sexta-feira, 30 de setembro de 2011

#12

Cupcake: uma viagem de bolinho

Após roubar a cena no seriado “Sex In The City”, o bolinho de se comer com os olhos agora exibe sabores carioca, mas sem deixar  de lado sua imagem de “europeu”.

Muitos dizem que o tal do cupcake é inglês, servido nos chás da Rainha. Outros, dizem que é inglês, passou pela Austrália e acabou nos Estados Unidos. Mas, há quem afirme com propriedade que foi mesmo na terra do Tio Sam, aliás é uma verdadeira febre por lá. No entanto, o que é cupcake? É o bolinho colorido de se comer com os olhos que Carrie, Miranda, Charlotte e Samantha, personagens da série “Sex In the City”, se deliciavam na famosa Magnolia Bakery, situada no coração de Manhattan. Agora, quem passar pelo Leblon (quase nosso Upper East Side) também irá se deparar com uma loja especialista nisso: a Cups&Co.


Apesar de estar situada em uma região nobre, exibir uma imagem muito bonita e apresentar um espaço realmente bem acolhedor, o cupcake da Flávia Dias, a dona da loja, não é caro, é uma delícia. Quem não se intimidar perante a iguaria poderá perceber que o bolinho com cara de brinquedo pode ser uma boa opção para um lanchinho amigo. “Sempre gostei de cozinhar e de doces. Ao descobrir que não havia nenhuma loja de cupcakes no Rio e um público que com certeza se tornaria cativo de uma loja com ambiente ‘europeu’ e cupcakes de vários sabores com cafezinho etc..”, afirma Flávia.


Para quem está habituado com os BB/Bibi/Polis/Big Néctar, ver uma loja de bolinhos quase que oníricos e delicados pode ser uma coisa de “fresco”, mas fresco são os cupcakes, e o pessoal tem aparecido para conferir? “Tem sim, poucas pessoas que vêm aqui experimentam o cupcake pela primeira vez. E a aceitação do público foi muito boa. Muitos ainda preferem os tradicionais bolos, mas estão aos poucos trocando essa cultura pela dos cupcakes, inclusive para festas”, afirma a jovem, que assume toda responsabilidade da loja aos cuidados e miminhos da mãe Eliane.


Quem for experimentar as delicinhas da Cups&Co. irá se surpreender com a diversidade de opções e sabores. Como tudo no Brasil ganha uma adaptação, os cupcakes cariocas também apresentam algumas inusitadas novidades, mas nada que seja um frango catupiry/ calabresa com cheddar da vida. Sobre a idéia, Flávia fala como quem entende do assunto: “Os homens geralmente preferem os salgados. A idéia veio justamente para suprir essa necessidade ou até mesmo para os que não podem comer, caso dos diabéticos. Além disso, temos também diets e os sem lactose”.


A loja Cups&Co. está aberta, inclusive para atender festas, e pode ser uma boa alternativa para quem quer fugir do calor, do tumulto da volta para casa ou buscar um espaço para relaxar: comer um cupcake pode ser a boa. “O corujão de música e poesia já fez um evento aqui na loja, e nós apoiamos o projeto, além de apoiar a leitura de livros em geral e incentivar nossos clientes a ler um livro enquanto tomam seu cafezinho com cupcake, ouvindo um jazz”, convida Flávia, que em breve deve abrir uma nova na loja na Barra da Tijuca. É de dar àgua na boca. 

Descubra os sabores dos cupcakes, acesse Cups&Co.

Serviço:
Cups&Co. (R: Almirante Pereira Guimarães, 72 C. Leblon).
(21) 3264-3282

Acompanhe outras novidades em facebook.com/ctrlaltrio

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

#11

Noé: não é apenas pinta de artista

Com seus quadros e esculturas, Noé Klabin leva a fantasiosa arca de mutações, entre homens e bichos, rumo ao Z.Bra Hostel, onde será exposta a partir do 01/10. 

“Sereia com braços de lula, cavalo de asas, homem com corpo de cobra e braço de serrote e outras mutações artísticas, literalmente, roubam a cena na fantasiosa “arca” de Noé Klabin. Entre desenhos, quadros e esculturas, o artista carioca reúne alguns de seus curiosos trabalhos para montar a exposição “Os Bichos”, que será apresentada a partir do dia 01/10, no Z.Bra Hostel. Aliás, a casa está aberta para quem quiser conferir de perto.


“O título foi a última coisa a ser definida. Quando percebi : a série era de bichos, coloridos, como a sereia com braços de lula, o homem com corpo de cobra e braço de serrote, o cavalo com asas, etc.. Depois dei o nome, Os Bichos. É um mundo de fantasias na minha cabeça que eu coloco pra fora em forma de arte”, afirma o artista, que também carrega essa influência para sua outra esfera de trabalho: a música. “O nome do meu primeiro disco também é O Bicho e traz uma foto minha com rabo de sereia e asas na capa”, completa Noé Klabin.


A natureza aparece como um tema singular às esferas de trabalho de Noé Klabin, que não é um aventureiro, mas se arrisca ao expor à pratica as idéias de seu subconsciente. “O que você chama de "aventureiro", enxergo como uma necessidade minha de estar em contato com a natureza e com fortes emoções. Isso sim influencia muito a minha arte e pode ser visto nos meus trabalhos. Se eu estiver no atelier sou artista, se estiver, por exemplo, no topo de uma montanha, sou aventureiro. O negócio é mergulhar profundamente naquilo que se está vivendo naquele momento”, dispara.


