sexta-feira, 31 de maio de 2013

news


StudioRJ revive matriz com série e Tulipa

Com intenção de homenagear a matriz paulistana, fechado em grande estilo no início do mês de maio por conta da grande especulação imobiliária em torno da famigerada Rua Augusta - a qual se manifestou através de um aumento desproporcional do aluguel do espaço -, o vivíssimo Studio RJ apresentará um novo projeto a partir do mês de junho: o Noite Studio SP, que a cada mês apresentará um artista marcado na história da casa (de todos os adoradores de música). Dando início à série, a casa recebe neste sábado a cantora paulistana (de São Lourenço-MG) Tulipa Ruiz, que volta ao Rio com os sucessos de seu mais recente trabalho, “Tudo Tanto” (2012), e outras surpresas inesperadas. Afinal de contas, Studio é Studio, seja em São Paulo ou no Arpex. 

Após o bem-sucedido lançamento de “Efêmera” (2010), álbum que a projetou (inter)nacionalmente, Tulipa Ruiz contrariou o título do disco de estréia com o lançamento de seu segundo álbum autoral e passou de promissora revelação a estrela em ascensão da chamada "nova mpb". Viabilizado através de um edital da Natura Musical, o “Tudo Tanto” de Tulipa, sob os cuidados e arranjos do pai Luiz Chagas (ex-Isca de Polícia), repete a parceria com o irmão produtor e guitarrista Gustavo Ruiz e ainda conta com participações de grandes artistas, como Criolo, Daniel Ganjaman, Kassin, Lulu Santos, Rafael Castro e São Paulo Underground. Marcadas pela composição esperta de Tulipa, as 11 faixas desse tudo, de “É” até “Cada Voz”, chama atenção tanto pela sonoridade quanto pela riqueza da instrumentação. É um disco de Show, sem dúvida!  Para completar a noite, o Studio RJ completa a Noite Studio SP com a festa Ritz.

Noite Studio SP: Tulipa Ruiz + Ritz
Horário: Show: 22h / Festa: 0h
Preço: Show: R$ 120 (inteira), R$ 60 (meia entrada, lista amiga pelo site 
www.studiorj.org, ou com 1 quilo de alimento não perecível).

Acompanhe nossa página no Facebook.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

news

Exposição exalta relevância da mulher na arte

Reunindo 120 obras emblemáticas, de 65 artistas diferentes - todas elas mulheres -, a exposição “Elles – Mulheres Artistas na Coleção do Centre Georges Pompindou”, vinda diretamente da França e apresentada pela primeira vez no Brasil, chama atenção por exaltar a relevância da mulher na história da arte e, mesmo de modo subjetivo, reacender outras importantes questões, como: elas continuam sendo minoria no mercado artístico, ainda são restritas a objetos de observação e  qual o motivo de não existirem artistas do sexo feminino equiparadas a Leonardo da Vinci e Michelangelo? Apesar de não trazer respostas por escrito, a mostra em questão, que foi inaugurada na última sexta-feira e seguirá em cartaz até o dia 14/07 no CCBB (Av. Primeiro de Março, 66. Centro), reúne obras impactantes o bastante para reforçar que não há mais espaço para possíveis distinções de gêneros nos museus e galerias, já que, acima de tudo, a arte é livre (e feminina).

Durante toda história da arte e, mais especifico, no século 19, as artistas mulheres causavam um enorme desconforto ao trocar a esfera privada pela pública, seja pela quebra dos padrões vigentes, pela ameaça da concorrência diferenciada ou por puro machismo. O célebre Auguste Renoir, por exemplo, ganhou fama com impecáveis retratos de mulheres e meninas de bochechas rosadas, mas, por outro lado, era criteriosamente contra a presença feminina no mundo da arte. “A mulher artista é ridícula, mas sou a favor das cantoras e das dançarinas”, dizia o pintor francês, uma afirmação que não deixou de se legitimar com o passar dos anos, porém, não nesta exposição. Isso porque, a mostra em cartaz no CCBB, que conta curadoria assinada pelas francesas Emma Lavigne e Cécile Debray, além da produção da brasileira Ana Helena Curti, segue o caminho oposto. Aliás, em 2010, quando foi inaugurada em Paris, a mostra chegou a ser acompanhada debates e palestras sobre o tema.

La Chambre Bleue (O Quarto Azul, 1923), de Suzanne Valadon, subverteu a forma como a mulher era representada.

Mesmo sem levantar esse merecido debate, as obras reunidas na “Elles”, datadas de 1907 a 2010, falam por si só, tendo em vista que a maioria delas não se desprende deste contexto. Desta forma, a exposição em questão reúne obras de criadoras pioneiras, como Frida Kahlo (“The Frame” 1938, na foto) e Louise Bourgeois, e contemporâneas, como Valie Export, Nan Goldin e Sophie Calle, além de brasileiras como Lygia Pape, Anna Maria Maiolino e Anna Bella Geiger. Um dos trabalhos mais famosos do Guerrilla Girl, grupo anônimo de artistas que usavam máscaras de gorila para provar a conduta misógina dos museus na França e EUA, os quais insistiam em privilegiar obras de artistas masculinos, também poderá ser conferido na mostra através de um cartaz de 1989, A Grande Odalisca, do pintor Jean-Auguste Dominique Ingres. Neste, o grupo troca a cabeça usada pelo de uma macaca e, inclusive, insere uma inscrição abaixo da colagem: “As mulheres precisam estar nuas para entrar no Metropolitan Museum? Menos de 5% dos artistas nas seções de arte moderna são mulheres, mas 85% dos nus são femininos”. 

