quarta-feira, 27 de junho de 2012

#43

Nugrooves: enfim, a festa chega ao Rio
 
Após nove anos de pista cheia na acirrada noite paulistana, a festa idealizada pelo DJ e produtor Trotter chega ao Rio de Janeiro com sua levada “nu” jazz, funk e muito mais. Nugrooves total!!!

Apostando em uma cremosa “linha de baixo, metal e drum”, a festa Nugrooves, iniciada há nove anos na acirrada noite paulistana pelo DJ e produtor Rodrigo Ribeiro Ulson a.k.a Trotter, chega ao Rio de Janeiro para apresentar aos cariocas sua original e dançante levada “Nu”; nujazz, nudisco, nufunk e downtempo amigo, que é som gordo e sem barulho. “Fazendo questão de mostrar de onde viemos” - em relação ao som, é claro -, a primeira edição da Nugrooves Rio acontece nesta sexta-feira (29), na Fosfobox, destacando os DJs David Tabalipa, Joca-San (Vidal), Bernardo Campos, Diogo Reis e o convidado anfitrião Trotter, que sempre traz uma desconcertante releitura de algum hino da disco ou da funk music. “Meu foco nunca foi seguir moda, sempre fiz o que eu gosto e o que meu coração me diz . Se você tem que fazer algo, faça-o de verdade”, aponta o DJ. 


Referência no assunto e dono da Royal Soul Records, primeira gravadora brasileira dedicada ao nujazz, nufunk e downbeat, Rodrigo Ribeiro Ulson (o “Soneca” de outrora) iniciou a festa no saudoso Idch do Paraiso, aquele que tinha um gato na recepção e tinha que entrar sem os tênis. “Aquela casa era fantástica e bastante gente passou por lá. Foi uma época fantástica e de transformação. Conheço vários núcleos de festas que surgiram a partir de lá. A Nugrooves no Idch do Paraiso foi uma das melhores noites que já fiz, com certeza. Foi muito inspiradora e serviu de base para vários movimentos aqui em São Paulo e vital para a propagação do nufunk no Brasil”, completa Ulson. Depois de quatro anos à frente do projeto, o DJ e produtor já tinha base suficiente para abrir a gravadora, como afirma: “Fazia parte do casting da Timewarp Music (Grécia) e sempre recebi muitas promos de artistas nacionais. O mercado era muito bacana e depois de anos de festivais, conhecendo DJ´s e produtores, resolvi juntar tudo isso em uma única coisa: a Royal Soul Records, um coletivo de produtores e DJ´s de várias partes do Brasil e do planeta”. 


“A festa mantém o pé no ‘old-school’, respeitando o tradicional. Esse é o segredo, a união entre o velho e o novo. Tem muita gente que não faz ideia das musicas fantásticas que rolavam nos anos 50, 60, 70 e 80. Pegamos tudo isso, misturamos e mandamos para o dance-floor”, afirma Trotter sobre a sonoridade da Nugrooves Rio, que, por sua vez, chega ao Rio através de uma parderia com a festa Black Friday, produzida por Joca Vidal, David Tabalipa e Tamenpi entre 2007 e 2011, no Clandestino. Agora, a partir deste “marco” - como descreveu Ulson -, essa trinca carioca passará a assumir uma nova missão. “
O desafio é implementar essa cultura nujazz/nufunk aqui no Rio e fazer um evento dedicado ao estilo bimestralmente. Não será fácil, mas estamos querendo fazer algo inovador”, revela Joca Vidal, que volta  a se dedicar à noite após um tempo de respiro.



“O mercado de festas aqui no Rio é muito difícil. Eu, particularmente, já estava 'aposentado' de fazer produção e ser promoter de festa. Cansei um pouco disso, mas agora voltei "me dando" mais uma oportunidade. Quem sabe não dá certo e volto a fazer festas regularmente? Mas, com o nome "Black Friday", só se for uma edição especial”, afirma Joca, enquanto o produtor paulistano avisa que, além da compilação que será lançada na primeira edição da Nugrooves Rio, a Royal Soul trabalha n
o EP do produtor francês Morlack!; no EP de estreia do polonês Niko; no novo EP do Zel, com remix do alemão Jayl Funk, e também em seu novo EP (haja fôlego). Intitulado “Trotter – Wappin”, essa nova produção conta com remixes de Basement Freaks, Morlake e Cupcake Project . Detalhe: está tudo no soundcloud da gravadora. ‘Nugrooves’, o não?