Por influência do avô, Chico Calmon, Klabin começou a pintar e desenhar desde cedo. Mas, só mais tarde começou a se “expressar com intuito e dar ao mundo um pouquinho mais de emoção”. Não satisfeito, Noé também passou a se dedicar às esculturas. “As esculturas surgiram há pouco tempo, quando senti uma necessidade de fazer meus desenhos saírem do papel”, justifica. Porém, as esculturas apresentadas por Noé surpreendem pela sua proximidade com o fantasioso imaginário do artista. Dia 05/10, na festa Araka, por exemplo, Noé apresentará seu trabalho com esculturas feitas em madeira.


“A exposição vai estar até o dia 28 de outubro, quem não puder ir à vernissage pode passar lá no Z.Bra Hostel depois, na hora que desejar. No dia da inauguração (01/10), vale a pena ir para tomar um drink e torcer para alguém se animar o bastante para fazer um "pole-dancing" no "pole" que se encontra no bar”, convida Noé Klabin.

“Life is what happens to you while you are busy making other plans!!!”

Serviço: Z.Bra Hostel (Av. General San Martin, 1212. Leblon)

Para saber mais sobre o trabalho de Noé Klabin, basta conferir seu blog ou conta no MySpace 

sábado, 24 de setembro de 2011

#10

Araka: uma "festa" para artistas

Há cinco anos conectando e reunindo inúmeros artistas de diferentes vertentes, Michel “Araka” Mendes faz da arte um verdadeiro agito coletivo de conteúdo. Boom!

Imagine uma festa, que reúna diversas manifestações artísticas, idéias e ideais, mas sem deixar de lado uma boa música e uma cerveja gelada a alto custo. Certamente não é tão difícil e até já imaginaram há uns cinco anos, época que o artista plástico Michel Mendes começou a pôr em prática seu “poder de conexão” para juntar os diferentes trabalhos e propostas espalhadas pelo Rio de Janeiro. Essa é o projeto Araka – Quem tem medo da Aracy? , que terá sua próxima edição na quarta-feira, dia 05/10, no 00, na Gávea.  


Apesar de soar estranho, o nome Araka, na real, é o apelido de uma inusitada jurada do show de calouros de Silvio Santos nos anos 80 (Vish!). Ao lado de Pedro de Lara, Aracy de Almeida se destacava por ser extremamente rígida com os calouros, principalmente com os iniciantes. A mulher, “perneta”, era uma megera. Como a “festa com conteúdo” abre espaço para novos artistas a cada edição, o sugestivo nome de Araka veio justamente para brincar e relembrar essa fera da TV brasileira. Porém, no Araka do Michel, o calouro artista não precisa temer, já que o objetivo está longe de ser (re)aprovado ou não. O justo, não acha?


“Havia trocado a profissão (fisioterapia) para fazer vestibular novamente em Belas Artes na UFRJ. Apesar do medo da incerta carreira de artista, toda vez que conhecia alguém que vivia de arte eu acreditava que era possível. Além disso, o contato com pessoas criativas alimentava ainda mais minha arte”, afirma Michel, que concretizou seu projeto após passar pela “Hospedaria Carioca”, um projeto semelhante ao Araka. “Senti muita falta desses momentos e decidi eu mesmo fazer os encontros. Assim criei o ARAKA, mas adaptando algumas coisas”, conclui Michel Mendes.

O ARAKA foi tão importante pra minha vida que hoje é muito comum algum novo amigo me encontrar na rua e ao me apresentar para alguém falar: "esse aqui é o Michel Araka", virou até sobrenome. Não ligo e até me divirto!

Cinco anos depois, Michel parece ter feito a escolha certa e até brinca com o sucesso de sua iniciativa, que já o levou até para a mítica Ilha de Caras. “Antes do Araka eu era limitado, trabalhava com artes visuais, depois passei a trabalhar com cultura. Lá, por exemplo, encontrei a cineasta Juliana que hoje é minha esposa”, revela o artista e organizador da festa. “O Araka me ensinou a interpretar a cultura do meu tempo e o comportamento humano, fazendo com que suas as ações antecipem tendências - e até necessidades - que ninguém previa ou esperava. Motivamos pessoas a adotarem essas inovações e levá-las para seu cotidiano”, completa.


Entre pintura, grafites, poesia, teatro, fotografia, performances visuais, moda, toy-art e música, a próxima edição da Araka, que acontece uma vez por mês, terá um tema tão bem humorado e inteligente quanto o nome desta verdadeira folia da arte. Os trabalhos irão focar um episódio que assustou(a) os moradores do Rio: explosão de bueiros. “Esse lance estava me deixando louco, então pensei em um protesto bem humorado. Os artistas fariam alguma intervenção artística nos bueiros da cidade e mandariam as fotos pra gente. Mas, como começou a pintar esculturas, pôsteres, adesivos, eu decidi expor esses trabalhos”, finaliza Michel “Araka” Mendes.