Elles: Mulheres Artistas na Coleção do Centro Geoges Pompidou
CCBB RJ – Rua 1º de Março, 66. Centro.
Até 14/07. De Terça a Dom., das 9h às 21h. Grátis.

Acompanhe nossa página no Facebook.

domingo, 26 de maio de 2013

#79

Pedro Vasconcellos: “Sonhos Esculturais”

A partir da vontade de abordar noites mal dormidas de criação de forma reservada e pessoal, o artista carioca resgata seu passado artístico para dar vida a uma exposição de olho no futuro!!!

Publicitário de formação e artista desde pequeno – aos oito anos já ganhava o prêmio de novos talentos da H.Stern na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV) -, o carioca Pedro Vasconcellos resgata referências de seu passado para moldar um novo futuro na exposição “Sonhos Esculturais”, em cartaz no Oztel (Rua Pinheiro Guimarães, 91. Botafogo) até o dia 23/06. Após passar pela fase inicial, da cola colorida, e pela anterior Liberdade Geométrica, que trazia obras em escala maior e com diversas cores, Pedro decidiu apostar em algo diferente: em trabalhos menores, intimistas, menos coloridos e mais inconscientes. “Surgiu a vontade de falar sobre essas noites mal dormidas de forma mais reservada e pessoal”, justifica o artista ao falar das dificuldades enfrentadas durante seu período de processo criativo, no qual confessa, de fato, dormir mal com por ter a cabeça repleta de idéias ao mesmo tempo. No final, após relutante o descanso, os sonhos do artista tomaram formas - esculturais, como traz no título -  e ganharam vida nessa nova mostra. No entanto, antes pensar em conferir, é preciso estar acordado...    


Com pouco mais de 30 anos de idade e certa vivência no mundo da arte, Pedro Vasconcellos, que assina a curadoria artística do espaço 00 Bistrô, em Ipanema, e do Z.bra Hostel, no Leblon, reconhece o visível amadurecimento de seu trabalho, mas não deixa de exaltar a relação com o que já foi criado. “Vejo o amadurecimento como um resgate ao meu passado. Digo isso porque, na série Sonhos Esculturais, eu volto a usar materiais concretos, como corda, cera de vela, pregos e tantos outros materiais que comecei a trabalhar ainda aos 5 anos, nas minhas primeiras aulas de carpintaria. Mas, aqui estou usando referencias do passado para construir um novo futuro”, aponta o carioca, que completa: “Os elementos concretos servem tanto para aumentar a mensagem que quero passar em cada obra como para exalar o sentimento que cada uma carrega em si. A evolução na verdade está mais em quem vê e se identifica com o trabalho do que nele em si. As obras só ajudam as pessoas a pensarem, mas o sentimento está dentro delas”.


Em relação ao por quê do uso desses elementos em sua novas obras, chamadas de “esculturas vivas”, o artista explica que a ideia era justamente ampliar sua profundidade, um sentido maior: “Minha intenção era fazer com que cada obra fosse mais do que tinta sobre tela. Usei vários elementos para transformar cada trabalho em verdadeiras peças ou esculturas. E digo vivas porque vejo movimento e vida em cada uma delas”. Essa foi a proposta de Pedro em “Sonhos Esculturais”, mas o que veio antes: o sonho ou as esculturas? “Normalmente, eu começo pela vontade de expressar algo, de materializar na obra a mensagem que quero passar dentro da proposta da série que estiver trabalhando. Algumas vezes acontece da mensagem mudar de tom e, com isso, a obra acabar ganhando outro formato. Mas, lá atrás, a mensagem ainda era a mesma”, responde o artista, que ressalta que a “inspiração também não cai do céu e do nada”, mas sim da experimentação, dos testes, dos erros e da continuidade do exercício  “Assim nasce uma série dentro de mim. As vezes, não tenho vontade de expô-las, mas, quando tenho, a exposição acontece”, completa.


Embora tenha integrado o coletivo Abacaxi com Hortelã, participado de exposições conjuntas e assinado três individuais, o artista carioca reconhece que a tarefa de elaborar uma mostra “independente” não é tão simples quanto parece. “Montar uma exposição fora do circuito das galerias requer persistência e dedicação, desde a escolha das obras, até a definição do conceito, da precificação, do lugar e da disposição das obras em si. Mas, acredito que isso faz parte do processo de auto-confiança que o artista sempre quer se questionar”, afirma. Além de produzir, comprar e trocar obras com artistas de sua geração, Pedro também vende - e bem -, mas para quem?  “Os meus compradores são pessoas que, aos poucos, estão visitando exposições e enriquecendo o próprio olhar, não os colecionadores tradicionais. O meu interesse não é vender para pessoas que pensam no tamanho e na cor predominante da obra em primeiro lugar, que decidem de acordo com a cor da parede ou do sofá. Quero que se identifiquem com a peça, mesmo que o melhor lugar, decorativamente falando, seja o lavabo”, finaliza.


Saiba mais sobre o trabalho de PedroVasconcellos.

Pedro Vasconcellos Sonhos Esculturais

Local: Oztel (www.oztel.com.br).
Rua Pinheiro Guimarães, 91 - Botafogo.
Até dia 23/6.