Acompanhe nossa página no Facebook e no Twitter

Fosfobox
R: Siqueira Campos, 143. Loja 22A Copacabana
Ingressos: De R$ 20 a R$ 40
Email: fosfobox@fosfobox.com.br

domingo, 24 de junho de 2012

#42

Mundano: um ‘pimp’ nos catadores do RJ

Um dia após o encerramento da Rio+20, o "ativista e grafiteiro" paulistano trouxe seu projeto Pimp My Carroça para dar visibilidade ao trabalho dos catadores da cidade; maravilhosa a ação pimp!

Um dia após o encerramento das atividades da conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável e afirmando que “os coletores de materiais recicláveis fazem mais pelo meio ambiento do que toda Rio+20”, o projeto independente Pimp My Carroça, que há 20 dias também foi realizado em São Paulo, ocupou a Praça Tiradentes no último sábado para dar uma repaginada nas carroças e um pouco de atenção aos catadores do centro do Rio de Janeiro. Organizado pelo “ativista e grafiteiro” Thiago “Mundano” – nome de seu personagem, um cacto bem consciente e politizado -, o evento reuniu inúmeros artistas e voluntários com o objetivo de tirar esses trabalhadores da invisibilidade. “A maioria dos trabalhadores que estão aqui estavam na Rio+20 e sem receber nenhum tipo de atenção ou ajuda. Mas, são esses catadores marginalizados pela sociedade são os mesmos que fazem 90% do trabalho de reciclagem em cidades como Rio e São Paulo”, defende Mundano, que desde 2006 já pintou suas frases de efeito em mais de 200 carroças.



Com uma espécie de circuito montado em frente ao imponente monumento a D. Pedro I, o Pimp My Carroça RJ, além de reformar as carroças nos espaços “Limpa Rápido, “Funilaria”, “Borracharia” e “Pintura”, ainda prestava um atendimento médico (no “Check-Up”) aos catadores, que também recebiam camisetas com faixa luminosa, luvas, capa de chuva, itens de segurança para a carroça (buzina, retrovisor) e refeição. No final, os trabalhadores, que não conseguiam esconder o lado banguela de seus sorrisos, ainda posavam ao lado de suas novas e estilizadas companheiras de trabalho. “Pedi para pintarem a minha com as cores do reggae. Está ficando show. Já tive muitas carroças, mas essa é especial”, afirmou o coletor Paulo César dos Santos, que teve seu carrinho de supermercado estendido. “Eu não sou catador, sou morador de rua. Tenho que falar: bato palmas para essas atitudes. A prefeitura recolhe o pessoal e joga em Campo Grande. Mas, ninguém ajuda essas pessoas que estão doentes. Eles não são somente viciados e cracudos”, afirmou Bezenário de Andrade Dias, que passava por lá e aproveitou para fazer uma consulta médica.

Em meio a correria para não deixar nada dar errado e com os catadores chegando, Thiago Mundano ainda encontrava tempo para explicar como resolveu criar esse projeto, apoiado pelo
Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) e financiado via crowdfunding – a segunda maior arrecadação no Brasil com R$ 38.200. “Quando comecei a grafitar, eu comecei a conhecer mais a cidade. Mas, sempre fui meio locão neste aspecto. Às vezes, estava no meio do Treme-Treme (o residencial São Vito, de 27 andares, demolido na gestão Kassab) e, poucos minutos depois, estava almoçando na casa da minha avó. O contato com a rua me fez pensar em ajudar essas pessoas de alguma forma e isso mudou minha vida. Agora, eu quero compartilhar essa experiência com mais pessoas”. Criado em condições opostas aos dos catadores, o grafiteiro paulistano, de 26 anos, conseguiu usar essa experiência de contraste para iniciar uma ação capaz de trabalhar dois supostos problemas sociais, a coleta e os catadores, que, por sinal, são tratados como lixo. “O que é visto como um problema ambiental aparece como solução para um problema social, uma forma de gerar emprego e  tirar essas pessoas da marginalidade. Assim, toda a sociedade se beneficiará”, defende Mundano.


Assim como os “catadores de materiais recicláveis”, os grafiteiros envolvidos com o projeto também já sentiram na pele o estigma da marginalidade, tendo em vista que ambos vivenciam diretamente a rua como ponto em comum. Com a aceitação da chamada arte urbana, esses arteiros conseguiram reconhecimento de sua arte e, por isso, são capazes de fazer o mesmo por esses trabalhadores. “Particularmente, acho o estigma ‘grafiteiro’ um rótulo desnecessário. O importante é ver as pessoas usarem a criatividade para se expressarem e fazer o bem, seja com fotos, desenhos e ações. Esta é um exemplo, ainda mais por buscar dar visibilidade ao trabalho dos catadores”, aponta Rodrigo “Villas” Bôas, que usou seu conhecido pássaro para decorar uma das carroças. Além de Villas, que costuma lançar seu personagem nas paredes e nos fios da cidade, a ação também contou com o trabalho de Afa, Kajaman, Life, Ronaldo Occy, das meninas do coletivo Sou "nóS" (Bruna Britto, Gabriela Godoi e Mariana Holman), que veio de Pelotas (RS) para participar do Pimp RJ, e muitos outros. Se a frase usada no início apontava que os catadores faziam mais pelo meio ambiente do que toda Rio+20, o resultado do Pimp My Carroça também pareceu ser mais significativo que os que foram apresentados no final da conferência da ONU. O esforço coletivo, e a alegria em comum.