Aos interessados, Michel deixa o convite no ar: “Se alguém quiser expor sua arte conosco estamos sempre abertos para a participação de novos artistas, para isso basta enviar um email com imagens de sua arte para o emai: artearaka@gmail.com”.

Acompanhe o Araka no TwitterFacebook e no site.

Serviço:
Araka: 05/10, no 00 (Av. Padre Leonel Franca, 240. Planetário)
Tel: (21) 2540-8041/ 2540-8042
http://www.00site.com.br/

Acompanhe nossa página no facebook
facebook.com/ctrlaltrio

sábado, 17 de setembro de 2011

#9

LoMo: foto à moda "das antiga"

Entre workshops e roles fotográfico, a loja da Lomography no Rio faz de suas câmeras uma febre entre os “descolados”.  Fish Eye, Color Splash, Action Sampler, Diana e La Sardina, qual é o seu modelo preferido?

Seria pouco provável esperar que em plena “era digital”, onde até os telefones tiram fotos “perfeitas”, o mundo fotográfico analógico voltasse a ganhar espaço. Na contramão dos megapixels, as câmeras da Lomographic andam fazendo a cabeça da galera alternativa, ou dos apaixonados por fotos artesanais e rolos de filmes mesmo. Exibindo diversos modelos, as “LoMo(s)” podem ser especificas para sua necessidade, porém, todas abrem espaço para uma foto com assinatura. Aqui, o importante não é só registrar e apagar, mas construir, desenhar e explorar a sua imagem de realidade.


Tudo começou no inicio da década de 90, quando dois estudantes em Vienna, na Áustria, se depararam com uma pequena e enigmática câmera Russa: a Lomo Kompakt Automat, que tirava fotos excelentes com uma saturação profunda de cores e efeitos vibrantes. Para poder agradar os amigos, que também queriam possuir o “brinquedinho”, os amigos desenvolveram a idéia da Lomography! Logo, a iniciativa se transformou em “uma comunidade global, apaixonada pela criatividade e pelo experimentalismo do mundo fotográfico analógico.”


Atualmente, as diversas e divertidas câmeras Lomographic aparecem com sucesso em muitos países ao redor do mundo, tornando-se um verdadeiro símbolo de resistência para os adoradores das “ultrapassadas” máquinas de filmes. No Brasil, até o momento, há apenas uma única loja, localizada em Ipanema (Rua: Visconde de Pirajá, 365 – sobreloja), no Rio de Janeiro. Aliás, não se trata apenas de uma loja, mas de um ponto de encontro entre os amantes da LoMo. Além de câmeras e acessórios, o espaço também oferece cursos e organizar passeios fotográficos coletivos, os famosos “roles Lomográficos”.


A partir de outubro, a loja da Lomographic apresentará uma agenda cheia de atividades aos interessados em aprender e compartilhar um único assunto: câmeras LoMo, sejam dicas de uso, cursos específicos, técnicas fotográficas ou histórias baratas não registradas. Até o dia 20/10, haverá também uma “Pop Up Store” (quiosque) da LoMo dentro da loja da Farm, também em Ipanema. Depois de aprender um pouco sobre o conceito, conferir os modelos disponíveis e escolher por onde começar é X!!! (“bater”)...  Porém, para ver se as fotos ficaram boas, teremos que esperar até a revelação. Depois nos conte, até breve!!!

Para saber mais sobre a Lomographic, acesse o site da loja, ou a página do facebook. 

Curta a nossa facebook page! facebook.com/ctrlaltrio

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

#8

Irã: pulso forte e click preciso

Longe do conflituoso contexto político, a exposição Pulso Iraniano revela aos cariocas um Irã mais que surpreendente. Até o dia 30/10, no Oi Futuro Flamengo.

Apesar da imensa distância, tanto física quanto cultural, que separa o Rio de Janeiro de Teerã, capital do Irã, a exposição fotográfica Pulso Iraniano revela ao público carioca um lado ainda desconhecido da republica islâmica, porém, incrivelmente mágico e surpreendente. Reunindo imagens e inéditos vídeos de artistas contemporâneos, a mostra, inaugurada dia 13/09, será apresentada até o dia 30/10, no Oi Futuro Flamengo. Detalhe: a entrada é gratuita para os leitores do Ctrl+Alt+RIO. (risos) 


 Localizado em uma parte estratégica do Oriente Médio, sob valiosas reservas de petróleo, o Irã possui uma imagem e uma postura “complicada” internacionalmente. Aliás, independente do ultraconservador Mahmud Ahmadinejad e do famoso conceito de “eixo do mal”, não é essa fotografia iraniana que nos interessa (ao menos não agora). Embora seja difícil de fugir da influência de um contexto conflituoso, o nosso foco é basicamente no panorama cultural, nas entrelinhas e nas fotos nunca antes revelada.


Com curadoria e direção artística assinada por Marc Pottier, a exposição Pulso Iraniano tem como objetivo mostrar a força dos novos trabalhos desenvolvidos tanto no Irã quanto em outros países, para onde alguns artistas buscaram refugio para continuarem a desenvolver seus respectivos trabalhos. Para facilitar a compreensão, as obras serão dividas em Poesia, O Espírito da Celebração, Mulheres, Guerra e Tradições.