Acompanhe nossa página no Facebook.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

news

Me Gusta (e)leva Super Flu ao Fosfobox

Com nome de torcida organizada do Fluminense, o Super Flu, duo alemão de música eletrônica que realiza uma mini-turnê de quatro noites pelo Brasil, desembarca pela primeira vez em terras cariocas e com status de principal atração da Me Gusta, festa que, após algumas edições de sucesso - com Eli Iwasa e Anderson Noise, por exemplo -, virou referência na noite do Rio. Neste sábado (25/05), além “dos alemão”, a festa volta a ocupar o Fosfobox com “Propulse”, residente da Moving na D-Edge, em São Paulo, Rodrigo S, do núcleo Wooble, e o residente (onipresente) Pedro Piu. Para completar, no andar de cima, o som fica por conta de Tiago Moura (ultraxpedition) e Rafa Canholato (Funk The Chic). Me Gusta? Ô!


Formado em 2005 por Feliks Thielemann e Mathias Schwarz, o Super Flu começou a se destacar na cena independente alemã com uma aparelhagem exótica, uma postura irreverente e, principalmente, desconcertantes lives. Já no ano seguinte, o duo ganhava a capital Berlim - a Meca da música eletrônica – com suas primeiras tracks, lançadas pela Herzblut Recordings. Após o lançamento da própria label, a Monaberry, e terem passado por renomadas pistas, como a do Karate Klub e da Traum Schallplatten, Feliks e Mathias tomaram a Europa com um estilo bem próprio e um marketing certeiro, além de uma inconfundível mistura de influências e batidas. De CocoRosie a New Kids On The Block, passando por barulhos da grande cidade, o Super Flu é uma viagem do techno ao minimal entre referências pop, elementos de jazz e bases de new beat, enquanto as faixas sempre surpreendem com uma grande variedade de instrumentos, entre violinos, guitarras e ruídos.

Propulse  vai a Copa(cabana)

Pioneiro no formato de apresentação ao vivo em clubes e festivais da música eletrônica, Fabiano “Propulse” Zorzan, é um conceituado produtor, músico e viciado em novas tecnologias, uma combinação entre engenheiro de som com amante da música dançante de vanguarda. Com uma bagagem de nove anos de residencia da festa Moving, realizada no D-Edge, em São Paulo, Propulse chega ao Rio querendo pegar uma bela praia, é claro, e também prometendo apresentar suas mais recentes produções, ou seja, pancada para cariocada não esquecer tão cedo. É som para gente grande (dançar feito criança). Para quem deseja ouvir um som mais que diferente, diferenciado, a dica está dada, e a pista cheia. Me Gusta!  


Me Gusta - Super Flu
Fosfobox – Rua Siqueira Campos, 143. Copacabana.

R$ 40 (até a 1h) e R$ 50 (após a 1h)

Acompanhe nossa página no Facebook.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

#78

Faunopédia: os animais de João "Lelo"

Após espalhar uma série de animais pelas ruas da cidade - todos combinando formas chapadas e texturas -, o artista carioca reúne seus bichos em uma curiosa mostra na Homegrown. Tá animal!!   

Se fauna é o termo coletivo para designar a vida animal de uma determinada região ou de um período de tempo, “Faunopédia” é a palavra que, após uma procura sem resultados no Google, o designer João Lelo “inventou” para agrupar os animais que anda espelhando pelas ruas do Rio e São Paulo, tanto que a mesma, inspirada nos antigos inventários de exploradores, também intitula a exposição do artista carioca recém-inaugurada na Homegrown.  A mostra em questão, aberta ao público até o dia 05/06, se destaca ao explorar a temática dos animais em gravuras (serigrafias e xilogravuras), desenhos em papel e trabalhos sobre madeira, entre pinturas e colagens, além de duas esculturas (objetos em MDF), as primeiras exibidas de uma nova série que Lelo vem desenvolvendo desde meados do último ano. “Meu trabalho é muito sobre a experiência gráfica, a harmonia entre formas chapadas e padrões / texturas. Às vezes, eu acho que poderia usar uma linguagem totalmente abstrata, mas, no momento, ter algo figurativo ainda é importante para meu processo criativo. Gosto que o desenho tenha alguma história para contar”, revela o artista ao justificar seu fascinio pela bicharada. “É por isso que uso imagens de animais (e pessoas também). Eles são a base da minha criação. Eu escolho os animais que têm alguma simbologia interessante e que eu possa representar de maneira sintética, apenas com formas simples”, completa. 


Após ter descoberto sua vocação ainda cedo, até por influência de seus pais (arquitetos), Lelo tomou o caminho da arte sem pretensões de retorno ou objetivos maiores, queria mesmo fazer o que gostava e assim foi. A partir de pesquisas sobre streetart e viagens à floresta de pedra da capital paulista, o artista carioca, diante da possibilidade de pintar coisas grandes na rua e da necessidade de amadurecer seu trabalho, acabou escolhendo (ou sendo escolhido) o universo do graffiti, entre posters, stickers e a paixão pela serigrafia - descoberta com uma mesa de impressão caseira montada por seu pai, a qual se transformou na “gráfica de seu quarto”. “Sempre ‘fiz arte’ porque eu gostava, nunca tive uma preocupação de viver disso. Trabalhava com outras coisas para me sustentar e poder fazer as coisas que gostava. Mas começaram a me procurar pelo meu trabalho autoral e, nesse momento, vi que era uma coisa com a qual eu poderia trabalhar”, aponta João Lelo, que, além de se considerar mais um muralista que um grafiteiro atualmente, também faz questão de exaltar seu lado autodidata  “Nunca fiz curso de desenho, aprendi a desenhar em casa com meu pai. Cursei faculdade de desenho industrial, que tem introdução à história da arte, mas nada muito consistente. Aprendi muita coisa por conta própria, fui assistente de estúdio de outros artistas onde aprendi bastante coisa também”. 