Confira nossa galeria de fotos no Facebook 


sexta-feira, 22 de junho de 2012

news

Festival desbrava cultura digital no Circo

Começou ontem, quinta-feira, a terceira edição do festival Circo Digital (FCD), que até o domingo apresentará uma “explosão de pixels em cores e criatividade” com atividades que envolvem arte, tecnologia, sustentabilidade e, é claro, música - como manda a tradição do místico Circo. Nesta edição de 2012, além das novidades em tecnologia e games, o festival ainda contará com uma especifica programação musical, destacando três equipes de sistema de som, bandas e DJs, todos tendo a cultura digital na essência de seus trabalhos.

Depois do coletivo Nuvem e o grupo multimídia Chelpa Ferro, na quinta, o festival dá sequência a sua programação nesta sexta com Digitaldubs, Mateus Pinguim e Dubatak e o dançante dubstep do Tomadub. O coletivo Apavoramento Soundsystem e a DJ Vivi Seixas, filha do eterno Raul Seixas (toca Raul!) e dona de set que nem mesmo as paredes ficam paradas, se apresentam no sábado e, no domingo, o som fica por conta da banda Biltre (Laranja Dub); Mahmundi (foto), primeiro projeto de Marcela Vale; Super Mário Bloco, que embalou os foliões em Santa Teresa nesse último carnaval, e DJ Lencinho.

Além das atrações musicais, essa terceira edição do FCD também aposta em exposições interativas. Ao todo, oito entre as que serão apresentadas traz a proposta de buscar a reação e o envolvimento direto do público. Já a questão da sustentabilidade, principal tema da questionada Rio+20, aparece através de uma parceria com a Futura Soluções Ambientais, uma campanha permanente de coleta seletiva de lixo eletrônico (uma ameaça para aqueles que se julgam DJs e apenas figuram com CDJ “sem fio”). Para estimular o descarte consciente, a entrada para o festival ficará restrita a uma peça eletrônica sem uso, como teclados, monitores Jesus Luz e outras parafernálias. É só chegar.

Festival Circo Digital_ Arte e Tecnologia
Circo Voador (R: dos Arcos, s/n – Lapa. 2533-0354)
Sexta e sábado: 22h, Domingo: 19h
(atrações musicais uma hora após a abertura da casa)
Ingresso: Uma peça eletrônica ‘velha’
Classificação: 18 anos (de 12 a 17 acompanhado dos pais)

Siga nossa página no Facebook e curta nosso Twitter

quarta-feira, 20 de junho de 2012

news


O Estendal revela outra imagem ao Alemão

Enquanto a imprensa se concentra em noticiar os gols do atacante Mario Gomez na Eurocopa e na atuação da chanceler Angela Merkel, que não veio ao Brasil para a Rio+20, na Cúpula do G20, no México, o nosso Alemão se mostra muito mais complexo. Marcado pela violência, pelo tráfico e pela ausência do Estado, o chamado Complexo do Alemão, região da zona norte formada por 13 comunidades, passa por um positivo e mais que necessário processo de transformação: teleférico, unidades de polícia pacificadora e ações culturais. O coletivo O Estendal, por exemplo, ocupará a Praça do Terço (Centro de Cultura Digital Praça do Conhecimento) nesta quinta-feira (21) para alterar o cotidiano dos moradores e visitantes “com suas imagens pensantes ou pensamentos imagéticos.

A partir das 10h, a ação cultural promovida pelo grupo de “fazedores de imagem” e convidados agregados estenderá 30 fotografias “palpáveis” no varal que será elaborado sob o tema “As Paredes Têm Ouvidos”. Com curadoria assinada pelo artista e professor paranaense Roberto Pitella, o projeto chega ao Complexo do Alemão como se estivesse brincando de fazer arte, partindo de uma expressão popular para fotografar, ou rebuscar em arquivos, imagens que traduzam o tema de maneira própria e individual. As ideias são literalmente penduradas em varais esticados em espaços de convivência e expostos aos olhares curiosos.