“Os iranianos são irmãos espirituais dos brasileiros. Além de conseguirem trabalhar com todas as adversidades, eles também celebram, gostam de dançar e cantar”, explica Marc Pottier.

O panorama da arte contemporânea iraniana é traçado com cuidado, porém, sem nenhum tipo medo. A preocupação é apenas com o visitante, que certamente não deve saber muito sobre o país que irá (re)conhecer. Para facilitar a compreensão e também para aprendermos um pouco mais sobre a rica cultura do povo Persa, o filme Irã Revelado é uma boa sugestão. Aliás, o público poderá conferir o filme como uma forma de introdução as fotos de Bahman Jalali, um dos mais importantes do país, que viveu em Teerã e morreu em janeiro de 2010.


Além das fotos em preto e branco do fotojornalista Abbas, do Diário do Irã, um dos destaques da Pulso Iraniano é a poesia, uma manifestação artística bem relevante na cultura iraniana e, por isso, apresentada em sala específica. A poesia está tão presente no dia-a-dia do Irã que se pode ouvi-la mesmo durante as manifestações de rua, com gritos, reclamações e críticas ao governo”, revela o curador Pottier, que ao lado do cineasta Seifollah Samadian, da poetisa Sanam Emami, além dos artistas Shadi Ghadirian e Amirali Ghasemi, auxilia mais de 80 artistas, entre 25 e 40 anos.


Diversas poesias são vistas nas paredes, retomando os temas da exposição. E, no final, o público também é presenteado com uma cópia de um dos poemas da artista Hafez (século XIV), cuja obra Divan é tão vendida quanto o Alcorão (a bíblia islâmica), no Irã. O mergulho na cultura iraniana aparentemente é raso, porém, intenso. Para quem estiver disposto a quebrar essa barreira existente entre os preconceitos poderá compreender que existem muitas semelhanças entre os dois povos (irmãos espirituais, como definiu o curador Marc Pottier). Após desfrutar da exposição Punho Iraniano conte-nos um pouco sobre o Irã que descobriu. Ctrl+Alt+Teerã!

Pulso Iraniano (serviço)
até 30 de outubro
Oi Futuro Flamengo (Rua: Dois de Dezembro, 63)
de terça a domingo, das 11h às 20h
Entrada franca/ Classificação etária: 12 anos

Curta nossa página no facebook

domingo, 11 de setembro de 2011

#7

ArtRua: um "tapa" na Gamboa

Após quatro dias, a exposição ArtRua foi um sucesso e encerrada, mas ainda não acabou. O exemplo fica e as obras seguem nos muros, ilustrando em cores o abandono da região portuária.

Em paralelo à Feira Internacional de Arte Contemporânea do Rio de Janeiro (ArtRio), que ocorreu de 07 até 11/09, a mostra de “arte urbana” ArtRua agitou a zona portuária com uma instalação no Galpão Gamboa (Rua Pedro Ernesto, 29). Em quatro dias de programação, a exposição foi um sucesso, recebeu inúmeros visitantes e ainda deixou um belo legado para os moradores do local. Ou seja, a ArtRua foi encerrada, mas fica o bom exemplo e as inúmeras obras (grafites) espalhadas nos muros, que ilustram em colorido todo o abandono e descaso com a região portuária (agora “revitalizada”).


A idéia do ArtRua foi idealizada pelo Instituto R.U.A, com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro. O instituto foi fundado no ano passado, por André Bretas, Pedro Villela e Wagner Nascimento, para promover uma espécie de revitalização urbana através da arte da própria rua, caso do Mural Bambas da Lapa; Projeto um Olhar sobre as Pedras (um grafite com pedras portuguesas no chão); Projeto Romero Brito e Santa Crew; Pintura do Camarote da Sapucaí; Projeto Graffiti Tapume; Projeto Arpex Poste de Surfe e Pintura Decorativa na Secretaria de Conservação.


A instalação no Galpão Gamboa foi apenas um resultado e conseqüência do espaço que o grafite passou a ocupar dentro da sociedade. Agora, ele sai das ruas e passa a se valorizar em galerias e exposições. Porém, o papel da arte urbana vai além dessa “exposição”. “Muito mais do que uma exposição de arte, o ArtRua se propõe a ser um pólo cultural de incentivo ao intercâmbio artístico e depois de fazer várias revitalizações em diversas áreas do Rio, com o Instituto R.U.A. Vamos deixar essa cidade ainda mais maravilhosa,” explica André Bretas, um dos fundadores do Instituto R.U.A, da Galeria Huma e que há mais de 10 anos pesquisa tendências de arte urbana.


Reunindo alguns nomes já (re)conhecidos na cena Rio-São Paulo e, também, ao redor do mundo, o ArtRua levou até a Gamboa não somente o conceito de arte urbana, mas principalmente inclusão para uma área extremamente carente. No evento, além do que há de mais moderno em graffiti, stencil, poster art, sticker art, o público ainda poderia conferir instalações especificas, projeções, performances circenses, DJ’s, VJ’s e algumas bandas, todos reunidos em torno do novo significado que o conceito de arte urbana passou a ganhar (em todos os aspectos). Para ter noção, a mostra contou até com serviço de Van, que ligava os dois eventos (ArtRio e ArtRua).