Embora tenha alcançado uma notável maturidade em seus trabalhos, com destaque para diversidade de materiais explorados, Lelo, que também chegou a experimentar outros processos, como xilografia e linóleo, reconhece que não foi nada fácil dar um conceito a suas obras, mas também ressalta o aspecto positivo da escolha pelo autodidata: “Acho que foi bom seguir esse caminho, pois acho que cursos impõem muito o estilo do professor no aluno, mas também, por outro lado, meu aprendizado foi mais lento. Levei mais tempo até entender o que eu queria fazer com meu trabalho e como fazer”. Questionado sobre o atual reconhecimento da cena carioca de arte urbana, o jovem artista, mesmo tido como um dos promissores, com participações em festivais internacionais, prefere olhar os dois lados dessa inquestionável boa fase. “Acho que ainda estamos vivendo esse boom da arte urbana no Brasil e todo mundo está querendo consumir esse tipo de arte de alguma forma. É bom por um lado porque abre espaço para novos artistas entrarem no mercado, mas também tem o problema de que esses mesmos artistas acabam ficando tachados como ‘artistas urbanos’, o que limita um pouco a visão do trabalho”, aponta. Tanto para quem já reconhece as obras do muralista carioca espalhadas pelas ruas como para aqueles que se interessaram em saber mais sobre o artista, a exposição “Lelo: Faunopédia” se mostra simplesmente imperdível. É de se surpreender com o nível do trabalho apresentado, tá animal!!!


 Saiba mais sobre João Lelo no site:www.leloart.com


Serviço: Lelo: Faunopédia
Homegrown: Rua Maria Quitéria, 68. Ipanema.
Data: Até dia 05/06/13
Horário: Das 10h às 20h, seg. a sex., 12h às 18h aos sábados.

Acompanhe nossa página no Facebook.

sábado, 18 de maio de 2013

#77

Trincheira Cultural: arte em movimento

Com um especial show de Mc Ramonzim e convidados, além de muitas outras atrações, a festa realiza sua primeira edição neste domingo (19/05) como quem chega para fazer... diferente!!!

Com intenção de dar espaço aos artistas que não têm oportunidade ou o devido reconhecimento por causa “da imposição de um mercado que se volta apenas para o lucro”, a Trincheira Cultural - mais que uma festa, um movimento aberto a novas ideias e cabeças - entra em cena para fazer frente ao chamado mais do mesmo e firmar uma nova bandeira de estudo e garimpo na cena carioca. Embora não seja algo único ou que nunca tenha sido pensado antes, essa foi a ideia lançada por Bruno Sued, Eduardo Veras, Thomas e Karen Campbell, a qual, em busca de originalidade e essência através das artes, tomou forma, ganhou vida e deixou de ficar apenas no “vamos fazer (um dia)”. Assim, após um bom trabalho de força-tarefa, a trincheira foi cavada em conjunto, e o sonho saiu do imaginário. Agora, em sua primeira edição, marcada para este domingo (19/05), a festa toma o antigo Café Del Mar (Av. Atlântica, 1910) apresentando um show especial do MC Ramonzim, com direito a participação dos rappers e parceiros Shawlin e Shadow, além de Nina Black, Marquinho O Sócio (Banda Black Rio) e Karla da Silva, ambos participantes do programa The Voice Brasil. Para completar o cardápio da estréia, que acontece das 17h à 0h, o agito ainda terá curadoria sonora de Raoni Mouchoque (da Rádio Legalize), exposição do fotógrafo Rafael Mathias, lançamento de coleção da grife Convoy Clothing Company e um live paint do grafiteiro Bernardo Martins (SNIT). Avante, guerreiro!


Apesar deste ser o primeiro evento organizado pelo grupo de amigos como coletivo, a vontade de fazer algo diferente foi maior que a insegurança em torno de sua realização e, com base experiências individuais anteriores, a Trincheira acabou se formando naturalmente. “Não houve uma pré-definição de funções, cada um teve autonomia para desenvolver o seu trabalho de acordo com as necessidades da produção. Foi aí que cada um adotou a tarefa pela qual tinha mais afinidade, por exemplo: (Bruno) Sued conseguiu o local do evento, Eduardo fez o contato com o Ramon e as demais atrações, Karen ficou encarregada do design da Trincheira e o Thomas cuidou da parte técnica do som”, afirmam os integrantes do coletivo que, curiosamente, surgiu a partir de uma lesão. “Nós (Bruno, Eduardo e Thomas) temos uma banda (Totens e Tabus) e, com a lesão na mão do Eduardo, o guitarrista, ficamos um tempo fora dos ensaios, mas ainda motivados em continuar trabalhando pela arte. A ideia do evento surgiu assim. Karen, irmã do Thomas, também estava querendo lançar sua marca, que tem com mais dois parceiros, e assim juntamos as duas coisas e criamos o conceito da Trincheira Cultural. Como acreditávamos que o Rio de Janeiro carecia de eventos desse tipo, fomos em busca do apoio de amigos e constatamos que o trabalho seria viável”, completam.