Além do varal, a ação do O Estendal no Complexo do Alemão também contará com um “Jardim Fotográfico”, ideia que já passou pelo Parque Lage, no Jardim Botânico, além de Curitiba, Salvador, Montevideo e Havana. O projeto, que conta com apoio da Lomography, apresenta imagens entre flores e plantas e ainda abre oportunidade para o visitante colher uma delas. No fim do dia, a proposta de interação seguirá com projeções de fotografias de Fábio Seixo, Daniela Dacorso, Ana Rodrigues & Daniel Chiacos e Calé, além da exibição do documentário (Vi)vendo um Outro Olhar, de Guilhermo Planel. E qual é a sua imagem do Complexo do Alemão?

Centro de Cultura Digital Praça do Conhecimento
R: Nova Brasília, s/n. Praça do Terço.
Das 10h às 20h. Mais informações: oestendal.wordpress.com

Acompanhe nossa página no Facebook e no Twitter 

terça-feira, 19 de junho de 2012

#41

Maga Bo: num “Quilombo do Futuro”

Levando uma inusitada mistura de ritmos afro-brasileiros aos grandes sistemas de som, o musico e produtor radicado no Rio de Janeiro surpreende ao apresentar seu terceiro álbum. Tá nas caixas!!!

Se a música não possui fronteira, e as misturas são fundamentais para a composição de um som cada vez mais global (plural) e de difícil definição, as delimitações territoriais, políticas e rítmicas poderiam ser consideradas espécies de barreiras em relação ao intercâmbio de sonoridades dos “world´s citizens” (cidadãos do mundo). Inserido neste contexto e na contra-mão do pré-estabelecido, o produtor Maga Bo, um  "Wozen" da música, trabalha em seu “Quilombo do Futuro”, o terceiro e recém-lançado disco solo. Anteriormente, Maga Bo lançou a mixtape “Confusion of Tongues” e “Archipelagoes”, um álbum gravado em Senegal, Marrocos, Zanzibar e África do Sul. Ao longo desta trajetória e, principalmente, em sua pesquisa mais recente, o produtor norte-americano, que adotou o calor do Rio de Janeiro como sua morada oficial, reforça o ideal de que as tradições e as raízes são capazes de se redescobrir na resistência contemporânea – a base de informação e troca de comunicação entre as pessoas, como defende o próprio artista.


“Encontrei no Rio de Janeiro uma cidade grande com sol, calor, floresta, montanhas, praia, pessoas simpáticas, uma cultura, música, povo, língua, comida, arte e etc. sincrética, que nem a minha (somos americanos, do mundo novo - me identifico), uma cidade bonita, com prédios interessantes e que revelam e carregam a história do lugar”, aponta o musico, que, apesar de ter escolhido facilmente o Rio de Janeiro após ter rodado o mundo, não conseguiu se fixar na cidade maravilhosa com facilidade. Segundo Maga Bo, a facilitação desta "livre-troca" é fundamental para a “saúde da música e, acima de tudo, para circular idéias, abrir a cabeça das pessoas, sustentar tradições e preservar sabedorias”. Diante deste cenário de contrastes - onde a experimentação é sufocada pelos sucessos do momento, e as produções eletrônicas redescobrem os regionalismos -, o disco “Quilombo do Futuro” busca respostas para perguntas que ainda estão por vir. Afinal, o que vai acontecer com o coco e com o jongo, entre outros?


“Quilombo do Futuro”, na verdade, resgata sons do verdadeiro quilombo do passado, como o coco, o maculelê, o jongo, a capoeira e o samba, e estabelece conexões com ragga, dub, hip hop, kuduro, grime e dubstep. Apesar de ser voltada para os sistemas de som (sound system), a sonoridade do álbum não deixa de trabalhar as sutilezas dos ritmos. E o que parece inusitado, Maga Bo fala com se fosse algo simples de entender. “Não acho que tenha muitas sonoridades ‘regionais do mundo’ no disco... são ritmos já globalizados (embora haja diferenças regionais dentro desses sons: o dub de Londres é diferente do dub da Jamaica, por exemplo). Esses sons globalizados, que vem da produção eletrônica, o dub e o hip hop são as bases e sempre fizeram parte das minhas raízes. Os ritmos afro-brasileiros me interessam há muito tempo. Sou capoeirista, toco repique em escola de samba, frequento rodas de jongo, samba e etc. Sou muito inspirado nos sons regionais brasileiros, e essa mistura é natural, mas sempre achei que a produção não valorizava certos elementos. Assim, eu comecei a ‘re-criar’ esses sons especificamente para os sistemas de som grandes e valorizando os graves”, detalha o produtor.