Contrastando com um cenário de filme de terror, tipo de cidade fantasma e típico da região portuária, as coloridas obras dos famosos grafiteiros marcaram o local bem apropriado para a intervenção. Agora, ao andar pela Gamboa (o que é bem difícil, convenhamos), você poderá ver grafites de (Choque Cultural (SP), Babel, Galeria Movimento, HUMA, Instituto R.U.A): Akuma, Acme, Eco, Ment, SWK, Combone, Jou, Leo Uzai, Marinho, Tinho, TM1, Mateus Velasco, Zezão, Rafo Castro, Coletivo Gráfico, Big, Mack, Chivitz, Minhau, Muda, Piá, Gais, que recentemente teve obra leiloada na renomada Phillips de Pury, em Londres.


A marca foi registrada... com muito trabalho e sucesso. A mostra ArtRua ficou linda e tudo funcionou muito bem. Sendo assim, além dos parabéns, cabe até uma pergunta: Por que não dar continuidade ao Galpão? Ou quando teremos “galpões culturais” fixos e soltos em regiões esquecidas no Rio de Janeiro? Será que a única solução é UPP? ("Uh Povo Pode, seu governa a dor, só não esquece a arte, nem os arteiros"!!!)

Para quem quiser ver fotos "exclusivas" do evento, a dica é atravessar a linha amarela e dar uma olhada no Blog do fotógrafo Henrique Madeira !!!

Acompanhe nossa página no Facebook e curta à vontade!!!

#6

Warpaint: empolgação à carioca

Após mais uma mobilização de sucesso do projeto Queremos, o quarteto californiano se apresentará no palco do Circo Voador dia 07/10. Os ingressos já estão à venda.

Incomodados com a falta de eventos musicais no Rio de Janeiro e cansados de reclamar por uma mudança, o projeto Queremos apresentou uma inteligente alternativa, destacando um formato totalmente inédito: dividir os custos do evento com o público, para garantir sua realização, e depois devolver o dinheiro investido com a arrecadação da bilheteria. Após inesquecíveis shows, o Queremos acaba de confirmar a banda Warpaint, a qual se apresentará no palco do Circo Voador dia 07/10, depois de passar por São Paulo (06/10). Atenção: os ingressos já estão à venda.
Dessa vez, a vaquinha da galera, mais conhecida como “cariocas empolgados”, levantou a quantia de R$ 42 mil para cobrir os custos do show do Warpaint no Rio. Até a última quinta-feira (08/09), foram vendidos 210 ingressos reembolsáveis de R$ 200. Com a confirmação, os mesmos foram convertidos em 1.040 ingressos de bilheteria (de R$ 60). Com casa cheia, ou sucesso na venda das entradas, o valor do ingresso é inteiramente repassado, garantindo assim um show de graça para quem apostou na idéia inicial. Aliás, uma troca muito justa. O pôster do show, assinado por Carol Santos, acabou de ser lançado e ficou, no mínimo, lindo. (como podemos conferir acima).

Reunindo quatro mulheres, Emily Kokal (vocal e guitarra), Theresa Wayman (vocal e guitarra), Jenny Lee Lindberg (vocal e baixo) e Stella Mozgawa (bateria), a banda Warpaint aparece como uma grande aposta no atual cenário musical internacional, nomeada pela BBC como uma das "15 melhores promessas de 2011". Formado na cidade de Los Angeles, em 2004, o grupo já contou com a atriz Shannyn Sossamon e o guitarrista Jojsh Klinghoffer, do Red Hot Chili Peppers, em formações anteriores, porém, sem sucesso.

Depois de um curioso EP de estréia - Exquisite Corpse, lançado em 2009 - o Warpaint apresentou o primeiro álbum ao público somente em outubro de 2010. Porém, a espera foi bem justificada com o disco The Fool, que arrancou inúmeros elogios da crítica especializada e nosso também. De lá para cá, o quarteto caiu na estrada para marcar presença em diversos e importantes festivais. Há mais de um ano e meio em viagem, o grupo desembarca no Rio para encerrar a turnê do primeiro disco, bem aqui no Circo Voador, que coisa não?

Com canções de destaque, como Stars, Elephant Undertow e outras, o quarto exibe uma sonoridade única, marcada por intrínsecas linhas de guitarra e vocais hipnotizantes. Sob forte influência de ritmos pós-punk, o Warpaint traz músicas que variam entre o psicodélico e o intimista. A leveza das melodias parece buscar algo além do som, como se estivessem canalizando um mantra místico. Para quem não conhece, vale conferir a sonoridade das meninas. Elas, literalmente, tocam muito. Nos vemos por lá.

Para sentir um pouco do clima da Warpaint, deixamos um aqui um explicativo vídeo. Check it Alt!!

Circo Voador - R. dos Arcos, s/n. Lapa, Rio de Janeiro RJ. Tel: (21) 2533-5873 | 25330354Site: http://www.circovoador.com.br/

Acesse a página da Ctrl+Alt+RIO no "Fakelook"

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

#5

Emma: a "japaustralioca" no Rio

Apaixonada pelo Rio de Janeiro, a designer Emma Tamaoki fala um pouco sobre suas perspectivas antes de desembarcar na inexplicável cidade maravilhosa.