Ramonzim em “Circo dos Motivos”

Prestes a lançar seu primeiro álbum de estúdio, intitulado Circo dos Motivos e produzido por Du Brown na Toca FK, o MC Ramonzim abraçou a ideia do evento e resolveu aceitar o convite para adiantar ao público um pouco do que virá em seu esperado debut. “Acho que a ideia é muito boa e tende a se movimentar de uma forma com que outras partes da cena alternativa se agreguem ao mesmo formato e, porque não, ao mesmo projeto. Se você pensar bem, essa proposta não tem nada de exclusivamente inovador, mas faz o que ninguém se propõe a realizar”, aponta o MC nascido e criado no Morro do Juramento, na Zona Norte. “Muitos produtores de eventos desejam fazer algo assim, mas, no final, acabam optando por intervenções óbvias e, logicamente, mais rentáveis. O medo de arriscar em projetos ousados faz com que percam a chance de ganhar o reconhecimento de um evento único e, o principal, que as pessoas não tenham acesso a coisas novas”, completa o artista que, embora tenha começado a rabiscar suas rimas ainda em 1999, só começou a acreditar em sua carreira após o lançamento do bem-sucedido single “Se Ela Soubesse”, em 2010. No entanto, o hiato que muitos poderiam considerar tempo perdido, Ramonzim chama de base, período em que foi aprimorar suas rimas nas escolas das ruas. Até porque, nesta fase – de internet discada, como diz o próprio MC -, o mercado não era favorável, e a cena não tinha o mesmo reconhecimento visto na atualidade, tempos de wi-fi no celular.


Trabalhando com muita atenção “para botar o pedaço de sonho na pista” e, como pai de dois filhos, ciente dos riscos por trás da arte de viver de som, Ramonzim se mostra confiante para o lançamento de seu primeiro álbum.
“Será um álbum único saca? Daqueles que você ouve inteiro, como os clássicos dos anos 90. Me preocupo muito com a qualidade do trampo, e ‘Circo dos Motivos’ traz uma nova leitura do conceito golden era com batidas tradicionalmente fortes e participações de muita qualidade no meio musical”, adianta o rapper, que também ressalta o diferencial do álbum: “Isso fica pela retórica das obras, pelo diálogo bem arranjado dos instrumentos com os beats e pela diferença entre os estilos musicais de cada faixa. Temos jazz, alguns mais Black, outros mais samba e por aí vai”. Com um som marcado por uma forte referência vinda da MPB, além do compromisso com um rap cada vez mais orgânico, o jovem rapper carioca, que também é trompetista, ainda contará com a “soma” de um seleto time de “chegados” em seu disco de estreia, a maioria deles com presença confirmada no show deste domingo na Trincheira Cultural. Apesar de ainda não ser o show oficial de lançamento do álbum, o público já poderá sentir um pouco mais do que virá pela frente, tanto em relação à festa quanto ao primeiro disco de Ramonzim. Domingo é dia de Trincheira!!!

Trincheira Cultural
Av. Atlântica, 1910. Copacabana (antigo Café del Mar)
Domingo (19/05), das 17h à 0h.
Preço: R$ 15 (antecipado) R$ 20 (na hora - só em dinheiro)


Acompanhe nossa página no Facebook.

terça-feira, 14 de maio de 2013

#76

Pablo Padilla: contos em preto e branco

Em sua primeira individual, o “contador de histórias” revela ao público algumas de suas ricas e descompromissadas ilustrações, os chamados “desenhos narrativos”. É chegar e ver de perto!!!

Formado em desenho industrial, ator e sócio da Origem Filmes - produtora voltada ao mercado cinematográfico -, além de roteirista de longa-metragens, o multiartista carioca Pablo Padilla ainda encontrou tempo em sua agenda para redescobrir um outro universo: o das ilustrações, que, por sinal, não se mostra muito distante dos demais oficios. Mesmos descompromissados e realizados apenas como distração a princípio, os desenhos de Padilla -  descrito por ele mesmo como “narrativos”, por dialogar diretamente com seu trabalho de roteirista - estão longes de passarem despercebidos, seja pela riqueza de detalhes, pelo estilo próprio ou, simplesmente, pela história retratada. Com a ideia de tirar esses desenhos da gaveta e do anonimato, já que nunca haviam sidos expostos anteriormente, o “contador de histórias” reencontrou o caminho do desenho livre e deu vida a sua primeira individual, a Preto e Branco, exposição que será inaugurada nesta quinta-feira (16/05) no Z.Bra Hostel.  


Embora as tarefas de designer, ator, empresário, roteirista e desenhista tenham certas particularidades, Pablo, que se autodefine como um simples contador de histórias, prefere exaltar o lado em comum, as proximidades e as relações existentes em suas áreas de atuação. “Na verdade não são tantas tarefas assim. Tento desenhar no meu tempo livre, como um prazer, uma distração. São desenhos descompromissados. Acredito também que são trabalhos complementares e que, principalmente, dialogam muito entre si”, afirma Padilla, que completa: “Me considero um ‘contador de histórias’ e isso me ajuda a entender e a dar sentido ao meu próprio trabalho”. Se por uma lado exista a busca por uma linguagem e narrativa capaz de definir seu estilo, o objetivo, como ressalta o próprio artista, “é criar uma história com senso estético e visual agradável”. Só vendo de perto mesmo para compreender a minuciosidade dos contos que Padilla retrata em suas ilustrações, uma mistura de Picasso com literatura de cordel.