Trabalhado em mais de 40 países – de Nova Delhi a Sydney, de Berlim a Addis Ababa -, Maga Bo reuniu uma boa bagagem musical antes de iniciar esse trabalho, tendo em vista seus trabalhos anteriores e o fato do produtor já ter trabalhado com Mulatu Astatke, Dr. Das (Asian Dub Fundation) e outros feras do mesmo quilate. Na formação do Quilombo propriamente dita, aparecem B.Negão, Gaspar, Lucas Santtana e Marcelo Yuka, além de novos talentos, caso de Funkero, Biguli e dos integrantes do BaianaSystem. O Mestre Camaleão, seu mestre de capoeira, trouxe o berimbau, e Rosângela Macedo as vozes que evocam o terreiro. De Guyana, via Nova Iorque, aparece o Mc Jahdan Blakkamoore, e do Panamá, via Chicago, o Mc Zulu, dois nomes consagrados no dancehall. Já a percussão, assinada pelo amigo João Hermeto, foi gravada e produzida pelo próprio Maga Bo. Antes de elaborar o show do disco, que deverá ser apresentado em novembro, o musico andarilho realizará uma grande turnê internacional, priorizando seu DJ set (Europa, em Julho; Estados unidos, Canadá e México, em agosto; Índia e África do Sul, em outubro)Além da mistura marcante do disco, Maga Bo ainda queria mais e, pouco depois do lançamento do “Quilombo do Futuro”, ainda lançou um álbum somente com remixes, ou seja, reinterpretações feitas por nomes como Buguinha Dub, Digital Dubs, os argentinos El Remolon e Frikstailers, o americano Subatomic Sound System e o canadense Poirier. Detalhe: está tudo disponível na internet. É para arrastar as cadeiras da sala e fazer a festa, que o som embala



Confirma mais sobre o trabalho do Maga Bo no Soundcloud e no Facebook.


Siga nossa página no Facebook e Twitter

quinta-feira, 14 de junho de 2012

news

Moraes revive “Acabou Chorare” no Circo


Em 1972, morando em uma casa de quatro cômodos no Rio de Janeiro, os Novos Baianos - grupo então formado por  Dadi, Luiz Galvão, Paulinho Boca de Cantor, Moraes Moreira, Pepeu Gomes e Baby “Consuelo” do Brasil (a única “não baiana” do grupo) -, compartilhavam o nascimento de “Acabou Chorare”, o melhor álbum da história da música brasileira segundo a revista Rolling Stone. Celebrando 40 anos deste precioso lançamento, Moraes Moreira, ao lado do filho Davi, sobe ao palco do Circo Voador nesta sexta-feira (15) para resgatar as memoráveis faixas deste marco. O show, que já passou pelo Instituto Moreira Salles, Studio RJ e outras cidades, será antecedido pela exibição do filme “Filhos de João – Admirável Mundo Novo Baiano”, de Henrique Dantas.

De “Brasil Pandeiro”, de Assis Valente, até a faixa bônus de “Preta Pretinha”, o disco traz nove músicas que exaltam toda originalidade sonora do grupo, um misto único de rock psicodélico e gêneros genuinamente brasileiros – uma sugestão dada por ninguém menos que João Gilberto. Com “Tinindo Trincando”, “Swing de Campo Grande”, “Mistério do Planeta”, “Besta é Tu”, “A Menina Dança”, “Um Bilhete Pra Didi” e “Acabou Chorare”, faixa que intitula o álbum, o show promete ser inesquecível para aqueles que já se acabaram ao som desses clássicos.

Além das faixas do segundo e mais consistente álbum dos Novos Baianos, a homenagem aos 40 anos de “Acabou Chorare” no Circo ainda será marcada por possíveis participações especiais (Pepeu, por exemplo) e pelas histórias que Moraes deverá contar ao público, como detalhes sobre a elaboração do álbum, a convivência com os demais integrantes no sítio em Jacarepaguá e muitos outros causos. Como se não bastasse, a noite ainda contará com a apresentação do grupo Fino Coletivo e a festa Tupiniquim.





Circo Voador – Rua dos Arcos, s/n. Lapa.  (21) 2233 0354
A partir das 22h. (filme começa a ser exibido 22h15).
Preços:  R$ 30 (meia/1 kilo de alimento). R$ 60 inteira.

news

Drive-In Rio leva arte em carros de sucata

Performances que misturam efeitos audiovisuais e artes cênicas, design, video mapping, 20 projetores, 16 carros e inúmeros artistas, o que poderia parecer uma pirotécnica blitz da Lei Seca, na verdade, são os elementos que moldam o Drive-In Rio, evento que segue em cartaz até o dia 22 de junho no Armazém da Utopia, no Cais do Porto. As atividades começam logo após as sessões da “Havana Café”, das 21h30 à meia-noite, e possui entrada gratuita (assim com a peça, que começa às 19h, outra ótima sugestão).