O que atrai tantos turistas ao Rio de Janeiro? A fama da cidade maravilhosa contrasta fielmente com a imagem continua de insegurança. É a nossa guerra civil, que nós sabemos muito bem, e os gringos adoram retransmitir em escalas a nível de cinema nacional com seus Tropas de Elite 1 e 2, Cidade de Deus, Última Parada 174 e outros piores. Enfim, o que faria uma garota, design gráfica, aparentemente japonesa, que mora na Austrália e tem descendência portuguesa, vir morar aqui no Rio de Janeiro? É isso que Emma Tamaoki nos contará agora.

Antes de fazer as malas, o Rio era apenas uma imagem desfocada em milhares de pensamentos. “Eu conhecia estereótipos, como as havaianas, bossa nova, samba e corcovado, entre outros. Também sabia de toda insegurança e dos problemas socioeconômicos relacionados com as favelas”, afirma. Além de sua imagem, ainda havia a opinião alheia: “O que me irritava era quando dizia que iria viajar apenas com uma amiga, que também não falava uma palavra em português. Todos tinham uma historia de roubo para contar. Tentava não me preocupar, mas me assustava até com as caipirinhas que faziam bebês”, brinca.


Apesar de todos os riscos previamente adiantados, a viagem parece que valeu a pena e acabou por mudar, literalmente, a vida de Emma. O Rio de Janeiro passou a influenciar sua conduta, seu trabalho e, por fim, em seu modo de vida. “Animal! O cenário de cortar a respiração, as montanhas emoldurando a paisagem de vegetação tropical derramada na terra. A sedutora força da costa de Ipanema (Arpoador talvez?). O exótico, estrangeirismo e a crua energia do Rio são muitos poderosos e muito aditivo. Esta chocante justaposição de classes e cores forma um cocktail suficiente para manter você adivinhando, e desejo para mais do desconhecido”, justifica toda empolgada.

“Queria ir para um novo país, uma nova língua. Não foi difícil escolher depois que avistei aquela paisagem do Rio. Senti alguma mudança e razões inexplicáveis. Será que fui brasileira na minha ultima vida? Não sei. Mas, meu instinto dizia que precisava ficar aqui por uma razão ou outra".


Depois de um “roadtrip” Trancoso-Búzios (até Iguaçu) e umas semanas de convivência com a cidade maravilhosa, Emma já conseguia visualizar bem suas razões inexplicáveis.  “Carnaval (a melhor festa do mundo), a deliciosa praia da joantinga, o tour na Rocinha, a fluidez da musica em todo o lado, personalidades curiosas, caipirinhas que matam ridiculamente a sede, os irresistíveis hot-homens brasileiros, os sedutores sucos de maracuja, mate, abacaxi...”, completa a Design Gráfica, que ilustrou com muita competência e generosidade nosso Blog. Aliás, modéstia a parte, ficou muito simpática gravatinha dourada em nosso garoto propaganda Bento.


A idéia é que Emma chegue ao Rio de Janeiro já no início de 2012. Na cidade inspiração, ela não esconde sua confiança em conseguir achar seu espaço no “mercado” (empilhada na prateleira). “Eu penso que os brasileiros vão entender minha proposta. Eu sou uma mistura de descendências e também fui influenciada por diversas culturas. Creio que serei capaz de traduzir aquela montanha russa de choque cultural que eu vou vivenciar. Eu sou muito sensível com todos os meus sentidos e tento explorar todas as avenidas quando estou criando o meu trabalho. Espero conseguir traduzir tudo isso em algo com sentido e sentimento”.

Antes de fazer a mala em definitivo e transformar seu sonho em realidade, a “japastralioca” adianta onde priorizará seu trabalho quando for uma acariocada e não mais uma turista. “Eu adoraria trabalhar com o voluntariado, em especial com crianças na favela. Eu sempre adorei crianças. Em geral, eu adoro interagir com pessoas e colaborar em projetos conjuntos, onde os interesses são comuns, seja: crianças, moda, língua e viajar”, finaliza.

Aos que ficaram curiosos em conhecer o trabalho de Emma Tamaoki, basta acessar sua página na Internet. “Retornos serão bem-vindos”, ela faz questão de avisar (pode ser em nóssa página também, rs!). http://www.emmatamaoki.com/

terça-feira, 6 de setembro de 2011

#4

Microexpo.: minoria parte de nós

Com algumas fotos no bolso, Rafael Puetter leva sua “microexposição” para orla do Leblon com intenção de exaltar a beleza contida em grupos minoritários.

Não se trata de uma quarta-feira (07/09) qualquer. Diferente das outras, essa ficará mais conhecida como o dia de feriado, independente da independência. As pessoas caminham pela bela e fantasiosa orla do Leblon (Av. Delfim Moreira). Passando por entre os vãos dos luxuosos prédios, o sol começa a iluminar um perfeito cenário para se falar de... MINORIAS? É, isso mesmo, esse é o propósito da “microexposição” elaborada por Rafael Puetter, que levará algumas de suas fotos para buscar um diálogo com os demais. A montagem ficará de frente à Rua José Linhares (no meio-fio), ainda na orla do Leblon, das 9h às 19h. 