“Esse trabalho que mostro agora é resultado de uma redescoberta, de um reencontro com o desenho livre. Como as ilustrações que faço dialoga essencialmente com o meu trabalho de roteirista, costumo chamá-las de ‘desenhos narrativos’”, aponta Padilla, que também ressalta ter ficado muito contente com o convite e o desafio proposto pelo amigo e artista Pedro Vasconcellos, curador das exposições realizadas no Z.Bra. Em relação às histórias vivas e infindáveis que estarão expostas em ilustrações, o carioca explica o porquê do preto e branco e como optou por esse caminho dentro da concepção de seu estilo. “Além do preto e branco, trabalho o vazio e o cheio, o sim e o não, ou seja, elementos de oposição. Também já tentei aplicar cores, mas os desenhos já possuem muita informação e conteúdo. Com as cores, tive a sensação de que elas ‘atrapalhavam’ a comunicação. Coisa de roteirista”, ironiza o artista. Os trabalhos estão prontos, a primeira individual tomou forma e os interessados em conhecer “os desenhos narrativos” de Pablo Padilla podem chegar para conferir, a casa está aberta. A vernissage ocorre nesta quinta-feira (16/05), mas a exposição se estenderá até o dia 10/06.


“Preto e Branco”, de Pablo Padilla, no Z.Bra Hostel. Av. General San Martin, 1212. Leblon.

Acompanhe nossa página no Facebook.

domingo, 12 de maio de 2013

news

Marcha da Maconha reúne 10 mil no Rio

Enquanto o Congresso Nacional perde seu ocioso tempo com uma suposta solução para o aumento do consumo do crack nas grandes capitais - a discussão do Projeto de Lei 7663/10, de autoria do deputado Osmar Terra (PMDB/RS) e que insiste na criminalização do uso de drogas, em penas minimas obrigatórias e na internação compulsória (involuntária) -, 10 mil cariocas (segundo os organizadores) tomaram a orla de Ipanema neste sábado (11/05) para mostrar rejeição a tal proposta, apresentar soluções e engrandecer o debate em torno da legalização da cannabis com a décima edição da Marcha da Maconha no Rio de Janeiro. Após ter sido novamente liberada pelo STF em 2011, que qualificou as manifestações como um exercício da liberdade de expressão e não apologia ao crime, como argumentaram os juízes que a proibiram anteriormente, a marcha carioca deste ano, além de lembrar os 32 anos da morte de Bob Marley, também partiu em defesa da aprovação do Recurso Extraordinário 635659, que defende a descriminalização do porte da droga para consumo próprio e que segue aguardando julgamento no mesmo STF. Assim como esta, que partiu do Coqueirão (Posto 9) e foi até o Arpoador, o Rio ainda será palco de novas marchas, como a de Niterói (19/05 na Praia de Icaraí), Nova Iguaçu (25/05 na Praça do Skate), São Gonçalo (26/05 na Praça do Ex-combatentes), Rio das Ostras (01/06 na Concha Acústica) e Petrópolis (08/06 na Praça da Inconfidência , as quais integram as 42 que se espalharão Brasil a fora até o mês de julho. Aliás, a legalização e o uso terapêutico da maconha vem apresentando avanços consideráveis em todos cantos do mundo  – como no nosso vizinho Uruguai, do presidente José Mujica, por exemplo. Só não enxerga quem não quer ver. Vermelhos ou não, é preciso abrir os olhos (e a mente).


“Acho que muita mudou coisa de 2002 para cá. Antes o ato era muito pouco conhecido e a nossa bandeira era vinculada ao discurso do Gabeira, em prol da liberdade individual do cidadão. Nesse tempo, aprendemos a fazer a relação entre proibição e violência, deixamos o aspecto individual e chegamos à questão dos direitos humanos, já que são milhares de pessoas que morrem e jovens encarcerados em massa”, afirma o vereador Renato Cinco, um dos organizadores do ato na cidade, que também exalta o comprometimento, a quebra do vinculo com a marginalidade e outros avanços: “Acho que mudou muita coisa de 2002 para cá. Antes o ato era muito pouco conhecido e a nossa bandeira era vinculada ao discurso do Gabeira, em prol da liberdade individual do cidadão. Nesse tempo, aprendemos a fazer a relação entre proibição e violência, deixamos o aspecto individual e chegamos à questão dos direitos humanos, já que são milhares de pessoas que morrem e jovens encarcerados em massa”. Além disso, segundo o vereador, um dos grandes avanços em relação à legalização da maconha no Brasil foi aprovação da Lei 11.343/2006, a chamada “Nova Lei de Drogas”, que flexibilizou a conduta das autoridades em relação aos usuários que portam e plantam pequenas quantidades da droga. “O fim da pena ao usuário foi uma grande conquista, não só da marcha, como de toda sociedade. Neste ano vi pela primeira vez partidos de direita colocando em evidência o debate da legalização, ou seja, até quem é contra é obrigado a falar sobre o assunto, estimular o debate”, completa.