Um dos destaques do programa Cultura e Sustentabilidade, do Ministério da Cultura, durante a Rio+20, o Drive-In Rio é uma iniciativa do Wunderkammer Latin America, um coletivo formado por Lucas Margutti (BR), Luke Cooper (UK) e Samuel Moore (AU). O trio é reconhecido por criar performances fora dos espaços tradicionais, aliando, sempre que possível, a revitalização de algum local abandonado ou pouco explorado pela cidade. A primeira edição do Drive-in, por exemplo, aconteceu num galpão da cervejaria Carlsberg, em 2010, em Copenhage.

Reunindo 16 carros, sendo 14 no interior do armazém e dois do lado de fora, as instalações e performances do Drive-In Rio são realizadas dentro, em cima e ao lado das sucatas dos automóveis, as mesmas que ganharam nova vida ao serem adaptadas como plataforma para diversas manifestações artísticas, como projeções, performances de teatro, poesia e música. Como o Drive-in Rio integra o calendário de eventos da Rio+20, todos os artistas envolvidos no evento partem do principio de provocar o público com temas ligados à sustentabilidade. No geral, a ideia é usar esses “transformers” como elemento de conscientização através da arte.

Entre os artistas convidados para as intervenções estão Bayard Tonelli (ex-Dzi Croquettes) com seu menu de poesias; o quarteto Luca de Castro, Cláudia Borioni, Carol Castro e Bel Sangiardi numa inusitada esquete teatral; Maria Carolina Telles e Jorge Espírito Santo, que abordam a opressão masculina, e a atriz Kátia Moraes, por sua vez, recebe convidados em seu Comedy Car, caso da amiga Cláudia Rodrigues, que se apresentará nos dias 20 e 21. Confira a programação completa do Drive-In Rio.

ARMAZÉM DA UTOPIA
Armazém 6: Av. Rodrigues Alves, s/n – Centro. 2516-4893
Até 22 de junho, às 21h30. Entrada gratuita.

sábado, 9 de junho de 2012

news

Festival na segunda traz jazz de primeira
  
De acordo com a previsão do tempo, a mesma que desanimou os cariocas ao apontar que o final de semana prolongado (para alguns) seria de muita chuva e frio, o sol já deverá aparecer novamente nesta segunda-feira. No entanto, o melhor mesmo será começar a semana com um animado festival de jazz. O BMW Jazz Festival começa nesta segunda, mas a sua programação, que se estenderá até a quarta-feira no Oi Casa Grande, destaca uma metaleira de primeira linha. Só fera escalados, vale conferir as atrações.   

O saxofonista Maceo Parker, integrante-chave da banda que acompanhou James Brown durante os anos 60, 70 e 80, é um dos nomes de destaque anunciados pelo festival. Em pleno dia (noite) dos namorados, o instrumentista sobe ao palco na companhia de Fred Wesley (trombone) e Alfred “Pee Wee” Eliis (sax), dois excelentes músicos que também acompanharam o rei do funk. Após um hiato de 20 anos, o trio voltou a se reunir em Nova York no ano passado e com apenas um desejo: tocar para se divertir (fica a dica!).

Diferente de sua primeira edição em 2011, que reunia quatro atrações em duas noites, o BMW Jazz Festival volta ao Rio neste ano com uma programação de três dias e, por consequência, seis shows. Além da sonoridade funkeada de Maceo Parker e convidados, o festival, que começou na última sexta em São Paulo, também apresentará Chick Corea, Clarke & White, Nintey Miles, Trombone Shorty & Orleans Avenue, Charles Lloyd Quartet e Darcy James Argue’s Secret Society.

Oi Casa Grande
Av. Afrânio de Melo Franco, 290 - Leblon. (21) 2511-0800
Ingressos: De R$ 120 (platéia inteira) a R$ 30 (balcão meia)
Confirma a programação completa aqui


Siga nos no Facebook e Twitter

terça-feira, 5 de junho de 2012

news

Orquestra Imperial celebra 10 anos no Circo


Se ainda estivesse entre nós, como de certa forma sempre estará, ele marcaria presença neste show com certeza (e marcará). Era no palco que o compositor de “Maracatu Atômico” e “Lágrimas Negras” se sentia vivo. No entanto, menos de uma semana atrás, Nelson Jacobina, aos 58 anos de música, faleceu em decorrência de um câncer, diagnosticado inicialmente há 15 anos. Apesar desta “ausência” mais que significativa, a Orquestra Imperial reunirá suas energias para uma apresentação única, dividida entre as lembranças de seu eterno integrante e a celebração de seus dez anos de história. O baile dos namorados, como os shows da bigband são carinhosamente chamados, ocorre nesta quarta-feira, no Circo Voador.  

