quarta-feira, 14 de setembro de 2011

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Irã: pulso forte e click preciso

Longe do conflituoso contexto político, a exposição Pulso Iraniano revela aos cariocas um Irã mais que surpreendente. Até o dia 30/10, no Oi Futuro Flamengo.

Apesar da imensa distância, tanto física quanto cultural, que separa o Rio de Janeiro de Teerã, capital do Irã, a exposição fotográfica Pulso Iraniano revela ao público carioca um lado ainda desconhecido da republica islâmica, porém, incrivelmente mágico e surpreendente. Reunindo imagens e inéditos vídeos de artistas contemporâneos, a mostra, inaugurada dia 13/09, será apresentada até o dia 30/10, no Oi Futuro Flamengo. Detalhe: a entrada é gratuita para os leitores do Ctrl+Alt+RIO. (risos) 


 Localizado em uma parte estratégica do Oriente Médio, sob valiosas reservas de petróleo, o Irã possui uma imagem e uma postura “complicada” internacionalmente. Aliás, independente do ultraconservador Mahmud Ahmadinejad e do famoso conceito de “eixo do mal”, não é essa fotografia iraniana que nos interessa (ao menos não agora). Embora seja difícil de fugir da influência de um contexto conflituoso, o nosso foco é basicamente no panorama cultural, nas entrelinhas e nas fotos nunca antes revelada.


Com curadoria e direção artística assinada por Marc Pottier, a exposição Pulso Iraniano tem como objetivo mostrar a força dos novos trabalhos desenvolvidos tanto no Irã quanto em outros países, para onde alguns artistas buscaram refugio para continuarem a desenvolver seus respectivos trabalhos. Para facilitar a compreensão, as obras serão dividas em Poesia, O Espírito da Celebração, Mulheres, Guerra e Tradições.

“Os iranianos são irmãos espirituais dos brasileiros. Além de conseguirem trabalhar com todas as adversidades, eles também celebram, gostam de dançar e cantar”, explica Marc Pottier.

O panorama da arte contemporânea iraniana é traçado com cuidado, porém, sem nenhum tipo medo. A preocupação é apenas com o visitante, que certamente não deve saber muito sobre o país que irá (re)conhecer. Para facilitar a compreensão e também para aprendermos um pouco mais sobre a rica cultura do povo Persa, o filme Irã Revelado é uma boa sugestão. Aliás, o público poderá conferir o filme como uma forma de introdução as fotos de Bahman Jalali, um dos mais importantes do país, que viveu em Teerã e morreu em janeiro de 2010.


Além das fotos em preto e branco do fotojornalista Abbas, do Diário do Irã, um dos destaques da Pulso Iraniano é a poesia, uma manifestação artística bem relevante na cultura iraniana e, por isso, apresentada em sala específica. A poesia está tão presente no dia-a-dia do Irã que se pode ouvi-la mesmo durante as manifestações de rua, com gritos, reclamações e críticas ao governo”, revela o curador Pottier, que ao lado do cineasta Seifollah Samadian, da poetisa Sanam Emami, além dos artistas Shadi Ghadirian e Amirali Ghasemi, auxilia mais de 80 artistas, entre 25 e 40 anos.


Diversas poesias são vistas nas paredes, retomando os temas da exposição. E, no final, o público também é presenteado com uma cópia de um dos poemas da artista Hafez (século XIV), cuja obra Divan é tão vendida quanto o Alcorão (a bíblia islâmica), no Irã. O mergulho na cultura iraniana aparentemente é raso, porém, intenso. Para quem estiver disposto a quebrar essa barreira existente entre os preconceitos poderá compreender que existem muitas semelhanças entre os dois povos (irmãos espirituais, como definiu o curador Marc Pottier). Após desfrutar da exposição Punho Iraniano conte-nos um pouco sobre o Irã que descobriu. Ctrl+Alt+Teerã!

Pulso Iraniano (serviço)
até 30 de outubro
Oi Futuro Flamengo (Rua: Dois de Dezembro, 63)
de terça a domingo, das 11h às 20h
Entrada franca/ Classificação etária: 12 anos

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