar do longo hiato,  no qual a produtora Flávia Machado realizou uma minuciosa pesquisa sonora entre Berlim, São Paulo e Rio - é claro -, a segunda edição promete compensar o tempo  perdido com Brendan Gregoriy a.k.a Chymera (Irlanda), Laércio “L_cio” Iorio (SP),  Bruno Jakob (SP) e Manie Gang (RJ), atrações que foram escolhidas a dedo para botar o La Paz abaixo neste sábado (09/11), dia de som gordo e sem barulho.  


Em sua primeira turnê pelo país -  São Paulo, Campinas, Birigui e Rio -, o veterano produtor irlandês, um ex-metaleiro que começou a ouvir música eletrônica somente na universidade, desembarca em terras cariocas cheio de entusiasmo para conhecer as famigeradas maravilhas da cidade. Impressionado com a sonoridade do house e techno dos anos 90, Brendan largou a guitarra, passou a fazer dj sets e, a partir de 2002, já se dedicava exclusivamente a suas próprias produções, as quais o transformaram em uma verdadeira referência. “Fui assistir ele aqui em SP e…. que belo live! Super animado e com uma qualidade ímpar”, apontou Laercio L_cio, outro dos destaques da noite e da atual cena nacional, que ressaltou: “Será uma experiência bem legal, acho que será uma linda noite!” (sem dúvidas).

Brendan Gregoriy a.k.a Chymera (Irlanda)

Dentro de uma linha que transita entre techno, minimal e dubtechno, junto a um estilo único, o produtor Laercio L_cio é dono de uma extensa bagagem musical e de um espirito desbravador, de quem já trabalhou a música eletrônica com uma cara mais orgânica, com espaço para regionalismos e, inclusive, poesias. No entanto, em uma notável evolução, hoje seu som tem cara de pista e daquelas que ninguém quer ir embora - levando em conta seu dj set de 5h30 no Superafter do D-edge. “Estou trabalhando bastante com instrumentos gravados em estúdio (oboé, sax, flauta e voz). Mantenho viva a questão regional, mas não tão evidente quanto antes. Hoje tenho trabalhado bastante com outros artistas (Portable, Patrice Baumel, Nuno dos Santos e Rafael Moraes) e esse é um processo que reflete minhas novas referências sonoras, meus novos contatos e amizades, parcerias”, explicou o produtor paulistano.

Laércio “L_cio” Iorio (SP)

Em relação à sua exibição, como quem não toca no Rio há mais de um ano, L_cio também não faz mistério e fala como quem já sabe o que virá pela frente. “Dessa vez, farei duas entradas; vou apresentar 1h de live com produções inéditas (que serão lançadas ano que vem, algumas delas no meu álbum) e inserção da flauta transversal tocada ao vivo e, depois, fecho a festa com um dj set”, adianta o dj, que completa: o álbum não tem deadline. Estou trabalhando em dois discos novos e, assim que acabar esse processo, meu foco será trabalhar num disco que represente esses poucos anos de produção. Segundo Flávia, idealizadora da noite alemã no Rio, “ouvir a obra musical de L_cio é assistir uma cena”. “Sua música é livre, não projeta, dá impulso”, finalizou a produtora.

Festa Klang, sábado (09/11).
La Paz: Rua do Rezende, 82. Centro.
Entrada: De R$ 30 a R$ 50.

Nome na lista, aqui.


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