Apesar de não ser muito comum, o conceito de “microexposição” explorado por Rafael Puetter possui propósitos que vão além da facilidade em transportar, mesmo estas sendo uma característica bem favorável. “O propósito é fazer com que as pessoas reflitam e passem a buscar mudanças nas atitudes do dia-a-dia que, despercebidas, ajudam a contribuir para uma maior fragmentação da nossa sociedade”, afirma Rafael Puetter.


Em um país carregado de contradições, o conceito de “minorias” acaba sendo subjetivo demais para alcançarmos uma conclusão. “Eu não gosto da palavra minoria. Isso porque ela nos traz uma idéia de maior contra menor, o que não faz muito sentido. Muitas vezes os números absolutos não se justificam. Por exemplo, os negros no Brasil são considerados um grupo minoritário, quando na verdade o Brasil é um país essencialmente negro”, complementa Rafael.

O fato de estar ligado a uma minoria também não quer dizer que você sofra com algum tipo de preconceito. Aliás, cada vez mais as minorias são relacionadas como privilégios. “Entendo o conceito de minorias privilegiadas, mas elas não são o foco do meu trabalho. O brasileiro é muito fascinado pelo "curralzinho VIP" e tratamento diferenciado. Mas, enquanto minorias privilegiadas estiverem crescendo, maior será o distanciamento das minorias oprimidas e mais fragmentada será nossa sociedade, completa.

Cada pessoa que passar pela microexposição levará somente um minuto para acompanhar todas as imagens, que, por sinal, irá traçar uma comparação entre as minorias ocultas e as obras de artes expostas em Museu. Agora, as fotos captadas por Rafael Puetter ao longo de sua jornada ganham um novo sentido: exaltar as belezas existentes nos grupos minoritários da nossa gente.


http://www.youtube.com/watch?v=H5llNK8Zi7s&feature=player_embedded


Para conhecer um pouco mais do trabalho de Rafael Puetter acesse:
http://acaiconceitual.tumblr.com/ 
http://rafucko.wordpress.com/

sábado, 3 de setembro de 2011

#3

Metronomy: na medida certa

Após uma arrecadação coletiva, o quarteto britânico desembarcou no Rio para exibir aos fãs cariocas sua dançante mistura de rock com música eletrônica.

Como de costume, a noite na Lapa começava parecendo estar uns dez graus acima das demais regiões, mesmo com o estranho frio dessa última sexta-feira (02/09). No cenário inicial, tipo na descida do ônibus, já era possível avistar inúmeras “tribos”, umas até próxima dos índios mesmo, e todos em contraste com o rico tumulto que só aquele pedaço do Rio de Janeiro nos proporciona. Enfim, o motivo para estar diante daquilo tudo era o show da banda Metronomy, realizado no conhecido Circo Voador, talvez a casa de show mais tradicional dessa bagunça toda (nossa).


O quarteto chegou ao Rio de Janeiro graças à atitude dos famosos “cariocas empolgados” (queremos.com.br), que por meio de uma “caixinha” coletiva conseguiram arcar com as despesas de um show de tal porte: simples e eficiente. Dessa vez, duzentos e vinte fãs participaram do rateio (aquisição de ingressos antecipados) e puderam contemplar uma ótima apresentação sem pagar nada. O show não teve nenhuma surpresa, porém, a sintonia da banda conseguiu prender e empolgar o público presente, que, por sinal, lotou a casa.

Formado por Joseph Mount (voz, teclado e guitarra), Oscar Cash (vocal, teclado e saxofone), Gbenga Adelekan (vocal e baixo) e a impecável Anna Prior (bateria), o grupo se destaca com uma fórmula musical própria, circulando entre o rock e a música eletrônica. O fato é que as melodias são impecáveis e imprevisíveis, numa levada “synth pop” melancólica, porém, com batidas alegres e viscerais. Ou seja, são músicas sem rótulos e destinadas ao sucesso, caso de “A Thing for Me”, “The Look”(a mais pedida) e “Radio Ladio”, verdadeiros hits da modernidade (dos “muderninhos”).


Desde 2006 na estrada e com dois discos na bagagem – Pip Paine (2006) e Night Out (2008) - o Metronomy se consolidou ao lançar seu álbum mais recente: The English Riviera (2011), que apostou alto e certo em músicas com cara de pista de dança.  As músicas “The Bay”, "Corinne" e “She Wants”, além de vontade de pular na pista, nos mostram claramente toda influência do grupo, que vai de New Order, Blur, Steely Dan até Fleetwood Mac, tudo isso junto e sem soar estranho aos ouvidos (até mesmo daqueles mais exigentes).

Apesar da visível falta de proximidade com o público, os integrantes do Metronomy contornavam uma possível ausência de carisma e simpatia com o que eles tinham de melhor para oferecer: o repertório, que, por sinal, passeou perfeitamente bem pelos três discos e acabou conquistando o público. Isso porque, mesmo para quem não gosta da banda, é impossível deixar de reconhecer que os caras tocam muito (mesmo). A sintonia entre os integrantes era tanta que tudo parecia ser fácil, e até a platéia se arriscava em tocar seus tecladinhos imaginários. Nós também tocamos. O show valeu mesmo, com água e tudo.