Como se não bastasse seus 20 integrantes, do nível de, entre outros, Thalma de Freitas, Nina Becker, Rodrigo Amarante, Duani Martins, Kassin, Wilson das Neves e Rubinho Jacobina – uma das melhores composições do mestre Nelson (que Deus o tenha) -, a Orquestra ainda contará uma “arretada” convidada, a cantora Dona Onete. Importada diretamente do Pará, a rainha do “carimbóchamegado” ainda aparecerá com toda sua banda, liderada pelo guitarrista Pio Lobato. Para justificar o nome do baile deste seleto clube da música, a noite “dos namorados” ainda terá os tradicionais brindes aos apaixonados.

No repertório do show, que faz parte da série Datas Queridas, a Orquestra Imperial faz uma viagem pelos clássicos da banda, mas com uma atenção especial aos boleros e baladas. Algumas músicas inéditas do novo álbum do grupo, que possui o lançamento previsto para o próximo mês, também deverão estar presentes no setlist deste show. Antes de chegar ao público, esse álbum, assim como todos destinados a serem bons, já nasce especial. Trata-se do último trabalho com a assinatura de Nelson Jacobina, que participou da gravação do disco. Atrás do arranha tem um céu e, depois, tem outro céu, onde uma estrela sempre brilhará. Viva Nelson Jacobina!


Circo Voador – R: dos Arcos, S/N – Lapa. 2533 0354
Abertura: 22h Horário do baile: 23h30m
Ingressos: De R$ 30 a R$ 60 (meia)



Curtiu esse post? Curta nossa página no Facebook ou siga-nos no Twitter

segunda-feira, 4 de junho de 2012

#40

“Rio+20 e Você”: fará parte?
Com objetivo de convocar "cidadãos do mundo" e entidades para um abrangente debate sobre o futuro do planeta, o evento do Instituto Humanitare ocorre até o dia 23/06 no apropriado Planetário. Vamos!
Em paralelo às atividades da Conferência das Nações para o Desenvolvimento Sustentável Rio+20, da Humanidade 2012 e da Cúpula dos Povos, que serão sediadas neste mês no Rio de Janeiro - no Rio Centro,  no Forte de Copacabana e no Aterro do Flamengo, respectivamente -, a agenda Rio+20 e Você apresentará uma série de eventos para buscar um maior envolvimento da sociedade nas discussões relacionadas à preservação do meio-ambiente e ao futuro do planeta. Através de cúpulas, exposições, simpósios, filmes, espetáculos, shows e oficinas, o evento, que foi inaugurado nesta segunda-feira, apresentará suas atividades até o dia 23/06 no Planetário da Gávea. A entrada é franca, e sua presença fundamental para a construção de uma nova sociedade. E você, está por dentro?



Vinte anos depois da pioneira conferência Rio 92, que, apesar de ter sido emblemática, não apresentou tantos resultados na prática, a Rio+20 volta a reunir os Chefes de Estados para buscar novas soluções e avanços em diversos temas ainda controversos, como emissão de gases poluentes, redução da fome e da pobreza e consumo consciente, entre outros. Diferente do encontro principal, que acaba ficando restrito às burocráticas decisões dos governantes e aos apelos dos ativistas (do lado de fora), a Rio+20 e Você, como o nome já adianta, chega com a proposta de conscientizar e aproximar os cidadãos e instituições de inúmeros tópicos que estão em debate. Enquanto os acordos e os possíveis tratados se mostram distantes e incertos, as atrações do evento se encarregam de trazer novas reflexões aos interessados em uma mudança.  



“Falar de Nações Unidas é falar paixão e de compaixão. O preâmbulo da carta fala que a ONU nasceu para fazer a paz, melhorias das condições de vida e preservar o planeta. Inspirados nesse preâmbulo, incentivado pelas Nações Unidas, criamos a Humanitare com o espírito de servir à ONU, não mais do que isso. E o fazemos por meio de programas, projetos, eventos integrados à agenda e ao calendário geral do Centro de Informação da ONU”, afirma Sheila Pimentel, a incansável presidente do instituto responsável pelo evento inaugurado nesta segunda. Aliás, a cerimônia de abertura, que contou com a presença do astronauta Marcos Pontes, do representante indígena Marcos Terena (Pantanal MS) e da ministra do Meio Ambiente, Elizabella Teixeira, já pôde sintetizar um pouco da diversidade dos assuntos que estão sendo propostos. Um dos mais respeitados biólogo e ambientalista a nível mundial, o Dr. Paulo Nogueira Neto, de 90 anos, também fez questão de marcar presença para receber uma homenagem especial.  