No entanto, por conta da má interpretação da lei por partes das “otoridades” e pela falta de ação das autoridades, a legalização ainda segue indefinida e tradada de maneira equivocada, mesmo com a repressão e o encarceramento terem se mostrado como experiências mais que ineficientes  Neste aspecto, a questão não é simplesmente se livrar das drogas e dos drogados – seja com internação involuntária ou tratamentos em comunidades terapêuticas -, mas apresentar políticas capazes de conscientizar as pessoas com objetivo de reduzir o abuso e a violência. “A internação compulsória do usuário deve ser uma medida extrema de tratamento. A internação como punição é uma tortura. Já as comunidades terapêuticas são entidades que não fazem tratamento médico, mas espiritual. Se o estado é laico não pode colocar verba pública nessas instituições”, adverte o vereador Renato Cinco, que também destacou a organização e o respeito visto na edição deste ano. Apesar do grande contingente policial que acompanhava a marcha e do trafego interrompido na Av. Vieira Souto, os presentes não sofreram nenhum tipo de agressão e conseguiram chegar até o ponto final sem o registro de incidentes. Embora o cheiro indicasse o propósito da manifestação, o gesto (que parecia ser de desabafo), diferente de outras edições, não foi interpretado como uma possível provocação ou desrespeito. O complexo e necessário debate em torno da legalização está longe de ser concluído, mas não há como negar que as coisas estão mudando. A semente está plantada e bons frutos serão colhidos. 



Acompanhe o álbum completo no Facebook.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

#75

Joel Stones: Tropicalia Infurs à carioca

Em passagem por terras cariocas, o produtor e pesquisador radicado em NY convoca os amigos para uma noite de muito som e vinil: a Tropicália Infurs ocupa Z.Bra Hostel. É chegar deslizando!!!

Produtor, pesquisador e proprietário de uma conceituada loja de discos em Nova York – a Tropicalia Infurs, uma espécie de meca dos apreciadores de raridades -, Joel Stone é do tipo de pessoa que não costuma passar despercebido, seja por sua personalidade excêntrica, pelos projetos que costuma estar envolvido ou, simplesmente, por sua adoração a um bom agito.  Em mais uma passagem relâmpago pelo Rio de Janeiro, onde costuma vir para participar da Feira de Vinil e realizar as filmagens de seu documentário sobre as produções psicodélicas lançadas entre o final dos anos 60 e início dos 70 – o “Brazilian Guitar Fuzz Bananas: The Movie”, baseado na linda compilação homônima lançada por ele nos EUA em 2010 -, Joel convida os amigos e chegados ao melhor da esquecida música popular brasileira para uma noite de festa: a Tropicalia Infurs ocupa Z.Bra, que tomará o hostel mais querido do Leblon na noite desta terça-feira (07/05). Mesmo idealizado em cima da hora e sem grandes (ou nenhuma) formalidades, o agito, que começará a partir das 19h (happy hour), se mostra imperdível para quem (re)conhece a figura e o afinadíssimo gosto musical do brasileiro radicado na Big Apple. O cara é pica, como diria os cariocas mais despachados. 


Trazendo um universo infindável de músicas de todos os tipos em sua bagagem, Joel dos Santos Oliveira - Stones em um só - não poupa palavras ao descrever o que apresentará em seu exclusivo set: “Vou tocar musica brazilian guitar funk ,fuzz, northen soul e french turkey beat, ou seja, vamos queimar uns vinils e deixar o seu cérebro derreter baby”, ironiza o irreverente produtor, que veio ao Rio para participar da Feira de Vinil realizada neste último fim de semana. “Tragam seus sapatos deslizantes porque vocês vão escorregar a noite toda”, avisa Stones. Além de compactos que foram trazidos especialmente para festa, incluindo alguns que serão tocados, a galera presente ainda terá oportunidade de comprar algumas preciosas bolachas a um preço camarada. “Tenho uma grande quantidade de disco entre rock, funk, soul (internacionais). O interessante é que trouxe muitos compactos de funk & soul da Truth & Soul Records, uma gravadora americana que tem lançado e relançado pérolas da musica americana, como Lee Fields, The Guetto Brothers, Lady, Shirley Nanette e muitos outros”, explica Stones, que também ressalta que os compactos citados poderão ser levados por R$20, enquanto os demais LPs variam entre R$ 40 e R$80.

Doc, coletânea parte II e Fumaça Preta

Em paralelo ao lançamento do esperado documentário do “Brazilian Guitar Fuzz Bananas”, idealizado junto ao diretor Arthur Ratton, que também mora nos “States”e com quem já havia assinado o curta “What are fuzz bananas?”, Joel adianta que já está prestes a apresentar a continuação da coletânea que tomou forma a partir da necessidade de explorar e reconhecer os artistas do lado obscuro da MPB, que, longe do banquinho e violão, buscavam inovações sonoras inimagináveis em meio à repressão da ditadura militar, caso de Célio Balona, Loyce e Os Gnomos, Serguei, Fabio (lsd), Tony e Som Colorido, 14 Bis, Piry, Ton & Sergio, Ely, Paulo Bagunça e Marisa Rossi, entre outros alucinógenos agora redescobertos. Segundo ele, a parte II da compilação está sendo produzida em Los Angeles e deverá chegar ao mercado em breve, assim como o doc que foi rodado entre Rio e São Paulo e financiado através de uma bem-sucedida campanha no site Kickstarter. “Não tenho datas confirmadas, mas é certo que sairão no próximo ano”, adianta o Stones brasileiro, que, inclusive, também se arrisca nos vocais de uma curiosa banda, a Fumaça Preta.