Para quem quiser sentir um pouco do clima da noite, segue o vídeo da música “The Look”, tocada pelo Metronomy no show do Circo Voador:

SET LIST:

We Broke Free
Love Underlined
On the Motorway
Back on the Motorway
Holiday
She Wants
Heartbreaker
The Bay
You Could Easily Have Me
The End of You Too
Corinnne
Thing For Me
The Look
On Dancefloors
Mhrr
Some written
Radio Ladio

Local: Circo Voador (R: dos Arcos, S/N – Lapa. 2533-0354)
http://www.circovoador.com.br/

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

#2

NEPS: um ateliê na comunidade

Elaborado pela artista Giseli Duarte, o novo espaço abre suas portas para a inclusão artística no morro do Vidigal.  

Mais relevante que buscar definições para arte é aceitar que cada vez mais seu conceito se distância do “clássico” para circular nas ruas e no cotidiano de pessoas que nunca tiveram oportunidade de visitar um museu (cerca de 90% de nossa população). A partir daí, o conceito do que é arte encontra novos significados e, por conseqüência, rótulos (urbana, contemporânea, engajada e etc.). Mas, o fato é que esses conceitos nunca foram tão democráticos e acessíveis como agora. Em outras palavras, para desespero dos mais conservadores e alegria dos demais, a arte está se popularizando (ao encontro do povo). Aliás, esse é um ótimo tema para celebrar o primeiro post#1.


Sem ter pretensão de exemplificar a relação existente entre arte e inclusão, mas aparecendo como um ótimo exemplo, um novo “espaço artístico” do Rio de Janeiro, localizado no Vidigal, ganha nossa atenção por trabalhar de maneira simples esses dois conceitos. “Não importa se é ‘arte de rua’ ou uma clássica tela de museu... a arte tem que ter τέχνη  (a arte na sua essência), ressalta a artista e proprietária Giseli Duarte, uma paulistana (SP), nascida em Criciúma (SC), que acaba de chegar ao Rio de Janeiro para concretizar seu grande sonho: a criação do “filho” ateliê NEPS.

“Acho que a arte está em todo lugar, inclusive no Vidigal... O que eu quero é abrir um espaço onde a arte possa ser vista e também aprendida... É para isso que a NEPS chega ao Rio”.

Além de amparar o trabalho de novos artistas, o ateliê NEPS traz como foco outra importante missão: levar expressões artísticas para o dia-a-dia de uma área extremamente carente, principalmente de opções culturais, e que ainda sofre com a falta de estrutura social e a violência. “É a realização de um sonho, realmente. É um espaço que não será restrito somente ao meu trabalho, mas para aqueles que possuem o mesmo ideal. Um espaço para compartilhar minha técnica e também para receber quem queira ensinar. Teremos oficinas de fotografia, vídeos e até culinária... A casa está aberta”, brinca Giseli.



Por falar nisso, na noite de abertura (última segunda-feira, 29/08), o ateliê NEPS já apresentava um pouco do muito de sua proposta, ou melhor, de sua essência. No alto da comunidade, o clima era de portas abertas, crianças cheias de fome (curiosidade) e, o principal, pessoas dispostas a acreditar nisso tudo. A inauguração ainda contou com uma exposição da artista Mariana Mats, que trouxe na mala algumas de suas “estilosas” telas - verdadeiros recortes de seus grafites na capital paulista. Para quem quiser conferir, os quadros ficarão expostos durante o mês de setembro no Z.Bra Hostel, no Leblon.


Dentro de seu universo criativo, Giseli Duarte, que carrega uma influência direta de sua dedicação a alta costura em seu trabalho (apesar de não se orgulhar da formação na Faculdade Santa Marcelina), divide sua produção em três áreas: Toy Art, Casa e Você. “O conceito da marca é bem simples. Tudo é único! Mesmo quando faço criação de "séries" tudo tem aquela carinha de feito à mão, afina cada peça é feita individualmente, inclusive no vestuário... Não trabalho com padrão de medidas convencionais. As peças são criadas para cada tipo de corpo...”, completa a artista.


No ateliê NEPS, sigla que também pode ser considerada uma marca exclusiva, encontra-se o diverso, desde os bonecos da coleção “Os cabeça d’ovo” e luminárias, de tecido, em forma de gatinhos até roupas e acessórios. Porém, tudo que é criado apresenta uma preocupação com o conceito de reutilização. Ou seja, o objetivo comum é reinventar, reciclar e reaproveitar. Usar o conceito artístico para  (re)criar novos significados e buscar novas funções para o inútil das coisas.  

Depois de sair de Criciúma (SC) com somente sua mala e seus sonhos, rodar São Paulo para conhecer o mundo, Giseli Duarte chega ao Rio de Janeiro para cultuar uma nova rotina de vida. Agora, como “fazendeira”, ela acorda cedo para celebrar a vida na cidade maravilhosa. “Nossa, de verdade, eu estou radiante! Estou feliz de conseguir montar o ateliê e mais ainda por que mesmo antes da abertura eu já fui muito bem recebida! É só a porta ficar aberta... as pessoas passam, perguntam e entram. Eles querem saber... é muito bom tudo isso!”, finaliza.



Atelier Neps 
R. Presidente João Goulart 27. Vidigal (Próximo ao ponto de encontro)
arte.neps@gmail.com 



Z.BRA Hostel  
Av: General San Martin, 1212. Leblon 
Tel:(21) 3596-2386
http://www.zbrahostel.com/