Entre as atividades do Rio+20 e Você, evento correalizado pela Fundação Planetário do Rio de Janeiro, presidida por Celso Cunha -, algumas atrações se mostram imperdíveis e outras também, como a Arena Pensando Carreiras Verdes (um encontro de blogueiros), a Cúpula Mundial de Green Jobs, a Cúpula Mundial de Economia Criativa e Turismo Verde e a Cúpula Mundial de Cidadania e Voluntariado, além da parceria com o Festival Fora do Eixo, que trará atrações musicais e cênicas. A programação do evento se mostra bem completa e abrangente, mas o que se destaca mesmo é o sentimento em comum dos envolvidos em construir um mundo melhor. “Um mundo do amanhã. Não só esse mundo que agente enxerga hoje que tem resultados e conseqüências daqui a duas horas, mas o mundo dos nossos filhos, o mundo que vai continuar caminhando e levando adiante o que estamos plantando (...) O mundo está em nossas mãos”, como ressalta Sheila.

Confira a programação completa aqui e visite o site para se inscrever nos eventos! 

Serviço:
Fundação Planetário-R. V-gov. Rubens Berardo, 100 - Gávea
http://www.facebook.com/Rio20eVoce

Curta nossa página no Facebook ou siga-nos no Twitter

sexta-feira, 1 de junho de 2012

news

Santa Musica Faz! festa na comunidade

Dando continuidade ao seu ideal de pacificação musical, o projeto Santa Musica Faz!, que se destaca ao apresentar festas em diversas comunidades pacificadas, ocupará o Morro dos Prazeres em Santa Teresa neste sábado (02 de junho) com uma diversificada tropa de musicos e DJs. O trio BossaCucaNova, a Orquestra do Casarão, a banda Feijão Coletivo, a festa Vinil é Arte (dos DJs Tuta e MBgroove) e a fusão do DJ Nando Leal com o violoncelo de Lui Coimbra são algumas das atrações esperadas, mas terá muito mais. Divido em três espaços – Casarão, Doce Mel e Campão/Colina -, o evento começará a partir das 15h com um cortejo do grupo Candombe na entrada (gratuita) do morro.

Após levar um piano de cauda para a Mineira em fevereiro, cordas no Chapéu Mangueira em março e sopros para a Providência em abril, os DJs e suas picapes envolvidos com o projeto chegam aos Prazeres com o objetivo de apresentar novas propostas musicas aos moradores da região e também às pessoas que aparecem para prestigiar o projeto. “Artistas como Marcelinho Da lua e Nado Leal tocam máquinas contemporâneas que mesclam pick up, mixer, cdj, scratch e computadores, fluindo com grande musicalidade junto aos instrumentos tradicionais”, explica Roberto de Freitas, da Roda de Produção, a produtora que realiza o evento, patrocinado pelo Governo do Estado, ao lado do Coletivo Santa Música.

Antes de seguir em direção à Mangueira, Macacos, Cidade de Deus, Salgueiro, Batan, Tabajaras, Turano, Complexo do Alemão, Borel e Rocinha, o Santa Música Faz!, que também abre caminho para a formação de produtores culturais, fixará seus ideais nos Prazeres para que os próprios moradores possam recriar eventos que fomentem a diversidade artística no lugar, além da questão do emprego e da renda. Através de uma parceria com o Sebrae, o projeto deverá formar 300 jovens empreendedores nessas comunidades pacificadas até o final do ano, formando a chamada “Rede de Agentes Santa Música”. De fato, a música é santa...  

Serviço
Santa Música Faz!
Entrada da comunidade na Almirante Alexandrino: Cortejo da banda Candombe (15h)
Quadra da Barreira, na Rua Gomes Lopes, 12 (Próximo ao Casarão dos Prazeres/Base da UPP): Palco Livre (15h30), Orquestra do Casarão (18h), Bossacucanova (19h), Lui Coimbra e Nado Leal (20) e Feijão Coletivo (21h)
Espaço Doce Mel, na Praça Doce Mel s/nº, com acesso pela Rua Gomes Lopes: Dj Loa (18h), Zé do Rock (19), Festa Vinil é Arte (20h) e Dj Corello (21h)
Campo da Colina, na quadra de grama sintética localizada no alto da comunidade, com acesso pela Praça Doce Mel: Os Cocos (15h), Samba Zé Samba (16h) e Marlon e Helô (17h) 

Curtiu esse post? Curta nossa página no Facebook ou siga-nos no Twitter