Enquanto os projetos vêm à tona e com o fechamento da loja de discos em East Village, Joel dedica seu precioso tempo a outros trabalhos - como um livro da história da música brasileira a partir das capas de disco, um website em 3D (www.tropicalinfursnyc.com) - e aos compromissos da banda, formada pelo produtor português-venezuelano Alex Figueira (produtor dono do estúdio vintage Music With Soul e baterista), além de James Port (baixo) e Stuart Carter (teclado/guitarra), da banda The Grits, a mais Funky do Reino Unido. O curioso é que, mesmo sem nunca terem tocado junto antes, Joel se entusiasmou com a Fumaça Preta e sua viagem de psicose e macumba que ultrapassa os limites do estilo em busca de um selvagem groove fuzziest, ou seja, do imaginável. “Já gravamos dois compactos com 500 copias cada um. Agora, em junho, vamos fazer uma festa em Amsterdam e, no mês seguinte, já vamos começar a gravar nosso primeiro disco. Tem um festival na Espanha que quer levar a banda, mas não poderemos participar sem ter um disco completo”, adianta Joel, que também ressalta as dificuldades da banda em relação a sua formação cosmopolita. “Com dois morando em Londres, um em Nova York e outro em Amsterdam não é muito fácil nos juntar para as coisas acontecerem. Então, quando a gente se junta, é uma loucura total”, finaliza o multiartista que iniciou sua trajetória nos EUA entregando pizzas e engraxando sapatos na Goldman Sachs.

Saiba mais sobre a Fumaça Preta e Joel Stones

Tropicalia Infurs ocupa Z.Bra Hostel
Av.
General San Martin, 1212. Leblon.
A partir das 19h30, entrada gratuita. Convide os seus amigos.

Acompanhe nossa página no Facebook.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

#74

Casa 22: uma conexão a Rio Comprido

Gastronômico, artístico, dançante e familiar, o espaço encabeçado por Giseli Duarte e Daniel Fontoura abre suas portas neste sábado e, o melhor, como quem chega para ficar... Aos 22!!!

Sob a harmoniosa proposta de conectar pessoas e novas ideias, abrigar artistas e obras diversificadas, oferecer doces e comidinhas caseiras e, como se não bastasse, fazer a festa (boa), a Casa 22 - número relacionado aos loucos – abre suas portas nessa sábado com um evento voltado para toda família, palavra que define bem o novo espaço localizado no bairro do Rio Comprido e que marca o início de um desafio. Mostrando para que veio, a casa faz uma festa de inauguração, chamada Conexão 22 e que se estenderá por todo o dia com som das 10h às 20h, anunciando um seleto time de DJs nas pick–ups e seis conhecidos artistas no muro. Enquanto  Alle Lucas, Diogo Scassa, Cícero Chaves (Smutty and Funky), Rio Neurotic Bass (Aparavoramento S.S.), Mariana Mats (Boombass/SP) e Pedro Piu (Brazilian Wax) botam a galera para dançar na linha do funk, break e bass,  BR, Bragga Ffics, Gais, Meton, XL e Mariana Mats (ela novamente) dão cores e vida às paredes do local. Para quem achou que já era o bastante, a festa de inauguração da 22 ainda marcará o lançamento do projeto G.A.R, “que pretende documentar e registrar a cena contemporânea do grafite nacional”, e contará com a presença do pessoal do Concrete Jungle. É para 22 nenhum ficar de fora!!!


“É um espaço para conexões de trabalhos, amigos e idéias. O casarão abriga obras de artistas não convencionais em seu segundo andar, onde funciona uma galeria de arte com fotos, pinturas e móveis incríveis”, descreve a agitadora Giseli Duarte, uma das idealizadoras da Casa 22 ao lado do empresário Daniel Fontoura. “No primeiro andar tem um jardim onde funciona um simpático restaurante, o Sabor 22, com comidinhas orgânicas e um delicioso e inconfundível tempero caseiro, algo bem brasileiro. Lá também se encontra a doceria Colher de Pau, incluindo seu tradicional brigadeiro e tantos outros doces. Depois é só relaxar nas redes”, completa Giseli, que também é uma das organizadoras da festa Make My Day e proprietária do Studio Neps. A casa, que partiu da insistência de Daniel - “tipo sequestro mesmo”, como aponta a própria Gi -, funcionará de segunda a sexta, tanto o restaurante como a galeria, sendo ques as festas serão realizadas esporadicamente. “Teremos algo estilo bar, nada de balada pesadas, sendo cada noite um projeto diferente. Nossa agenda está aberta e disponível em nossa página (aqui).”, completa a anfitriã sem esconder a ansiedade da pré-inauguração: “Frio na barriga, isso define tudo”.


“Na verdade, eu estou bem nervosa, mas muito confiante. Quando comecei a pensar na pintura do painel e como conseguiríamos executar e quanto precisaríamos (...). Nossa, se não fosse meus bons amigos vestirem a camisa não sei se conseguiria realizar tudo. Por isso agradeço ao Morango, Mariana Tahan, Jonas e Felipe, além do BR, Bragga Ffics, Gais, Meton, Mariana Mats, Alle Lucas, Diogo Scassa, Cícero Chaves, Rio Neurotic Bass e Pedro Piu. Sem vocês nada disso aconteceria”, ressalta Giseli. Agora, depois de ter todas dúvidas e incertezas iniciais solucionadas, a casa tomou vida, ganhou forma e abriu suas portas, enquanto os 22 ganharam um ‘Q.G’, uma novo e aconchegante ponto de encontro na cidade. Quem não perdeu o contato com a hora e passou a dizer que água com areia é pirão - parafraseando o “pinel, 22 e malucão”, presente nas letras do mestre Bezerra da Silva -, passa lá para conhecer o local e fazer uma visitinha. A casa é nossa, só chegar.


Casa 22
Rua: Sampaio Viana, 250. Rio Comprido
Entrada: R$ 10

Acompanhe nossa página no Facebook